Joacir Martinelli – Duomo Aprendizagem
Pesquisa inédita da Duomo Aprendizagem Corporativa mostra que apenas 30% dos colaboradores investem o que consideram ideal no próprio crescimento
A Duomo Aprendizagem Corporativa realizou uma pesquisa inédita com mais de 150 colaboradores de diversas empresas sobre a percepção de protagonismo. Embora mais da metade dos participantes tenham dito que se veem como pessoas protagonistas, que têm iniciativa e autonomia para tomar decisões, 73% acreditam que precisam mudar a postura, se desenvolver e alguns até já começaram esse processo. Apenas 27% dos entrevistados disseram não ter tempo no momento ou que se sentem bem da forma que já trabalham.
A percepção sobre protagonismo nem sempre é clara para o colaborador. Ao serem questionados, muitos dizem que adotam uma postura protagonista, mas ao falar sobre as iniciativas que demonstrariam isso na prática, a resposta inicial pode não corresponder à própria expectativa. “Estimular a postura protagonista na equipe é fundamental para que o gestor tenha mais tempo para se dedicar a novos desafios e as tarefas estratégicas de sua própria função. Uma equipe com postura protagonista reflete diretamente nos resultados da empresa, pois as resoluções ficam mais ágeis possibilitando o desenvolvimento de ações mais competitivas e inovadoras’, afirma Joacir Martinelli, fundador da Duomo.
Na pesquisa realizada pela Duomo, os participantes começam respondendo sobre sua autopercepção de protagonismo. 53% dos entrevistados afirmam inicialmente que têm iniciativa e autonomia para tomar decisões e enfrentam os desafios do dia a dia. Apenas 25% não se veem como protagonistas, 13% acreditam ser parcialmente e 9% não se posicionam a respeito. Entretanto, ao responderem à pergunta seguinte, sobre o grau de autonomia e iniciativa, a contradição é evidente: 62% levam de alguma forma o problema a ser resolvido para a sua liderança e somente 38% dos colaboradores disseram resolver situações que, apesar de serem de sua responsabilidade, não é o que normalmente realizam no dia a dia.
Ao serem questionados sobre a realização de tarefas, a maior parte dos profissionais faz apenas o que foi solicitado. Somente 30% afirmam que realizam um bom número de tarefas que não foram pedidas. A maioria, 48%, diz que às vezes tem iniciativa para preparar algo por conta própria, 20% são claros ao afirmarem que fazem só o que foi solicitado e 2% dizem que a liderança não dá autonomia, o que mostra um baixo índice de iniciativa por parte dos respondentes, na maior parte nas situações diárias.
Sobre novas ideias para melhorar o departamento ou a empresa, 40% afirmam que o fazem com frequência, 50% que não fazem de forma regular e 10% que nunca sugerem mudanças. Quando a pergunta é sobre confiança, 60% dos colaboradores dizem que se sentem pouco ou sem confiança para tomar decisões e só 40% deles o fazem sem dificuldade. Com relação ao próprio desenvolvimento profissional a porcentagem é ainda mais baixa: 30% fazem tudo o que está ao seu alcance para se desenvolverem enquanto 70% reconhecem que não.
“Ter um processo colaborativo de distribuição de responsabilidades é fundamental para o crescimento de toda a equipe. É necessário estimular o colaborador para sair da zona de conforto, incentivando-o a ser mais proativo, mais autoconfiante e com maturidade técnica e assim, dar conta da operação com autonomia. O estímulo deve ser constante para que aos poucos o mindset estabelecido há tantas décadas seja transformado”, aponta Martinelli.
A Duomo também fez perguntas sobre a percepção do colaborador em relação aos seus líderes e à empresa. Sobre o quanto a cultura da companhia incentiva o protagonismo, a maior parte afirma que há estímulo sim, mas que ainda há possibilidades de incentivar mais: 40% ressaltam que há um grande estímulo; 50% de que há, mas que poderia ser maior e apenas 10% dizem que não há nenhum.
Com relação aos líderes, a maioria também é clara: 50% afirmam que as lideranças esperam uma postura mais protagonista. Porém, 34% dizem que apesar de desejá-la, os hábitos que existem na empresa não permitem. Por fim, 10% relatam que não há um posicionamento claro e 6% que os líderes até desejam autonomia, mas não lidam bem com isso. É importante observar que líderes centralizadores fazem parte da cultura corporativa brasileira, um hábito que não favorece o protagonismo dos profissionais, mas que vem sendo revisto e estudado em diversas empresas.
“Quando toda a equipe assume um comprometimento os resultados aparecem. Um colaborador confiante tem a segurança para sugerir soluções diferentes dos comandos do gestor, sem medo de retaliação, o que pode gerar saídas mais criativas. O envolvimento em questões estratégicas faz com que perceba que sua atuação é fundamental para o sucesso da empresa, estimulando o senso de pertencimento, o ‘olhar do dono’ e o empenho em contribuir com questões que não estão diretamente ligadas a suas tarefas de rotina”, ressalta Martinelli.