CPI

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF).| Foto: Pedro França/Agência Senado

O líder do Governo na Câmara foi acusado de estar pressionando o Ministério da Saúde para comprar a vacina indiana. Ele então foi convocado pela CPI da Covid, mas o presidente da CPI adiou o depoimento, que ficou sem data marcada. O líder do governo então recorreu ao Supremo dizendo que quer depor na CPI e que o acusam, mas não querem ouvi-lo.

Ele quer ser ouvido. Já foi ministro da Saúde, é líder do governo, é um deputado pelo Paraná, já foi prefeito no Paraná. Eles têm medo de ouvi-lo! Assim como tiveram medo de ouvir os médicos que foram chamados para expor como se trata um doente – e o relator da CPI fugiu. Eles não querem ouvir, já têm a sua verdade pronta.

Indiciamento
O relator da CPI, senador Renan Calheiros, acaba de ser indiciado pela Polícia Federal pelo suposto recebimento de R$ 1 milhão em propina da Odebrecht, quando era presidente do senado. Ele já está com uma dúzia de processos no Supremo. Como o relator da CPI tem essa ficha criminal? E como o presidente da CPI teve a própria esposa presa duas vezes? Além dos irmãos, também presos por desvio de verbas da Saúde em Manaus.

O Antagonista diz que Lula é o maior aliado de Bolsonaro, porque ajuda a candidatura do presidente. Eu discordo; eu acho que tem uma televisão que ajuda mais ainda, porque só fala nele o dia inteiro. Já ajudou a elegê-lo e vai ajudar a reelegê-lo.

Prevaricação
O presidente Bolsonaro foi acusado de prevaricação. O Supremo pediu para o Ministério Público investigar. Prevaricação seria acreditar no senhor Luís Miranda. Eu pergunto: alguém acredita em Luís Miranda? O presidente não acreditou. O Luís Miranda gravou um áudio falando que não disse tudo o que ele disse na CPI, que estão deturpando o que ele queria dizer.

Como é que o Supremo entra nessa? Não é por ingenuidade, é porque o Supremo quer. É a militância do Supremo, a qual podemos chamar por outro nome, “ativismo judicial”.

Julgamento
A Odebrecht já devolveu R$ 8,6 bilhões de ilícitos, que foram conduzidos pelo senhor Luiz Inácio. O Supremo diz que a condenação de Luiz Inácio não vale mais. Mas a Odebrecht já reconheceu os crimes. Então tem crime, mas não tem autor de crime? É o equivalente a dizer que o senhor Lázaro, que matou as primeiras pessoas na Bahia, só pode ser julgado na Bahia.

Foi o que disse o Supremo: ele só pode ser julgado fora do Paraná, não pode mais ser julgado em Curitiba. Essas coisas que o Supremo tem feito são um escárnio contra o nosso cérebro.


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