Riqueza

Por
Vandré Kramer – Gazeta do Povo

País tem 185,6 mil milionários, que conseguiram a façanha de ampliar suas reservas.| Foto: Pixabay

O número de milionários caiu 6,6% no Brasil no ano passado, para 185,6 mil, segundo a consultoria francesa Capgemini. Mas a riqueza deste grupo — que reúne pessoas com renda de mais de US$ 1 milhão em ativos investidos, não incluídos a residência, bens de consumo ou coleções — teve um pequeno aumento de 0,3%, passando para US$ 4,78 trilhão.

A ligeira alta no valor dos ativos foi beneficiada pelo crescimento da poupança doméstica, que cresceu de 12,7% do PIB, em 2019, para 14,5%, em 2020. No mesmo período o consumo privado teve um declínio de 25,5%, para US$ 905,9 bilhões. E o consumo do governo caiu 21,5% para US$ 296,1 bilhão.

Uma série de fatores atuou como inibidor no crescimento da riqueza no Brasil, aponta a consultoria. Entre eles estão a queda de 4,1% no PIB no ano passado, a retração de 16,8% no valor de mercado das empresas listadas em Bolsa e a diminuição de 2,2% no preço médio dos imóveis.

O relatório da pesquisa aponta que o Brasil possui um frágil mercado de ações, que estava em recuperação da crise de 2015-16 e que foi duramente atingido pela pandemia. Mas, desde que o Ibovespa atingiu o piso, em 23 de março do ano passado, as ações quase que dobraram de preço.

A queda nos preços dos imóveis, que atingiu 2,2% nos três primeiros trimestres de 2020, frente a igual período do ano anterior é outro aspecto negativo elencado pela Capgemini. No ano anterior, os preços tinham experimentado uma queda de 1,6%. Para a consultoria, o mercado imobiliário brasileiro permanece frágil, mas apresenta uma tendência de crescimento devido às baixas taxas de juro.

No campo social, o estudo enfatiza a alta taxa de desemprego no Brasil de 13,9% em 2020, ante 12,1% em 2019, — e que saltou para 14,7% em março, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) —- e que o país segue enfrentando problemas sociais e apresenta um dos maiores níveis de desigualdade do mundo como fatores inibidores para o aumento de milionários.

“O cenário econômico no geral não foi positivo em 2020 especialmente pelos efeitos da pandemia e isso se refletiu nos indicadores gerais do número local de indivíduos com renda acima de US$ 1 milhão. Além disso, a recuperação no final do segundo semestre freou um pouco a queda do PIB, mas não foi suficiente ou rápida o bastante como em outros países para melhorar os indicadores”, explica Fabio Cossini, líder de soluções para bancos e meios de pagamento da Capgemini Brasil.


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