Nereu Crispim (PSD-RS) defendeu que Bolsonaro suspenda a política de preços de paridade de importação da Petrobras
Iander Porcella, O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA – Após o governo passar a considerar um valor de até R$ 1 mil mensais para o “voucher” a caminhoneiros, o líder da Frente Parlamentar da categoria no Congresso, Nereu Crispim (PSD-RS), disse que “nem R$ 5 mil resolvem”. O deputado defendeu que o presidente Jair Bolsonaro suspenda a política de preços de paridade de importação (PPI) da Petrobras, que leva em conta a variação do dólar e o valor do barril de petróleo no mercado internacional para definir os preços dos combustíveis.
“Caminhoneiro não quer assistencialismo para ficar refém de político que a qualquer momento pode fazer chantagem eleitoral! Quer política sustentável para administrar seu negócio sem interferência estatal!”, afirmou Crispim, em nota. O deputado preside a Frente Parlamentar em Defesa dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas. “Nem (voucher de ) 5 mil reais resolve! O que resolve é o presidente Jair Bolsonaro cumprir a promessa de campanha de 2018 de suspender a resolução 05/2017 que criou o PPI!”, emendou.
Segundo apurou o Estadão/Broadcast, o governo discute conceder um “voucher” a caminhoneiros de até R$ 1 mil mensais, dentro da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos combustíveis que tramita no Senado, mas o valor ainda não está fechado. Na terça, 21, as primeiras sugestões eram de um benefício de R$ 400 para compensar a categoria pelos sucessivos aumentos recentes no diesel, mas os caminhoneiros continuaram insatisfeitos.
“Há inclusive algumas vedações para criar essas mágicas assistencialistas devido a ser ano eleitoral! Vamos aguardar a presepada que irão inventar! Estão, como se diz no dito popular, como baratas tontas tentando há quase quatro anos efetuar alguma entrega para os caminhoneiros e não fizeram nada vezes nada!”, disse Crispim.
O líder da Frente Parlamentar em Defesa dos Caminhoneiros tem adotado um tom crítico em relação ao governo. O deputado também defende um projeto de lei que cria um fundo de estabilização dos preços dos combustíveis, com recursos que viriam de um imposto sobre a exportação de petróleo.