MSIF
No último dia 30 de agosto foi celebrado o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla com o objetivo de dar mais visibilidade para a doença autoimune que acomete o sistema nervoso central e se não tratada a tempo pode deixar o paciente com incapacidade neurológica.
Segundo a Federação Internacional de Esclerose Múltipla (MSIF) enquanto algumas pessoas com EM convivem com pouca incapacidade durante a vida, em torno de 60% podem tornar-se impossibilitados de andar sem assistência, cerca de 20 anos após o início da doença.
Por isso a importância de alertar para o tratamento precoce dessa doença que, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicados em 2013, atingem cerca de 40 mil brasileiros.
O coordenador de Doenças Cerebrovasculares do Hospital Icaraí e coordenador da Neurologia do Hospital e Clínica de São Gonçalo, Dr. Guilherme Torezani explica que a esclerose múltipla é uma doença autoimune, que acaba atacando algumas áreas do cérebro e comprometendo o sistema nervoso central e que dependendo da área do cérebro inflamada, vários sintomas podem surgir de forma súbita ou em poucos dias, ao que chamamos surtos de doença.”
“Se o paciente não investigar com um neurologista, a doença vai piorando. Justo por isso, falamos em diagnóstico precoce”, alerta Torezani.
Mesma opinião do médico neurologista Dr. João Marcos Campos, do Hospital Icaraí, que lembra ainda que não existe uma causa específica da doença, mas sim uma relação entre fatores ambientais, estilo de vida e também fatores genéticos.
“Por se tratar de uma doença autoimune de todo o sistema nervoso central, ela pode se apresentar de diversas maneiras, como por exemplo uma alteração no nervo óptico, causando dificuldade de enxergar e dor na movimentação dos olhos. Se essa inflamação ocorrer em áreas de sensibilidade da medula ou do cérebro, o paciente poderá sentir dormência temporária. Se acontecer em uma área motora, o paciente pode ter dificuldade de andar ou de movimentar a mão, o braço … Então é uma doença generalizada que pode se apresentar de várias maneiras”, explica.
Tratamento avançado
Dr. João Marcos lembra que atualmente o tratamento da doença está bem avançado, sendo um dos temas mais estudados dentro da neurologia o que tem ajudado muito no desenvolvimento de novas tecnologias para o tratamento.
“Hoje em dia nós temos diversas medicações, desde comprimidos que o paciente pode tomar diariamente, até medicações que pode utilizar em aplicações de injeções anuais, mensais ou a cada seis meses”, explica lembrando que esses tratamentos reduzem o sistema imunológico com o objetivo de conter a inflamação.
Público-alvo
A esclerose múltipla acomete mais mulheres jovens, entre 20 a 40 anos e segundo o neurologista João Marcos a medicina ainda não sabe ao certo o porque disso acontecer
A esclerose múltipla também aparece em crianças atuando de forma diferente do que nos pacientes adultos.
“Em crianças e pacientes idosos esse quadro pode desenvolver, mas não é muito comum. No paciente idoso por exemplo eles não tendem a abrir o quadro, o que costuma ser uma exceção”, explica.
Uma pesquisa de 2013 da Federação Internacional de Esclerose Múltipla (MSIF) alerta que as pessoas podem ser diagnosticadas em qualquer idade e que muitas vezes atinge pessoas no momento em que elas estão estruturando sua carreira, encontrando um parceiro permanente ou tendo filhos.
Por isso é extremamente importante o diagnóstico precoce para dar uma maior qualidade de vida e bem-estar econômico e social do paciente.