Coligações
Por
Wesley Oliveira – Gazeta do Povo
Brasília


Jair Bolsonaro e Lula são pré-candidatos a presidente da República nas eleições de outubro deste ano| Foto: Alan Santos/PR e Ricardo Stuckert

As campanhas do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lideram, até o momento, o arco de alianças entre partidos que estarão coligados na disputa presidencial deste ano.

As composições fazem parte da estratégia para garantir palanques e tempo de propaganda no rádio e na TV, além de capilaridade de apoio pelo país.

As adesões por parte dos partidos podem ser feitas até o dia 5 de agosto, data final para a realização das conversões partidárias. Nos encontros, as siglas se reúnem e aprovam ou rejeitam a composição de coligações ou até mesmo a neutralidade na disputa presidencial.

Saiba abaixo como estão os acordos dos principais nomes da disputa presidencial até o momento:

Partidos garantem maior fatia do tempo de propaganda para Lula 
Partidos na aliança: PT, PSB, PV, PCdoB, Rede, PSol e Solidariedade
Fundo eleitoral e partidário (somados): R$ 1,1 bilhão
Tempo de TV (estimado): 89,8 minutos
Número de deputados federais: 110
Número de senadores: 10 
Número de prefeitos: 623* 
Até o momento, a coligação em torno da campanha do ex-presidente Lula é a maior em número de partidos – são sete ao todo. Com isso, a candidatura do petista garantiu a maior fatia em tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão.

Lula deverá ter 89,8 minutos do tempo total da propaganda eleitoral gratuita. A fatia corresponde a 24% do total. Neste ano, as inserções da disputa presidencial irão ao ar nas terças, quintas e sábados, a partir do dia 16 de agosto. A propaganda eleitoral será veiculada duas vezes ao dia, em blocos de 15 minutos cada. Com isso, o programa do ex-presidente terá cerca de 3 minutos em cada bloco.


Partidos de Bolsonaro investem na capilaridade pelo país 
Partidos na aliança: PL, PP, Republicanos e PTB 
Fundo eleitoral e partidário (somados): R$ 990 milhões
Tempo de TV (estimado): 77,8 minutos 
Número de deputados federais: 179 
Número de senadores: 19 
Número de prefeitos: 1.144 (eleitos em 2020)
A campanha de Jair Bolsonaro conta com a adesão de quatro partidos. Além do PL, o PP, o Republicanos e o PTB já fecharam um acordo para apoiar o projeto de reeleição do presidente. O núcleo de campanha ainda corteja o PSC, que ainda não bateu o martelo sobre qual será o seu posicionamento na disputa nacional.

Uma das apostas da campanha de Bolsonaro é a capilaridade que os partidos terão nessa disputa. Somente o PL, partido do presidente, deve lançar 14 candidaturas aos governos estaduais. A lista inclui alguns dos principais colégios eleitorais do país, como Bahia e Minas Gerais, estados em que o partido tem como pré-candidatos, respectivamente, o ex-ministro João Roma e o senador Carlos Viana.

Já o PP lançou três nomes nas disputas estaduais, enquanto o Republicanos terá quatro nomes. Entre eles, o ex-ministro Tarcísio de Freitas, que vai garantir o palanque do presidente em São Paulo, maior colégio eleitoral do país. As costuras estaduais estão sendo feitas pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e pelo presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, integrantes do núcleo de campanha.

Terceira via de Tebet conta com três partidos
Partidos na aliança: MDB, PSDB e Cidadania
Fundo eleitoral e partidário (somados): R$ 771,1 milhões
Tempo de TV (estimado): 50,2 minutos
Número de deputados federais: 64 
Número de prefeitos: 1.426 (eleitos em 2020)

Escolhida como nome da chamada terceira via, a senadora Simone Tebet ainda enfrenta dificuldades para consolidar o apoio dentro das legendas que irão participar da sua coligação. A expectativa é de que o nome seja chancelado na convenção partidária do MDB. Contudo, diversos diretórios estaduais prometem apoiar o ex-presidente Lula, principalmente em estados do Nordeste, como Alagoas, Paraíba e Ceará, por exemplo.

Como a Gazeta do Povo mostrou, os impasses dentro do MDB e nos demais partidos da coligação colocam em xeque os palanques da emedebista pelo país. No Rio Grande do Sul, apesar do indicativo da Executiva Nacional do MDB em torno da pré-candidatura do tucano Eduardo Leite para a disputa do governo, o diretório do MDB no estado resiste em retirar a pré-candidatura de Gabriel Souza. O apoio do MDB ao nome de Leite é uma das condicionantes do PSDB para a aliança nacional com Tebet.

Ciro Gomes fica isolado com o PDT
Partidos na aliança: PDT
Fundo eleitoral e partidário (somados): R$ 253,4 milhões
Tempo de TV (estimado): 19,6 minutos
Número de deputados federais: 19
Número de senadores: 3 
Número de prefeitos: 311 (eleitos em 2020) 
Apesar da ofensiva de Ciro Gomes para encontrar apoio para a disputa presidencial, o PDT não fechou acordo com nenhum partido até o momento e não há expectativa de que isso possa ocorrer. Sendo assim, o pedetista pode concorrer com uma chapa pura, com o seu partido indicando também um nome para vice na chapa.

Líderes da sigla ainda acreditam na possibilidade de o PSD e o União Brasil apoiarem o ex-governador do Ceará, apesar de as duas siglas já terem indicado resistência a essa possibilidade. O União Brasil tem um pré-candidato à Presidência, o deputado Luciano Bivar. Já Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, indicou que o partido irá manter neutralidade, ao menos no primeiro turno, na disputa presidencial.

De acordo com Ciro, os demais partidos querem avaliar “até a última hora” se a candidatura dele será viável. Levantamento mais recente do instituto FSB Pesquisa, divulgado na última segunda-feira (11), mostrou o pedetista com 9% das intenções de votos. A pesquisa apontou o ex-presidente Lula com 41%, seguido pelo presidente Bolsonaro com 32%.

Além de Ciro Gomes, os demais pré-candidatos Luciano Bivar, André Janones (Avante), Felipe d’Avilla (Novo), Pablo Marçal (Pros), Sofia Manzano (PCB), Vera Lúcia (PSTU), Eymael (DC) e Leonardo Péricles (UP) também devem concorrer em chapas puras. Ou seja, sem a adesão de outros partidos.

Metodologia da pesquisa citada
O Instituto FSB Pesquisa ouviu, por telefone, 2 mil eleitores entre os dias 8 e 10 de julho de 2022. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. A pesquisa foi encomendada pelo banco BTG Pactual e está registrada no TSE com o protocolo BR-09292/2022.


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