Presidente do Senado
Por
Lúcio Vaz – Gazeta do Povo
| Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
Durante o recesso parlamentar, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fez viagem particular a Orlando (EUA), de 19 a 31 de julho, acompanhado por dois seguranças do Senado. Cada um deles recebeu 13 diárias, no valor de R$ 29,4 mil – R$ 2,2 mil a unidade – mais as passagens no valor de R$ 35 mil. O custo total da escolta no passeio do presidente chegou a R$ 93,4 mil. As viagens de 20 senadores já custaram R$ 1 milhão neste ano.
Pacheco também esteve em Coimbra (Portugal), em abril, para visitas à Câmara Municipal e à universidade local. Dali, seguiu para o World Company Award, em Monte Carlo, Principado de Mônaco. Foi acompanhado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) nos eventos em Coimbra e nas reuniões com o presidente da República e com presidente da Assembleia de Portugal. Também estavam na comitiva a diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, e o diretor Luiz Cláudio da Silva Chaves. As diárias e passagens somaram R$ 38 mil.
Em junho, Pacheco retornou a Lisboa para participar do Fórum Jurídico de Lisboa – Governança da Ordem Jurídica em Transformação. O evento é promovido pela Universidade de Lisboa e pelo Instituto de Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), criado pelo ministro do TSE Gilmar Mendes.
O senador Jean Paul Prates (PT-RN) também esteve em Lisboa, de 18 a 21 de abril, para participar do Fórum de Integração Brasil-Europa (Fibe). Dois servidores do Senado estiveram no mesmo evento. As passagens e diárias dos três chegaram a R$ 63 mil.
A passagem mais cara
A passagem mais cara foi do senador Irajá (PSD-TO), para Nova York – R$ 21 mil. Ele participou do Fórum Político de Alto Nível na Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. Com as diárias, as despesas somaram R$ 33 mil. O senador Chico Rodrigues (União-RR), que foi flagrado pela Polícia Federal com dólares na cueca, foi a Caracas para reunião com membros da Assembleia da República Bolivariana da Venezuela. As suas diárias mais as do seu assessor custaram R$ 24 mil.
O senador Humberto Costa (PT-PE) viajou para Londres, México, Bogotá e Montevidéu, com gastos de R$ 87 mil. A viagem mais cara foi para Londres e Oxford, onde participou de reuniões bilaterais com o Governo Britânico sobre os temas Mudanças Climáticas, Finanças Verdes e Direitos Humanos.
A candidata do União Brasil à Presidência da República, Soraya Thronike (MS), esteve em Barcelona, para visitar a feira Mobile World; em Tel Aviv, para conhecer o Ecosistema Inovador de Israel; e na República Tcheca, para a Conferência Checa-Iberoamerica sobre Desenvolvimento, Prosperidade e Democracia. Mais R$ 54 mil na conta do contribuinte. Esperidião Amin também esteve na Mobile World, a um custo de R$ 18 mil.
Rogério Carvalho (PT-SE), esteve em Houston (EUA), em maio, para participar da Offshore Technology Conference (OTC). As despesas dele e de um servidor da Câmara fecharam em R$ 49 mil. A senadora Daniela Ribeiro gastou R$ 43 mil com viagens à Cidade do Panamá, Cidade da Guatemala e Boston.
Viagem particular
Questionado sobre os custos e a importância das suas viagens, o presidente do Senado afirmou, por meio de nota, que viajou para Coimbra em visita oficial. “Dentre os compromissos cumpridos, o senador Rodrigo Pacheco assinou acordo com a Universidade de Coimbra para comemoração dos 200 anos da Independência do Brasil”, diz nota da Presidência.
Sobre a escolta do presidente do Senado Federal, a sua assessoria informou: “As diárias são correspondentes ao cumprimento de segurança de autoridade, no caso, o presidente do Senado Federal, nos Estados Unidos da América (EUA), no período de 19 a 31 de julho de 2022. As ações de proteção aos senadores estão previstas no inciso VIII do Art. 226 do Regulamento Administrativo do Senado Federal (RASF), anexo ao Ato da Comissão Diretora nº 2/2018”.
O blog voltou a questionar por que não há, na página de Transparência do Senado, registros de viagem do presidente aos Estados Unidos em julho. A assessoria respondeu que foi uma “viagem particular, durante o recesso parlamentar”.
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