Seis meses de conflito

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Luis Kawaguti – Gazeta do Povo


Destruição em Kharkiv: algumas hipóteses sobre os movimentos militares na Ucrânia perderam força desde fevereiro, mas prever um desfecho para a guerra ainda é uma tarefa difícil| Foto: EFE/EPA/SERGEY KOZLOV

Após seis meses, as linhas de frente na Ucrânia parecem ter se consolidado. Os movimentos de tropas russas e ucranianas nas últimas semanas sinalizam para um cenário de guerra de atrito – com muita violência, mas poucas mudanças de posições no campo de batalha. Analistas ouvidos por Jogos de Guerra traçaram cenários de como podem se passar os próximos meses de guerra.

Segundo a ONU, ao menos 5,6 mil civis morreram no conflito e 7,9 mil ficaram feridos. A estimativa é considerada subestimada, pois órgãos oficiais não tiveram acesso à maioria das cidades sob domínio russo e corpos continuam sendo encontrados nas regiões de onde a Rússia se retirou.

As baixas militares estão sendo divulgadas em meio a um contexto de guerra da informação. Por isso, devem ser analisadas com cautela. A Ucrânia disse ter perdido 9 mil combatentes desde 24 de fevereiro, mas o número pode ser bem maior. A Rússia disse que 1,3 mil de seus soldados morreram, mas analistas da inteligência britânica estimam que o número real aproximado seja de 25 mil.

Segundo o general brasileiro da reserva Rui Yutaka Matsuda, ex-comandante militar do Planalto, as mortes de 9 mil homens do lado ucraniano e cerca de 25 mil do lado russo estão de acordo com uma proporção da teoria da guerra: para cada defensor, são necessários três combatentes da força invasora para viabilizar o ataque.

Assim, é possível dizer que a guerra na Ucrânia já resultou nas perdas de ao menos 40 mil vidas e na fuga de 6,6 milhões de refugiados ucranianos para países europeus.

Entre as consequências econômicas da guerra, analistas ocidentais estimam um prejuízo só dentro da Ucrânia de mais de US$ 113 bilhões (R$ 575 bilhões).

Na Europa, a redução do fornecimento de gás russo (que era responsável por 40% do consumo antes da guerra) colabora para um cenário no qual o gás natural está dez vezes mais caro que há uma década – o que já está agravando a crise energética mundial pós-Covid e deve levar a um grande aumento nas contas de energia nos próximos meses na União Europeia.

A guerra também desestabilizou o preço do petróleo e levou os Estados Unidos a recorrer à colocação no mercado de suas reservas estratégicas. Também tem ocasionado uma escassez de fertilizantes e uma alta mundial da inflação – que pode levar as maiores economias do mundo a um cenário de estagnação.

No campo diplomático, a Suíça abandonou sua neutralidade histórica ao apreender reservas financeiras russas. Finlândia e Suécia estão cada vez mais próximas de entrar na OTAN (a aliança militar ocidental). A Alemanha decidiu se rearmar após décadas de escassez de investimentos militares e a Polônia está comprando um arsenal moderno para fazer frente a uma possível invasão russa.

Do outro lado do espectro, Moscou vem manobrando para aprofundar cada vez mais parcerias com países como China, Coreia do Norte e Irã.

Nesse contexto, a corrida armamentista mundial, que havia sido retomada em 2018, começa a apontar para a realidade da Guerra Fria do século passado.

Esses eventos ocorrem tendo como pano de fundo uma tentativa de contestação por parte da Rússia à ordem mundial hegemônica liderada pelos Estados Unidos – na qual a guerra na Ucrânia é a ação mais violenta e evidente.

Contudo, a possibilidade da guerra na Ucrânia desencadear a Terceira Guerra Mundial parece bem mais distante do que aparentava no início do conflito.

Então, o que pode acontecer durante os próximos meses nos campos de batalha ucranianos?

Analistas ouvidos pela coluna Jogos de Guerra disseram que a imprevisibilidade da guerra e o fato de não conhecermos os objetivos finais da Rússia tornam difícil prever desfechos para o conflito.

Mesmo assim, eles ajudaram a estabelecer cenários mais prováveis para o próximo semestre do conflito. Veja abaixo:

Guerra de atrito e ofensiva econômica russa no inverno
Esse é o cenário mais provável. De acordo com Matsuda, tanto Moscou como Kyiv têm capacidade para sustentar o conflito por um longo período de tempo.

A economia da Rússia não entrou em colapso por causa das sanções impostas pelo Ocidente e o país possui reservas suficientes de armas e combatentes para manter o ritmo atual de guerra.

A Ucrânia, por sua vez, conta com apoio firme do Ocidente, o que garante ao país um fluxo contínuo de armas e recursos financeiros.

Segundo o coronel da reserva Flávio Morgado, professor da Escola de Comando e Estado Maior do Exército (Eceme) e do Instituto Meira Mattos, em vez de focar na conquista de mais território, a Rússia deve tentar desmotivar Washington e seus aliados. “A Rússia quer atacar o centro de gravidade da Ucrânia, que é o apoio do Ocidente”, afirmou.

Para isso, a ofensiva russa deve se concentrar no campo econômico. Moscou deve continuar diminuindo o fornecimento de hidrocarbonetos para a Europa, especialmente o gás natural, para forçar uma alta cada vez maior nos preços da energia e na inflação no continente.

“A Rússia deve continuar lutando devagar uma guerra de atrito até o inverno da Europa chegar. Vai haver renovações em contratos de preços de energia elétrica e de tarifas de gás para aquecimento para o consumidor. Eles vão ficar mais caros, o que vai piorar o humor da opinião pública”, afirmou o analista de riscos Nelson Ricardo Fernandes Silva, da consultoria ARP Risk.

Na Grã-Bretanha, por exemplo, movimentos populares começam a se organizar para não pagar as contas de luz. De acordo com Fernandes Silva, é possível que o descontentamento da população com a inflação e o desemprego decorrentes desse cenário provoquem quedas de governantes europeus que vêm dando apoio à Ucrânia na guerra.

Assim, segundo Morgado, é possível que as dificuldades econômicas façam cair o apoio europeu à Ucrânia. O suporte à guerra passaria então a vir praticamente apenas dos Estados Unidos.

Os US$ 54 bilhões (R$ 273 bilhões) prometidos por Washington a Kyiv representam somente 10% do orçamento de defesa americano. O país vem movimentando sua economia ao vender armas para a Ucrânia e gás de xisto ao mercado europeu, mas se vê em meio a uma crise inflacionária.

Dentro da Ucrânia, a incapacidade das tropas de retomar territórios e a deterioração econômica decorrente do conflito podem também começar a minar o apoio popular ao presidente Volodymyr Zelensky.

A Rússia, por sua vez, parece apostar que a pressão econômica sobre os países ocidentais forçará a Ucrânia a se render. Porém, um cenário mais provável é que, mesmo com uma eventual diminuição do auxílio ocidental, a Ucrânia continue lutando – mesmo que tenha que transformar o conflito em uma guerra irregular, baseada na atuação de partisans e guerrilheiros. E esse tipo de conflito pode durar anos ou décadas.

Contraofensiva ucraniana no sul
A Ucrânia continua apostando em uma contraofensiva que possa resultar na retomada de ao menos parte do território ocupado pela Rússia no oblast (província) de Kherson, no sul do país. Trata-se da única grande cidade capturada pela Rússia a oeste do rio Dnipro, que divide o país ao meio. O obstáculo geográfico do rio dificulta que Moscou envie reforços e suprimentos para suas tropas em Kherson.

A contraofensiva foi anunciada por Zelensky em 24 de julho. Grande quantidade de tropas ucranianas foi concentrada na cidade vizinha de Mykolaiv e a artilharia ucraniana bombardeou as pontes sobre o rio Dnipro. Porém, apesar de intensos combates, as tropas ucranianas não conseguiram entrar até agora na cidade de Kherson.

O motivo disso pode ser o envio de cerca de 20 mil tropas de reforços da Rússia para a região. Outra interpretação é que o anúncio da contraofensiva tenha sido uma ação diversionária, para a Rússia ser obrigada a tirar tropas de sua ofensiva em Donbas para defender suas áreas conquistadas no sul do país.

Caso se concretizasse, a tomada de Kherson renovaria o ânimo das tropas ucranianas. Também atestaria aos países do Ocidente que o sacrifício econômico ao qual estão se submetendo vale a pena.

Segundo Morgado, para que isso se concretize, a Ucrânia precisa adquirir superioridade militar – e ela não depende apenas do envio de armas do Ocidente. A superioridade no campo de batalha resulta de uma combinação de boas lideranças militares, manobras eficazes no teatro de operações, quantidade e tipo adequado de armas disponíveis e número de combatentes armados e adequadamente treinados.

De acordo com ele, o sigilo sobre as ações militares na Ucrânia torna difícil avaliar, por ora, a qualidade dos generais ucranianos e sua capacidade de realizar manobras decisivas no campo de batalha.

Ele citou como exemplo a capacidade do exército alemão de realizar manobras com a chamada blitzkrieg no início da Segunda Guerra Mundial. Mesmo com um número menor de blindados em relação às forças aliadas, os alemães conseguiram contornar e inutilizar as linhas de defesa inimigas, principalmente na França.

Em relação a armas e equipamentos, os ucranianos precisam receber não só a quantidade adequada, mas também armamentos de gerações mais modernas, que possam subjugar as das forças russas. Exemplos delas são os lançadores de foguetes Himars americanos, que têm permitido à Ucrânia destruir depósitos de munições de postos de comando dos russos atrás das linhas de frente.

Além disso, também é preciso que os militares ucranianos sejam treinados para utilizar essas armas, caso contrário, elas não farão diferença significativa no campo de batalha.

Só os Estados Unidos já anunciaram o envio direto de cerca de US$ 9 bilhões em armas, que estavam em seus estoques. Em paralelo, nações europeias estão cedendo artilharia e blindados de seus próprios arsenais. Empresas privadas contratadas por Washington estão correndo o mundo com o objetivo de comprar armas que os ucranianos sejam capazes de operar.

A pressa da Ucrânia e do Ocidente em adquirir superioridade militar sobre a Rússia se baseia em uma suspeita: o Kremlin estaria se preparando para realizar em setembro plebiscitos para anexar territórios conquistados em Kherson, Zaporizhzhia, Donetsk e Luhansk.

Os analistas se dividem sobre a intenção da Rússia de formalizar anexações de território. Por um lado, isso permitiria a Moscou defender melhor a região. Isso porque, uma vez que a área se torne território russo, o governo de Vladimir Putin poderia recorrer à doutrina militar nacional para, de forma “legítima”, usar armas nucleares táticas (de um décimo a um quinto da força da bomba de Hiroshima) para a defesa das novas regiões do país.

Sob outro ângulo, a anexação formal pode trazer problemas para a Rússia em manter a estabilidade em seu novo território. Partisans ucranianos já demonstraram que têm capacidade de lançar ações efetivas de guerrilha contra a administração russa, especialmente em Melitopol e na Crimeia.

Nova ofensiva russa
Uma série de ataques partisans a bases e depósitos de armamentos e assassinatos de autoridades de Moscou em território ocupado fizeram formadores de opinião e veículos de comunicação russos aumentarem a pressão sobre o Kremlin. Eles pregam que uma retaliação seja feita por meio da intensificação da guerra na Ucrânia. Mas o governo de Vladimir Putin até agora não vinha pautando suas ações com base na opinião pública do país.

Na última semana, porém, Putin determinou um acréscimo de 137 mil combatentes às forças armadas russas – cujo número total deve passar em breve para 1,15 milhão de militares.

Não está claro se o número equivalente de combatentes será enviado para a linha de frente na Ucrânia. A Rússia mobilizou para a guerra entre 200 mil e 300 mil soldados.

Há ainda rumores de que, após a destruição de aeronaves em uma base da Crimeia, a Rússia esteja enviando centenas de aviões e helicópteros para serem usados na guerra da Ucrânia. Essa informação vem à tona em meio a uma iniciativa do Kremlin de comprar cerca de mil drones iranianos, capazes de voar por mais de 17 horas seguidas e lançar mísseis contra unidades de artilharia ucranianas.

Em teoria, esses reforços aéreos poderiam anular a vantagem momentânea obtida pela Ucrânia – gerada pelo uso de ao menos 16 lançadores de foguetes Himars americanos no campo de batalha.

Para combatê-los, os EUA anunciaram que enviarão à Ucrânia baterias antiaéreas do tipo Nasams – que podem abater mísseis, drones e aeronaves a uma distância de 30 a 50 quilômetros.

Assim, uma das hipóteses de cenário é que, com reforços, a Rússia continue avançando sobre Donetsk, no leste do país, ou mesmo ataque as tropas ucranianas que pretendiam lançar uma contraofensiva a partir de Mykolaiv.

Os analistas divergem, porém sobre as possíveis intenções da Rússia de avançar em direção a Odesa – para tomar todo o litoral ucraniano e privar o país de uma saída para o mar. Em teoria, impossibilitada de exportar sua produção agrícola por mar, a Ucrânia caminharia para se tornar um Estado falido.

Segundo Fernandes Silva, a marinha russa poderia se aproximar do porto de Odesa pela mesma rota estabelecida pela ONU para escoar a produção de grãos na Ucrânia e diminuir a possibilidade de uma crise mundial de alimentos. “A Rússia pode estudar a rota dos cargueiros para assim evitar as minas marítimas e desembarcar tropas em Odesa”, disse.

Já Matsuda disse acreditar que isolar a Ucrânia de uma saída para o mar não parece estar entre os objetivos principais da Rússia no momento. Segundo ele, o Kremlin tem mais interesse em minar o apoio ocidental à Ucrânia do que conquistar mais território ou desestabilizar a produção agrícola do inimigo.

Apesar disso, qualquer manobra para a invasão de mais território ucraniano depende da chegada de reforços para o que a Rússia chama de “operação militar especial”. As tropas russas que estão atualmente no terreno parecem não ser capazes de avançar para além de onde já chegaram.

Catástrofe nuclear na usina de Zaporizhzia
Também não pode ser descartada a hipótese de um acidente nuclear de grandes proporções na usina nuclear de Zaporizhzhia, na cidade de Enerhodar. A maior usina nuclear da Europa foi conquistada pelos russos em 4 de fevereiro e mantém dois de seus seis reatores em operação. Quando opera normalmente, ela é responsável pela geração de 19% da energia consumida na Ucrânia.

Os reatores do complexo são projetados para aguentar um impacto acidental de mísseis, foguetes ou granadas de artilharia que vêm sendo usados tanto por Rússia quanto por Ucrânia até agora na guerra.

Porém, o medo é que o ambiente de guerra e a pressão sobre os técnicos que operam a usina gere uma série de falhas em cascata que leve a um vazamento de radioatividade de grandes proporções.

Na última semana, um incêndio provocado por um bombardeio de autoria desconhecida desconectou momentaneamente a usina da rede elétrica da Ucrânia. O evento não gerou a falha em cascata mas apavorou tanto a população local como especialistas em energia nuclear.

Isso porque usinas nucleares do modelo de Zaporizhzia precisam de uma fonte externa de alimentação independente de sua própria produção elétrica. Ela alimenta um sistema de bombas de água que resfriam continuamente reatores nucleares (em uso ou desligados) e piscinas de armazenamento de combustível nuclear usado. Se esse sistema falhar, pode ocorrer derretimento dos reatores ou incêndios nas piscinas de material usado.

Tais cenários foram evitados na última semana com a substituição da rede principal de energia pela alimentação com eletricidade gerada em uma termoelétrica localizada nas proximidades.

Mas se a medida tivesse falhado e outros sistemas de segurança – como geradores a diesel – não funcionassem, uma catástrofe poderia ocorrer. Especialistas dizem que ela não seria tão grave quanto os acidentes nucleares de Chernobyl (1986), no norte da Ucrânia, ou Fukushima (2011), no Japão.

Mas a liberação de radiação poderia matar civis e combatentes no entorno da usina em questão de horas ou dias. Equipes de contenção e limpeza teriam dificuldade de chegar ao local e, uma vez lá, poderiam ser expostas a níveis mortais de radiação.

Uma nuvem de radiação poderia se formar e atingir não só outras partes da Ucrânia, mas como também da Rússia e de países europeus. Ela poderia inutilizar produções agrícolas de diversos países e gerar consequências negativas de saúde em populações inteiras.

Em paralelo, um acidente dessas proporções tem potencial para aumentar significativamente o número de refugiados de guerra, que já passa dos 6,6 milhões.

Tal acidente dificilmente acabaria com a guerra. Ele tornaria o teatro de operações ainda mais complexo e poderia dar margem a uma escalada de proporções no conflito.

Cenários que perderam força
Desde o início da guerra, analistas militares vêm especulando sobre uma série de cenários possíveis. Muitos deles não se concretizaram – pois a guerra está mais para o reino da incerteza do que para uma ciência exata.

Um deles era o conflito direto entre a Rússia e forças da OTAN. Porém, o Kremlin, Washington e seus aliados foram cautelosos e tomaram medidas para diminuir essa possibilidade. Hoje, poucos analistas apostam que esse cenário poderia ocorrer e fazer a guerra se espraiar pela Europa.

A mobilização de forças russas equipadas com armas nucleares no início do conflito levou analistas e a opinião pública a temer a quebra do chamado tabu nuclear. O uso de uma arma nuclear tática, em tese, poderia deflagrar a Terceira Guerra e, em um cenário extremo, a destruição mútua da Rússia e do Ocidente.

A mobilização inicial das forças nucleares da Rússia em fevereiro é entendida hoje como um recado do Kremlin para a OTAN não entrar diretamente no conflito.

Para minimizar os riscos, o Ocidente passou a divulgar que, se a Rússia detonasse uma arma nuclear de pequeno potencial de destruição, a resposta da OTAN ocorreria por meio de um ataque de grandes proporções, mas com forças convencionais e não nucleares. Mas esse cenário parece bastante remoto na conjuntura atual da guerra.

Outra hipótese era que Putin determinasse mobilização nacional, marcando uma escalada da chamada “operação militar especial” para uma guerra absoluta. Isso iria requerer conscrição em massa de civis russos – o que poderia diminuir a popularidade do governo mesmo em um regime autocrático.

Segundo Matsuda, se a guerra acabasse agora – o que é pouco provável -, tanto o Ocidente quanto a Rússia poderiam clamar diferentes tipos de vitórias.

Washington e seus aliados poderiam argumentar que países antes neutros, como Suécia e Finlândia, se alinharam ao Ocidente. Os EUA poderiam dizer que após anos de negligência, a Europa voltou a destinar os devidos recursos para alimentar a OTAN.

Moscou poderia argumentar que libertou russos étnicos do governo ucraniano pró-Ocidente e que, ao conquistar 20% do território da Ucrânia, afastou a OTAN para mais longe de suas fronteiras.

Só a Ucrânia sairia perdedora no momento. Embora tendo mantido a autonomia de seu governo, perdeu territórios importantes e uma quantidade inestimável de vidas.

“Eu acredito que não é possível prever com exatidão como isso vai acabar. Nem os governantes envolvidos devem saber com certeza. Essa guerra é como um jogo de pôquer, em que a maioria das cartas corre embaixo da mesa”, afirmou o general Matsuda.


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