Conta de cabeça

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Senador Otto Alencar (PSD-BA) tentou constranger o coronel Elcio Franco na CPI com uma pergunta sem importância, mas se deu mal.| Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senad

Eu ouvi de um operador da Bolsa de Valores de São Paulo que só em maio o investimento estrangeiro na B3 é equivalente à metade do que já foi investido neste ano no mercado brasileiro de ações. Segundo ele, foram aplicados US$ 12,8 bilhões.

Em um único dia, contou ele, o banco americano Goldman Sachs investiu no Banco do Brasil o equivalente a R$ 270 milhões. É bom que se diga que estrangeiro não investe com o intuito de perder dinheiro. Eles não queimam dólar. Pelo contrário, fazem de tudo para ganhar mais.

Os estrangeiros estão confiando na economia brasileira porque percebem o potencial do nosso país. No Brasil está cheio de apátridas, como me ensinou um ex-presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, que torcem contra o país. É uma pena!

Os investidores internacionais estão aplicando dinheiro na Bovespa de uma forma que deixa bem claro o que eles pensam do futuro da nossa economia.

Lei de inovação nos EUA
Os americanos estão se protegendo da China. O Senado dos Estados Unidos aprovou uma lei de inovação para investir US$ 250 bilhões para estimular a pesquisa, a inovação e o desenvolvimento.

O objetivo é produzir semicondutores, microchips, baterias de carro elétrico, medicamentos e principalmente produtos para o mundo digital. Isso dá uma sacudida nos brasileiros, porque o futuro também vem com investimento em ciência e tecnologia.

Argentino engraçadinho
Vocês lembram quando o papa Francisco brincou falando que o brasileiro bebe muita cachaça e reza pouco? Pois agora outro argentino falou mal do Brasil.

O presidente Alberto Fernández disse em evento público em Buenos Aires que “os mexicanos vieram dos indígenas, os brasileiros vieram das selvas e os argentinos vieram dos barcos” europeus.

Depois ele disse que não pretendia ofender ninguém e pediu desculpa. Eu assisti o discurso pelo site da Casa Rosada — página da web da presidência da República Argentina — e foi normal. Não houve nenhuma censura na fala dele.

A “democracia” da Nicarágua
Eu não entendo quem fala em democracia a todo momento, mas tem como ídolo Daniel Ortega (Nicarágua), Hugo Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia), Fidel Castro (Cuba) e Rafael Correa (Equador) — que está foragido na Bélgica por suspeita de corrupção enquanto era presidente.

O atual presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, mandou prender opositores ao seu governo. Entre os cinco detidos, dois deles são pré-candidatos à presidência.

O pleito no país será no dia 7 de novembro. Mas essa não é a primeira vez que isso acontece, ele já prendeu dois outros pré-candidatos. Entre os opositores estão: Cristiana Chamorro, filha da ex-presidente do país Violeta Chamorro; Juan Sebastián Chamorro García, sobrinho de Violeta; Arturo Cruz Sequeira e Felix Maradiaga.

Esse é um modelo de democracia, infelizmente, para muita gente aqui no Brasil.

Aula de matemática na CPI da Covid
Nesta quarta-feira (9), o senador Otto Alencar (PSD-BA) perguntou ao depoente do dia da CPI da Covid, o coronel Élcio Franco, que foi número dois na gestão Pazuello no Ministério da Saúde, se ele sabia o percentual da população brasileira em relação à população do mundo.

Alencar é o tipo de pessoa que tem a necessidade de mostrar conhecimento sem que ninguém tenha perguntado, e costuma fazer perguntas quando já tem a resposta.

O coronel Élcio, que deve ser bom em matemática, já que a profissão dele exige isso, olhou para cima e disse que a porcentagem é de um trinta e cinco avos. Para quem gosta de matemática foi ótimo, assim como para mim.

O parlamentar disse apressadamente que o coronel estava errado e que o correto era 2,7%. Só que se você fizer a conta Elcio errou por um décimo, o resultado dele apontaria 2,8%.

Mas isso não é relevante porque ele fez a conta de cabeça e com fração e porque ninguém sabe certamente qual é a população do mundo e há uma margem de erro. É muito feio quando alguém tenta corrigir outra pessoa.

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