Narrativas
Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo
O ex-presidente Lula cumpre agenda em Pernambuco durante a semana.| Foto: André Coelho/EFE
Vocês notaram como ficam repetindo o chavão da “ameaça à democracia”? O que é “ameaça à democracia”? Corrupção é uma ameaça à democracia, porque o dinheiro público passa a ser dos corruptos e não mais do público, do pagador de impostos. Não vai mais para hospitais, escolas, assistência social, infraestrutura, tratamento de esgoto, saneamento básico. Isso, sim, é um crime muito grande contra a democracia, porque falta dinheiro para os hospitais, e isso mata. Mata-se o futuro quando falta dinheiro para o ensino. Esse é um dos problemas. O outro é quando há uma ideologia que quer se impor, e todo mundo sabe que ela só se impõe em regimes de força como foi na União Soviética, por mais de 70 anos, em Cuba, na Venezuela, na China, como a gente está vendo nesses dias. Para funcionar, tem de ter um Estado forte e uma liberdade fraca para as pessoas físicas e jurídicas, assim o Estado pode se impor. Outro dia, até o ex-presidente Lula falou nisso, que na China era bom porque o governo podia governar, ninguém reclamava.
Por que eu estou contando isso? Porque foi homologada a candidatura dele em São Paulo e, na ausência dos dois candidatos, Lula e Alckmin, foi homologada a candidatura deles pelo Partido Comunista do Brasil e pelo Partido Verde, formando federação com o Partido dos Trabalhadores. Os componentes da chapa, Lula e Alckmin, estavam em Pernambuco, estado natal de Lula, no município onde ele nasceu, Garanhuns. Eu vi as imagens, tinha pouca gente e houve até vaias. Nos jornais e redes sociais só aparece a foto de Lula, não a do público. Mas vi alguém gravando por trás e ouvi vaias. O eleitor chega lá e vê Lula e Alckmin juntos, aqueles que eram os grandes adversários na eleição presidencial de 2006, um dizendo que o outro era o pior do mundo. Como é que o cidadão, que tem o pensamento claro, lógico, vai admitir? Fica estranho. O ex-presidente ainda está por lá, e agora está fazendo reuniões fechadas.
A explicação que Fachin quer está no artigo 84 da Constituição
O ministro Edson Fachin, atendendo a PCdoB, Rede, PDT e PT, deu cinco dias para o presidente Bolsonaro explicar por que convidou os embaixadores para falar sobre a falta de segurança da apuração. Eu acho que Bolsonaro devia responder que a Constituição, no artigo 84, afirma que compete privativamente ao presidente da República manter relações com Estados estrangeiros. E, se é “privativamente”, isso exclui o próprio ministro Fachin, que dias antes havia também convidado os representantes de Estados estrangeiros para falar sobre o mesmo assunto, a segurança da urna eletrônica e da apuração. Mas só quem pode fazer isso é o presidente da República, e ele usou esse poder.
Até o Brasil da pré-história já foi pilhado
Lá no Nordeste tem muito achado do período Paleolítico. Agora mesmo um museu alemão finalmente reconheceu isso, porque até agora dizia que um certo objeto era da Alemanha. São fósseis de um dinossauro ancestral das aves, com mais de 100 milhões de anos. Esse fóssil foi levado da Bacia do Araripe, uma região entre o Ceará e o Piauí por onde pesquisadores estrangeiros andam, levando fósseis para fora.
O Ministério Público já recuperou muitos desses fósseis. São dezenas. Isso aqui era casa da mãe Joana nos anos 1990; esse dinossauro chegou à Alemanha, mas não se sabe como. Pegaram muita coisa da Bélgica e ficam se metendo em nossa vida depois de levar madeira, minerais, até fósseis. Roubando do Brasil de 100 milhões de anos atrás.
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