Ditadura comunista
Por
Jones Rossi – Gazeta do Povo

Apoiadores do Partido Comunista da China durante a cerimônia de comemoração do Primeiro Congresso Nacional do Partido Comunista da China em Xangai, China, em 10 de junho de 2021. A China celebra o centenário da fundação do Partido Comunista Chinês (PCCh) em 1º de julho de 2021.| Foto: EFE / EPA / Alex Plavevski

O Partido Comunista Chinês chega aos 100 anos com um legado sinistro. O período em que a China esteve sob o comando de Mao Tsé-tung, que chegou ao poder em 1949, foi marcado por milhões de mortes. A maioria delas foi causada por um planejamento agrícola e industrial desastroso, chamado Grande Salto Adiante, que levou à fome em grande escala. Outros milhões foram vítimas da Revolução Cultural, uma tentativa de exterminar toda e qualquer oposição ao regime comunista e transformar “burgueses” em proletários.

Mao morreu em 1976, inscrito definitivamente entre os grandes genocidas da história da humanidade. O imenso, populoso e empobrecido país começou a se tornar uma potência moderna com as reformas econômicas implementadas por Deng Xiaoping em 1978. As décadas de 1980, 1990 e o novo milênio trouxeram prosperidade e prestígio ao país, aceito na Organização Mundial do Comércio em 2001 e sede das Olimpíadas de 2008, em Pequim.

Esse breve período de amistosa integração global parece ter ficado para trás. Desde a ascensão de Xi Jinping ao posto de secretário-geral do Partido Comunista, em 2012, o país endureceu sua postura no combate a qualquer oposição interna e externa. O território de Hong Kong, que antes gozava de liberdades inexistentes no continente, sofre com a interferência cada vez maior da ditadura chinesa e vê direitos básicos, como a liberdade de expressão, virarem coisa do passado.

A epidemia do novo coronavírus evidenciou o caráter ditatorial do regime chinês, que tentou esconder o surto do mundo inteiro divulgando informações falsas à Organização Mundial da Saúde, permitindo que a doença se alastrasse e matasse milhões em todo o mundo — mais de 500 mil apenas no Brasil.

Selecionamos vários textos produzidos pela Gazeta do Povo ao longo dos últimos anos que vão ajudar a conhecer e entender melhor o que é o Partido Comunista Chinês e como funciona a China sob sua influência nefasta nestes 100 anos, especialmente a partir de 1949. Confira a seguir:

A vida de Mao: assassino de milhões, “pai omisso, marido infiel e amigo traiçoeiro”
Pode se dizer que a moral abjeta de Mao Tsé-tung era espelhada externamente pelos seus parcos hábitos de higiene: ele nunca escovava os dentes (no fim da vida já estavam verdes), era um poço de doenças sexualmente transmissíveis (graças às incontáveis amantes e concubinas, muitas delas escravizadas e menores de idade), e raramente tomava banho. Problemas graves, mas que seriam facilmente esquecidos se ele não tivesse promovido políticas que levaram milhões à morte. Quem o conheceu o descrevia como um monstro “destituído de valores morais, incapaz de sentir amor, amizade ou calor humano”. Clique aqui para ler a matéria completa.

A ‘Grande Fome de Mao’: como o comunismo na China matou mais que o Holocausto
Nem Hitler, nem Stalin. Quando se trata do posto de assassino número 1 da história mundial, ninguém se compara com Mao Tsé-Tung. O estopim foi a tentativa de modernizar o país à força, acabando com qualquer tipo de propriedade privada em favor das chamadas comunas populares, onde tudo era partilhado por todos. Como é costume do comunismo aplicado ao mundo real, o que era bonito no papel causou apenas miséria e fome. O planejamento central fez com que em pouco tempo a comida sumisse das tais cantinas. “As pessoas morriam e a família não enterrava porque ainda podiam receber suas cotas de comida; mantinham os corpos na cama e os cobriam e os cadáveres eram comidos por ratos. As pessoas comiam cadáveres e lutavam pelos corpos. Em Gansu, eles mataram pessoas de fora; as pessoas me disseram que estranhos passavam e os matavam e comiam. E eles comiam seus próprios filhos. Era terrível”, relata Yang Jisheng, autor do livro “Tombstone”, que reconta a história da Grande Fome Chinesa. Clique aqui para ler a matéria completa.

Delírios de um ditador: como a morte de pardais levou ao canibalismo na China
Um episódio em especial mostra a loucura que foi o Grande Salto Adiante. O governo instou a população a matar todos os pardais do país, sob a alegação de que eles eram uma praga para as plantações. Você pode pensar que ninguém levaria tal comando a sério, mas em uma ditadura comunista dominada pelo medo e que qualquer tipo de oposição era facilmente punida com a tortura e até a morte, ninguém hesitou. A tarefa foi levada a cabo, com consequências desastrosas. Após os pobres pardais serem eliminados, pragas de gafanhotos arrasaram as plantações, acentuando a fome no país e levando ao canibalismo.  Clique aqui para ler a matéria completa

“Uma Vida Chinesa”: a história de uma geração que passou da fome ao capitalismo
Li Kunwu, nascido na China em 1955, viveu os momentos mais dramáticos da China desde o Grande Salto Adiante. Ele passou fome, viu o pai ser preso durante a Revolução Cultural — da qual ele participou com entusiasmo —, e prosperou com a abertura econômica de Deng Xiaoping. Desenhista, ele se juntou ao roteirista francês Philippe Ôtié para contar tudo isso na graphic novel “Uma Vida Chinesa”, lançada no Brasil pela Editora Martins Fontes. Dividida em três livros, é uma boa oportunidade para conhecer a China pelos olhos de quem testemunhou mudanças drásticas em um país milenar. Clique aqui para ler a matéria completa

Como os protestos atuais repetem a violenta estratégia maoísta de apagar a história
Ainda estão frescas na memória as cenas de multidões colocando abaixo estátuas nos Estados Unidos e na Europa. Ideias assim não surgem do nada. Apagar a história era uma das estratégias da Revolução Cultural maoísta — uma espécie de lavagem cerebral em larga escala. O Partido Comunista Chinês martelou na cabeça de seus jovens uma ideologia violenta que consistia em denunciar e eliminar qualquer opositor do regime, o que incluía os próprios pais e professores. Eram comuns cenas de diretores de colégios, jornalistas e intelectuais humilhados nas ruas, obrigados a carregar placas pedindo desculpas por “trair a revolução”. Muitos eram espancados até a morte. Clique aqui para ler a matéria completa

Será Xi Jinping um novo Mao Tsé-tung?
Desde 2018 está decidido: contrariando seus antecessores, o atual secretário do Partido Comunista Chinês pode ser reeleito quantas vezes quiser. Essa decisão faz Xi Jinping ecoar Mao Tsé-tung, que governou o país com mão de ferro de 1949 até a morte, em 1976, matando milhões de pessoas neste período. Há outros indícios: os pensamentos de Xi agora fazem parte da constituição chinesa, algo semelhante ao Livro Vermelho de Mao, que continha os pensamentos do facínora. Essas ideias, totalmente contrárias à democracia e ao Ocidente, são agora ensinadas em escolas primárias. Clique aqui para ler a matéria completa

Oito sinais de que a China já vive em uma distopia
Quem leu ‘1984’, de George Orwell, não tem dificuldades para identificar o que vem acontecendo na China. Nada existe fora do Partido Comunista Chinês. E com o salto tecnológico que o país deu nos últimos anos, está cada vez mais fácil identificar opositores e evitar que qualquer informação externa chegue até a população. Tópicos como o Massacre na Praça da Paz Celestial, em 1989, foram eliminados da internet acessada dentro da China. Se não bastasse o esforço do regime em barrar informações “desagradáveis”, a China ainda usa o poder econômico para pressionar empresas estrangeiras que ganham dinheiro em seu território. O Grande Irmão existe, e ele se chama Partido Comunista Chinês.


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