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Por
Jarrett Stepman – Gazeta do Povo
The Daily Signal
O presidente dos EUA, Joe Biden, faz comentários sobre o Afeganistão, na Sala Leste da Casa Branca em Washington, DC, EUA, em 16 de agosto de 2021.| Foto: SHAWN THEW/Agência EFE
Provavelmente, muitos americanos estão se tornando mais conscientes da rápida diminuição da confiança na competência de Joe Biden na Presidência dos Estados Unidos.
As imagens e os vídeos que vieram do Afeganistão mostram um fracasso catastrófico na execução de uma retirada de um país conturbado, e indicam severas falhas na inteligência e no planejamento que ocorreram nos níveis mais altos do governo americano.
Mesmo muitos dos defensores de Biden na mídia e na política estão percebendo e criticando sua liderança em meio a um dos piores fiascos da política externa da história dos EUA. Talvez alguns sintam que os fracassos de Biden traiam sua mensagem de que ele levaria os “adultos” de volta para Washington.
O que vimos até agora, no curto período de tempo desde que Biden assumiu o cargo, é uma série de catástrofes, enquanto o governo luta para empurrar sua agenda progressista no Congresso. No cenário mundial, a situação é muito pior.
Em questões que recaem mais diretamente sobre o Poder Executivo, como a proteção de fronteiras e a condução das políticas externa e militar, o governo caiu em uma série de fracassos inquestionáveis.
Isso, apesar de o governo Biden estar repleto do que a mídia celebrou como uma das mais “diversas” e “experientes” equipes de conselheiros e secretários de todos os tempos. Parece que isso não é levado em conta.
O governo Biden em primeiro lugar empurrou o progressismo; agora ele promove o “fragilismo” dentro e fora dos EUA. A sua resposta ao desastre que se desenrolou no Afeganistão foi, essencialmente, culpar os antecessores, o presidente afegão e tudo mais, ao mesmo tempo em que dizia de modo desajeitado e inconvincente que “a responsabilidade de escolher é minha”.
Quão diferente isso foi do presidente John F. Kennedy que, após a operação fracassada da Baía dos Porcos em Cuba, disse que somente ele tinha a responsabilidade para com o país.
Em seu discurso após um fim de semana de caos no Afeganistão, Biden foi essencialmente um anti-Kennedy.
Biden fez um discurso que deveria ter dado meses atrás sobre por que os EUA não deveriam estar construindo uma nação no Afeganistão e por que era importante partir. O presidente Donald Trump transmitiu a mesma mensagem, razão pela qual ele iniciou a retirada.
Mas Biden se esquivou completamente da questão mais importante do momento: a razão pela qual a operação de retirada foi um desastre absoluto.
Ele então escapou das perguntas dos repórteres e retornou imediatamente para Camp David para continuar suas férias. Ele só voltou a aparecer em público nesta quarta-feira (18) para fazer um discurso sobre a Covid-19. Ele atacou os governadores republicanos sobre a obrigação do uso de máscaras nas escolas e depois saiu do palco sem responder perguntas.
Inacreditável.
Ele espera que a história simplesmente fique velha e o país passe para outro ciclo de notícias? Isso é um grande insulto à inteligência do povo americano, se for esse o caso.
Em uma entrevista com George Stephanopoulos, da ABC, Biden foi questionado se a situação poderia ter sido melhor tratada. O presidente dos EUA basicamente disse “não”.
Para piorar as coisas, quando lhe perguntaram sobre os vídeos do povo afegão caindo de aviões, Biden respondeu: “Isso foi há quatro dias, cinco dias atrás”.
Foi há dois dias, mas que diferença faz, certo?
Alguns compararam Biden ao ex-presidente Jimmy Carter na forma como ele está lidando com a situação no Afeganistão. Mas essa comparação é injusta para com Carter. Na crise iraniana dos reféns, Carter assumiu pessoalmente o comando da operação de resgate para recuperar os americanos da embaixada dos EUA. A missão terminou em fracasso.
Em mensagem ao país, após abortar a missão, Carter, tal como Kennedy, assumiu completa e inequivocamente a responsabilidade.
“Foi minha decisão tentar a operação de resgate. Decidi cancelá-la quando surgiram problemas no posicionamento de nossa equipe para uma futura operação de resgate. A responsabilidade é totalmente minha”, disse ele numa declaração da Casa Branca.
Isso não foi tudo. Carter assegurou aos Estados Unidos que o esforço para trazer os seus cidadãos de volta para casa não diminuiria:
Como presidente, sei que toda a nação sente a profunda gratidão que sinto pelos bravos homens que se prepararam para resgatar seus conterrâneos americanos do cativeiro. E, como presidente, também sei que a nação compartilha não só minha decepção de que o esforço de resgate não pôde ter sido levado adiante, por causa de dificuldades mecânicas, mas também minha determinação em perseverar e trazer todos os nossos reféns para a liberdade.
Certamente houve uma crise de confiança nas habilidades de liderança de Carter, e é por isso que os EUA terminaram com Ronald Reagan na Casa Branca após um único mandato de seu antecessor. Mesmo assim, Carter não desertou ou esteve indisposto a encarar as consequências de suas decisões. Em todo caso, ele era apenas um microgestor ineficaz.
Nesse momento, o fracasso de Biden é muito mais profundo
“A história não julgará a Presidência Biden com bons olhos por isso”, disse Bill Roggio, membro sênior da Fundação para a Defesa das Democracias e editor do Long War Journal, em uma entrevista com Fred Lucas do The Daily Signal.
“Isso faz com que qualquer uma das falhas de Jimmy Carter seja uma brincadeira de criança. Carter lidou mal com uma situação de reféns”, disse Roggio. “Biden tomou medidas que levaram ao colapso de um aliado no qual tínhamos investido enorme quantia de sangue e dinheiro. Esta é uma derrota para os EUA e uma derrota para o governo afegão.”
Os presidentes dos EUA devem ser ativos quando cidadãos americanos correm perigo extremo no exterior. Mas enquanto Biden está aparentemente de férias, o conselheiro de Segurança Nacional Jake Sullivan nem mesmo comentou se as tropas se retirarão antes de que todos os americanos tenham saído do Afeganistão.
Quando questionado sobre os cidadãos norte-americanos presos no país, Sullivan disse em uma entrevista coletiva: “Não vou comentar sobre hipóteses”.
Como é reconfortante! Para os americanos presos lá, isso não parece bom.
Mesmo quando os EUA eram um país muito mais fraco, os maus tratos aos cidadãos americanos no exterior quase sempre foram uma causa para ações decisivas de presidentes e do governo federal.
Os EUA entraram na Guerra de 1812 por causa da expropriação britânica dos marinheiros americanos, embora o país estivesse altamente despreparado para enfrentar uma superpotência mundial.
Grandes países não abandonam seus cidadãos à mercê de outros sem lutar.
Agora, não há respostas e um presidente que não apenas falhou em tomar uma ação decisiva, mas está deixando de agir. As comparações com Carter são injustas para com Carter.
Talvez seja melhor fazer uma comparação entre Biden e outro presidente nascido na Pensilvânia, o antecessor de Abraham Lincoln, James Buchanan: o experiente homem de Washington esmagado pelo momento histórico, que hesitou e dormiu enquanto o país se desintegrava.
A crise dos Estados Unidos continua.
Jarrett Stepman é um colaborador do The Daily Signal e co-apresentador do podcast The Right Side of History.
© 2021 Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.
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