Cabo de Guerra
Coluna Esplanada – Leandro Mazzini
As recentes operações da Polícia Rodoviária Federal nas ruas de São Paulo, Salvador e outras cidades, em inquérito que investiga adulteração de combustíveis, acenderam o alerta no Ministério da Justiça e reforçaram, internamente, as críticas da Polícia Federal. A PRF tem feito operações esporádicas embasada no Decreto 10.073/2019, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, que dá competência à força policial rodoviária para lavrar termos circunstanciados (TCO) e avançar em investigações conjuntas com a PF. A recente cena de um porteiro que se recusou a abrir o portão para os agentes rodoviários é um sinal de que precisa haver ajustes: por receio de ser assalto, ele estranhou os coletes da PRF numa operação que normalmente seria protagonizada pela Polícia Federal.
Estratégia..
Um método utilizado pelos policiais rodoviários chama a atenção da PF e do MJ: eles têm filmado as operações, o que é de praxe, por segurança. O problema é que andam divulgando trechos dos vídeos por whatsapp e para a mídia.
..ou vaidade?
Além disso, policiais federais comentam (não sem achar certa graça) a falta de treinamento técnico específico dos agentes rodoviários durante as diligências, inclusive usando máscaras (balaclavas), onde não há a menor necessidade.
Cobertor curto
A despeito da eficiência das operações da PRF, as críticas apontam um certo deslumbramento dos agentes, cuja missão de fiscalização de rodovias pode ficar comprometida.
Na Justiça
Há uma Ação Direta de Inconstitucionalidade no STF (nº 6.296/DF), ainda não julgada, que questiona a portaria do Ministério da Justiça. O STF solicitou a manifestação do PGR, Augusto Aras, sobre o caso. O Parecer, já encaminhado ao relator, foi contrário à portaria do executivo e às pretensões da PRF.
Quase demissão
O ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, ameaçou se demitir caso o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, não se retratasse publicamente por tê-lo chamado de ‘Maria Fofoca’. O presidente Jair Bolsonaro entrou no circuito, deu bronca geral, e no domingo Salles se desculpou publicamente nas redes sociais.
Muitas promessas
A vice-governadora de Santa Catarina, Daniela Cristina, apareceu rezando tanto na Assembleia Legislativa para assumir o cargo do governador afastado que há quem aponte promessas dela a pagar. Aqui na Terra mesmo.
Deu não
Um morador do Tocantins moveu ação contra a União e Anavisa para plantar cannabis em casa, a fim de tratar seu Mal de Parkinson. Perdeu. Mas o debate continua forte.
DEM na Esplanada
O ministro Ricardo Salles nunca se ajudou. É um kamikaze no céu da Esplanada. Mas o bombardeio gratuito contra ele nas redes sociais promovido por Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre tem endereço certo: o poder do DEM na eventual fusão do Ministério do Meio Ambiente com o Ministério da Agricultura, já controlado pelo partido.
Verdinhas
O Boletim de Notícias Lotéricas revelou que, com a pandemia, os cassinos de Sheldon Adelson – magnata amigo de Trump que quer investir no Brasil – tiveram prejuízo de US$ 562 milhões, contra lucro de US$ 454 milhões no mesmo período de 2019.
Hipocrisia no ar
Os casos se repetem. Após o relato no aeroporto de BH, um leitor da Coluna conferiu de perto a hipocrisia no terminal do Santos Dumont (RJ), na sexta: espaçamento no checkin e embarque, mas o avião lotado, com passageiros ombro a ombro.
Parece, mas não é
O jornalista Mário Marques, com carreira no JB, O Globo e outros veículos, virou alvo de trapalhada de advogados de defesa do governador afastado Wilson Witzel, a quem serviu por meses como chefe da Secom do Estado do Rio. A defesa citou ‘Mário’ na peça de defesa de um processo. Não é ele, garante. Seria o operador Mario Peixoto.