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Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Mesmo com os efeitos da estiagem na agricultura, PIB teve maior crescimento desde 2010.| Foto: Confederação Nacional da Agricultura/Wenderson Araújo

O IBGE acaba de mostrar que o PIB brasileiro cresceu 4,6% em 2021 e superou as perdas da pandemia. No ano anterior, embora o FMI tenha previsto uma queda de 9%, o PIB do Brasil caiu metade disso: 3,9%. A despeito da campanha do fique em casa e feche tudo, o brasileiro levantou, sacudiu a poeira, e deu a volta por cima. Nossa resiliência é parte de nossa energia, nossa força, nosso espírito, principalmente se o governo não atrapalha.

Mesmo quando o clima atrapalha, como aconteceu com o agro, tivemos o maior crescimento desde 2010 e nosso Produto Interno Bruto chegou a R$ 8,7 trilhões. E não é um número abstrato, distante, porque, segundo o IBGE, o consumo familiar subiu 3, 6%, assim como subiram a poupança e o investimento privado. Fonte de emprego para a mão-de-obra mais necessitada, a construção civil cresceu 9,7%. Neste ano, o investimento estrangeiro já procura o Brasil como porto seguro e nossa moeda se valorizou em cerca de 10% frente ao dólar, a moeda-base do mundo.

O que houve? Deus olhou para o Brasil? O destino resolveu nos premiar? Ou fomos nós que nos rebelamos contra a campanha pessimista? Aposto na última hipótese. Em primeiro lugar, porque nos rebelamos contra grupos políticos-fisiológicos que se apropriavam do estado, que é patrimônio de todos os brasileiros. Quando a maioria decidiu, nas urnas, por uma proposta que não queria partidos políticos dominando estatais e a administração direta federal, boa parte da transformação se concretizou.

A principal vítima da rapina, a Petrobras, teve resultado recordista, assim como o BNDES, que ajudava ditaduras estrangeiras e agora investe nos empreendimentos brasileiros. A Caixa Econômica se tornou o banco social que é sua vocação e tem tido os maiores resultados da história . Antigas estatais que sempre tiveram prejuízos, nunca foram tão bem.

Isso sem falar nos resultados na administração direta. O Banco Central repassou no ano passado, cerca de R$ 72 bilhões ao Tesouro. As contas do setor público tiveram o primeiro resultado positivo em sete anos, de R$ 64,7 bilhões em 2021, isso que impostos foram reduzidos sobre combustíveis e bens duráveis.

E ainda sobrou sobrou para concluir obras cronicamente inacabadas, como pontes e a bendita água para o Nordeste, além de subsidiar a renda das vítimas do feche tudo, com o Auxílio Brasil, e perdoar 92% das dívidas dos estudantes no Fies. Sobrou até para dar os 33% aos professores do básico. As centenas de bilhões que sobraram porque o roubo acabou, mostra o tamanho que os corruptos tiravam dos pagadores de impostos.

No estado inchado, ainda se penduravam nas folhas de pagamento milhares de cargos em comissão, DAS de alto nível, que não apareciam no local de trabalho e sustentavam boas casas no Lago Sul de Brasília. Foram simplesmente demitidos. Lei Rouanet passou a apoiar quem realmente precisa e acabaram-se as mamatas de imposto sindical e ajudas estranhas.

Ministros tiveram autonomia, mas sem mando de partidos políticos. Os que desfrutavam do dinheiro fácil que vinha com o suor dos pagadores de impostos reagiram de todas as formas, até mesmo usando a pandemia, mas não conseguiram vencer o povo resiliente, teimoso e mais informado.

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