Falta de dinheiro
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Falência das startups: quais são os gargalos que impedem o crescimento de boas ideias| Foto: Reprodução

Nos últimos anos têm surgido startups de diferentes áreas de atuação para suprir as necessidades do mercado. Atualmente, de acordo com a Associação Brasileira de Startups (Abstartups), existem no Brasil mais de 14 mil startups cadastradas em sua base. Mas, para que estas consigam se manter vivas em seus segmentos, uma boa ideia não basta. É preciso atenção a muitos pontos de gestão à execução, pois, do contrário, alguns deslizes podem ser fatais para o negócio.

Um estudo feito pela CB Insights, mostra que 38% das startups faliram por conta de falta de dinheiro ou dificuldade de conseguir investimentos; 35% não têm produto market-fit; 20% não conseguiram competir com a concorrência; 19% não acertaram no modelo de negócio; 18% tiveram dificuldade com desafios regulatórios; 15% tiveram problemas de preços, dentre outros.

Assim, empreendedores precisam traçar estratégias ideais para cada área do negócio para evitar que isso ocorra. Financeiramente, ter um departamento de vendas eficiente é a chave para garantir a estabilidade dos negócios e segurar o orçamento. “A falta de dinheiro é o principal fator de desistência dos sonhos dos empreendedores e a causa primordial para que declarem falência. O problema é que os investidores não querem só ver um produto ótimo, desejam ver empresas capazes de gerar resultados reais. E isso só pode ser feito com uma equipe de vendas focada em outbound, altamente qualificada e que de verdade, entenda como resolver problemas dos clientes”, afirma Tatiana Pezoa, CEO da Outbound Sales, edtech focada em educação corporativa que transforma candidatos em profissionais de vendas outbound, indica os melhores alunos treinados para empresas e realiza mentorias e acompanhamentos de desempenho de vendas outbound.

As vendas outbound trazem uma prospecção ativa, em que profissionais entram em contato somente com potenciais consumidores que têm interesse nos produtos e serviços oferecidos. É por isso que este tipo de venda tem chamado a atenção das companhias que se preocupam em oferecer a melhor experiência aos clientes, impulsionar vendas e alavancar o faturamento.

Outro problema que atravessa muitas startups e impede o crescimento, está no momento de formar o time. A falta de bons profissionais de tecnologia no mercado não é uma novidade, e afeta diretamente o bom andamento de uma empresa que está em seu estágio inicial. “Startups em estágio inicial precisam entregar a solução defendida no pitch para seus potenciais investidores o mais rápido possível. Por isso, além de enfrentar um mercado com poucos profissionais de alto nível disponíveis, é preciso encontrar rapidamente. A startup que não consegue montar um bom time em tempo hábil, tende a não conseguir cumprir com prazos e seguir o projeto, mesmo com uma boa ideia” diz Pedro Luiz Pezoa, CEO da Pointer, HRTech especializada no recrutamento rápido de profissionais de alto nível no setor de tecnologia.

Além de enfrentarem um mercado assediado por empresas internacionais, com salários competitivos e regime de trabalho em modelo anywhere office, startups têm dificuldade em encontrar um time que seja totalmente sinérgico com a cultura da empresa. O problema é tão grave que startups estão se adaptando a essa nova realidade. “A saída, então, é oferecer salários melhores e entender que o trabalho remoto é inegociável. Processos seletivos demorados também colaboram para afastar o bom profissional”, acrescenta Pedro Luiz, que criou uma solução para acelerar a “caçada” por profissionais de alto nível para empresas de tecnologia.

A busca por investimentos também precisa ser estratégica para evitar que a startup dê um passo em falso e não consiga levar o projeto para frente. Amure Pinho, fundador do Investidores.vc, maior plataforma de investimentos-anjo do Brasil, explica que as decisões tomadas no momento do investimento podem definir o futuro de uma startup. “A ansiedade para conseguir capital pode tirar a atenção do empreendedor para alguns detalhes”, alerta o investidor, que está no mercado de investimentos há mais de 20 anos. “Ao colocar a startup em uma rodada, o fundador sempre deve permanecer com um percentual significativo do negócio, por exemplo. Além disso, manter somente pessoas ligadas diretamente na startup no quadro societário também é importante para manter um captable saudável para futuras rodadas de captação”, explica.

O investidor ainda acrescenta que muitos empreendedores, na pressa por um investimento, fecham negócio com cláusulas que vão travar as decisões importantes. “Fazer uma ideia ir para frente depende bastante de investimento, mas é importante sempre se lembrar o porquê se chegou até aqui. Se uma ideia for sufocada por vetos e falta de autonomia de quem está na operação, é bem provável que o crescimento seja controlado. Portanto, receber um investimento com inteligência é o que vai fazer com que a startup tenha mais chance de sobreviver aos primeiros anos mais críticos”, finaliza Amure.


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