Eleições
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Alexandre Garcia – Gazeta do Povo
Presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, anunciou providências para dar mais transparência ao sistema eletrônico de votação.| Foto: Antonio Augusto/Ascom/TSE
Índios foram ao Palácio do Planalto e foram recebidos pelo presidente Jair Bolsonaro, que foi presenteado com um cocar. E sabe o que eles queriam? Independência financeira, autonomia econômica, poder produzir em paz e exportar, explorar suas terras, pagar impostos… enfim, eles querem ser como outros brasileiros que são vizinhos deles, os homens do agronegócio.
Muitos índios já conseguiram. Conheço alguns que já são grandes produtores e exportadores do agro, ganham dinheiro plantando soja, milho, feijão e arroz. Tem índio também que se dedica à criação de peixe, a produzir um café maravilhoso, a colher frutas e até a exploração mineral.
Mas tem que haver um respaldo legal para que os índios — os primeiros a pisaram nessa terra — possam se igualar aos demais brasileiros. Essa é a aspiração deles, mas tem gente que quer mantê-los em uma campânula, como se fosse um zoológico, em um laboratório. Isso é injusto, é desumano.
Mais transparência nas urnas
A quarta tentativa de se implantar o comprovante impresso do voto digital mal foi rejeitada na Câmara dos Deputados e o presidente do TSE, Luis Roberto Barroso, anunciou nesta quinta-feira (12) novas providências para ampliar a transparência do sistema eletrônico de votação e publicizar mais os mecanismos de auditoria. Ué, mas não estava tudo perfeito?
Pois é, eu acho que funcionaria só se tivesse uma auditoria alternativa e independente para checar depois, no final, para ver se casa uma apuração com a outra. Aí é garantido!
Agora, como muda de opinião a Câmara dos Deputados. Aprovaram o voto impresso em 2001, 2008 e 2015, e por uma votação maciça. Mas agora não. Isso não surpreende porque, há quatro anos, 15 partidos que rejeitaram as coligações, agora aprovaram a volta das coligações. É uma coisa incrível!
CPI só apura crime de saliva
A CPI da Covid insiste no discurso de que o presidente Bolsonaro disse “isso ou aquilo”. É só crime de saliva, uma coisa incrível. Nesta quinta-feira, o líder do governo, deputado Ricardo Barros (PP-PR), esteve lá para explicar se tinha alguma coisa errada na compra da vacina Covaxin.
Ele demonstrou que não, que o senhor Luís Miranda estava faltando com a verdade. Os senadores insistiram e Barros respondeu: “essa CPI está afastando fornecedores de vacinas, como a Covaxin que ficou com medo, foi embora e não quer mais negócio com o Brasil”.
Na hora que ele disse isso, que a CPI estava atrapalhando a compra de vacinas, o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), encerrou a reunião, se levantou e foi embora. Fez um gesto de abandono com o braço e depois declarou que agora Barros vai ser convocado a voltar à CPI.
O fato é que os senadores não querem ouvir a verdade. Eles querem ouvir a verdade deles, e às vezes encaixam a verdade deles na boca de alguma vítima da inquisição. E são muito valentes com as mulheres que estiveram lá, como foi com a doutora Nise Yamaguchi, mas aí é uma coisa de grosseria que falta o mínimo de cavalheirismo.
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