Vale do Aço: grandes oportunidades à vista

Vista parcial de Ipatinga, a cidade polo (Divulgação)
Sérgio Moreira (*)
A Usiminas recebeu, no dia 26 de agosto, para a cerimônia de reacendimento do Alto Forno 1 de Ipatinga, a visita do presidente da República Jair Bolsonaro, acompanhado do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, além de ministros de Estado, parlamentares (senadores e deputados) autoridades estaduais, municipais e lideranças empresariais. O acionamento da sirene na cerimônia, após 120 dias em que o forno ficou desligado pela queda na demanda de aço no país – decorrente da pandemia de Covid-19 – marcou a retomada do crescimento econômico, não só do Vale do Aço, mas também do Brasil.
A companhia vem apostando em inovação, interagindo com mais de 30 startups, atuando em diversos temas, tornando-se um hub de tecnologia aplicada à indústria. Tudo isso não se descuidando do meio ambiente. É a primeira empresa a instalar sistema inovador de monitoramento atmosférico para controle de emissões de material particulado.
A Usiminas destaca-se como o maior complexo siderúrgico de aços planos da América Latina e um dos 20 maiores do mundo. Seu aço está presente na construção civil, nas montadoras, nas fábricas de eletrodomésticos, nas grandes obras de infraestrutura. Em seu plano de investimentos, prevê a injeção de R$ 800 milhões neste ano. Por todos esses fatores, a retomada da empresa contribuirá para o desenvolvimento da economia nacional.
Minas Gerais tem somente duas regiões metropolitanas: a Grande BH e a Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA). Segundo estatística do IBGE de 2018, a RMVA possui quase meio milhão de habitantes e um PIB de mais de 13 bilhões, além de ser uma região com alta escolaridade e mão-de-obra qualificada.
Além da Usiminas há também a Aperam: única produtora integrada de aços planos inoxidáveis e siliciosos da América Latina; Cenibra: produtora de celulose, da qual mais de 90% de sua produção é direcionada ao mercado externo; o APL Metalmecânico: arranjo produtivo local de diversas empresas de indústria mecânica; Provest Uniformes, hoje a maior Indústria de uniformes profissionais de Minas Gerais e a segunda maior do Brasil; WR Construtora, a primeira de Minas e a segunda do Brasil a conquistar a certificação ISO 9001 – versão 2015. Com mais de 1.700 unidades lançadas na região, expandiu seus negócios também para Governador Valadares.
A saúde do Vale do Aço não fica atrás. O Hospital Márcio Cunha (HMC), administrado pela Fundação São Francisco Xavier (FSFX) é referência no campo da saúde. Com 543 leitos, é referência para mais de 700 mil habitantes, em mais de 85 municípios do leste de Minas Gerais. Em 2003, o HMC foi a primeira entidade hospitalar do Brasil a obter o certificado de Acreditação com Excelência, concedido pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) e, a partir de 2015, passou a integrar o seleto grupo de hospitais a possuir a certificação internacional da Det Norske Veritas International Accreditation Standard (DIAS/NIAHO), patamar alcançado por apenas seis instituições brasileiras. O HMC recebeu, recentemente, a certificação Top Performer para as Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s), concedido em 2020, pela Epimed Solutions, em parceria com a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB).
Há também a Agenda de Convergência do Vale do Aço (da qual faço parte como delegado regional da Câmara de Comércio Líbano Brasileira). O evento faz parte do Fórum das Entidades, promovido pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais – Fiemg Regional Vale do Aço, contando com a participação de representantes do poder público e lideranças empresariais que se juntam para propor, discutir e acompanhar projetos para o crescimento da região, com foco em desenvolvimento da cadeia produtiva local e atração de novos negócios.
Levando-se em consideração esses aspectos, o Vale do Aço não decepciona quando o assunto é desenvolvimento e oportunidades, revelando em sua história o DNA do trabalho, inovação e planejamento, deixando a marca da vitória evidente em sua história: passado, presente e futuro. Por isso a essa fase de recuperação econômica deve ser encarada com todo o entusiasmo.
Como já dizia o presidente Juscelino Kubitschek, que estivera no então Distrito de Ipatinga, em 1958, para a cerimônia do lançamento do marco inicial da Usiminas: “O otimista pode errar, mas o pessimista já começa errando”.
Obs.: Para saber mais: revista Isto É Dinheiro (setembro/2020 – matéria de capa) Usiminas: A indústria volta ao jogo.
(*) Sérgio Moreira é engenheiro metalurgista, mestre em Metalurgia Extrativa, MBA em Comércio Exterior e é mestrando em Negócios Internacionais. Atua como presidente da Associação Cultural Líbano Brasileira de Minas Gerais (ACLB-MG) e também é delegado regional da Câmara de Comércio Líbano Brasileira de Minas Gerais (CCLB-MG).

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By valeon