The Wall Street Journal critica tentativa da esquerda brasileira de calar os conservadores
Gazeta do Povo

Milan Italy – August 10 2017: Wall Street Journal website homepage. It is an American business-focused English-language international daily newspaper. WSJ logo visible.


Logo do WSJ em destaque na foto ilustrativa.| Foto: Big Stock

O maior jornal americano, The Wall Street Journal, publicou um artigo nesta segunda-feira (24) observando os movimentos da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e as decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em relação a notícias que fazem crítica ao candidato. O texto intitulado “Esquerda brasileira tenta amordaçar discurso político” (Brazil’s Left Tries to Gag Political Speech) foi escrito por Mary Anastasia O’Grady, membro do conselho do periódico.

“A Constituição do Brasil proíbe a censura, e a repressão descarada do tribunal à liberdade de expressão alarmou a nação. Mas o juiz (Alexandre) de Moraes, que também é presidente do STF, não dá sinais de recuar”, pontua a autora.

O’Grady resume o cenário político do Brasil e descreve que os eleitores de Lula se concentram, especialmente, entre os mais pobres, a elite, os progressistas e ambientalistas. Ela também destaca que, por outro lado, políticos populares de centro-direita, como Romeu Zema, governador do Partido Novo no estado de Minas Gerais, e Tarcísio de Freitas, candidato do Partido Republicano no segundo turno ao governo de São Paulo, estão em campanha por Jair Bolsonaro. A colunista lembra que o presidente também costuma reunir os votos das classes trabalhadora e média, empreendedores iniciantes, demais empresários, conservadores sociais, proprietários de terras e agroindústria, além do público que rejeita Lula pelo histórico de corrupção.

“O ex-presidente (Lula) é particularmente sensível sobre sua condenação por corrupção em 2017. Ela foi derrubada por um detalhe técnico em 2021 e ele foi libertado. Mas quando os brasileiros são lembrados do que o mandou para a prisão, eles relembram os enormes escândalos de corrupção que surgiram durante os 14 anos – 2003-2016 – em que seu Partido dos Trabalhadores ocupou a presidência. Lula recorreu ao juiz de Moraes para pedir ajuda”, explica a jornalista americana.

O’Grady alerta que o TSE ” no entanto, não tem autoridade para aprovar ou desaprovar a opinião pública”. Depois de descrever os tipos de represália a veículos e pessoas que publicaram matérias que fazem crítica ao ex-presidente e candidato, a colunista finaliza dizendo que “isso nos faz pensar como será o Brasil se Lula vencer”.

As recentes decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a que ampliou o poder da Corte para excluir conteúdos considerados falsos das redes sociais nas eleições e a que impôs censura à Jovem Pan, foram alvos de críticas da imprensa internacional nesta sexta-feira, 21. O jornal norte-americano “The New York Times” afirmou que a decisão do presidente de TSE, ministro Alexandre de Moraes, de retirar postagens consideradas fake news de redes sociais durante o pleito deste ano é uma das “ações mais agressivas tomadas por qualquer país para combater informações falsas”. Com o título “Um homem pode agora decidir o que pode ser dito online no Brasil” (que, posteriormente, foi modificado para “Para combater mentiras, Brasil dá a um homem poder sobre discurso online), a reportagem afirma que, “ao permitir que uma única pessoa decida o que pode ser dito online no período que antecede as eleições, que serão realizadas em 30 de outubro, o Brasil se tornou um caso de teste em um debate crescente sobre até onde ir no combate às notícias falsas”. O texto informa ainda que a medida causou a preocupação de especialistas em direito da internet e em direitos civis, que disseram que “representava uma expansão de poder potencialmente perigosa e autoritária, que poderia ser abusada para censurar legítimos pontos de vista e balançar a disputa presidencial”.

Já o canal de notícias NTD, da Flórida, nos Estados Unidos, informou sobre a censura imposta pelo TSE à Jovem Pan. Com o título “Tribunal do Brasil censura grande meio de comunicação conservador”, a reportagem informa que a Corte proibiu a TV Jovem Pan News de usar alguns termos para se referir ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assim como limitou a emissora de abordar fatos envolvendo a condenação do candidato petista. “O ex-presidente brasileiro foi condenado por corrupção e passou quase dois anos atrás das grades, o que o veículo supostamente não pode mais dizer”, diz a reportagem.

Como a Jovem Pan mostrou, o Tribunal Eleitoral aprovou uma resolução na quinta-feira, 20, que permite que a Corte determine a exclusão de conteúdos considerados falsos das redes sociais e que já tenham sido alvo de decisões anteriores da Corte. Atualmente, ao identificar uma fake news, uma coligação ou partido deve apresentar uma ação ao Tribunal Eleitoral pedindo a retirada. Entretanto, se o conteúdo for reproduzido em outros meios, novas ações devem ser apresentadas. Agora, com a resolução, o próprio TSE terá autonomia para determinar a retirada das informações falsas repostadas em outras plataformas, sem a necessidade de novos processos judiciais, o que deve agilizar as decisões da Justiça Eleitoral. Além disso, o Tribunal também reduziu para duas horas o prazo máximo para remoção de fake news, sendo que na véspera da eleição o período será de até uma hora. Da mesma forma, nas 48 horas que antecedem o pleito, assim como nas 24 horas seguintes, fica proibida a divulgação de propagandas eleitorais pagas na internet.

Reprodução de reportagem que cita censura ao Grupo Jovem Pan

Imprensa internacional repercute decisão do Tribunal Superior Eleitoral que censurou a Jovem Pan – Foto: Reprodução/NTD

As recentes decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a que ampliou o poder da Corte para excluir conteúdos considerados falsos das redes sociais nas eleições e a que impôs censura à Jovem Pan, foram alvos de críticas da imprensa internacional nesta sexta-feira, 21. O jornal norte-americano “The New York Times” afirmou que a decisão do presidente de TSE, ministro Alexandre de Moraes, de retirar postagens consideradas fake news de redes sociais durante o pleito deste ano é uma das “ações mais agressivas tomadas por qualquer país para combater informações falsas”. Com o título “Um homem pode agora decidir o que pode ser dito online no Brasil” (que, posteriormente, foi modificado para “Para combater mentiras, Brasil dá a um homem poder sobre discurso online), a reportagem afirma que, “ao permitir que uma única pessoa decida o que pode ser dito online no período que antecede as eleições, que serão realizadas em 30 de outubro, o Brasil se tornou um caso de teste em um debate crescente sobre até onde ir no combate às notícias falsas”. O texto informa ainda que a medida causou a preocupação de especialistas em direito da internet e em direitos civis, que disseram que “representava uma expansão de poder potencialmente perigosa e autoritária, que poderia ser abusada para censurar legítimos pontos de vista e balançar a disputa presidencial”.

Já o canal de notícias NTD, da Flórida, nos Estados Unidos, informou sobre a censura imposta pelo TSE à Jovem Pan. Com o título “Tribunal do Brasil censura grande meio de comunicação conservador”, a reportagem informa que a Corte proibiu a TV Jovem Pan News de usar alguns termos para se referir ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assim como limitou a emissora de abordar fatos envolvendo a condenação do candidato petista. “O ex-presidente brasileiro foi condenado por corrupção e passou quase dois anos atrás das grades, o que o veículo supostamente não pode mais dizer”, diz a reportagem.

Como a Jovem Pan mostrou, o Tribunal Eleitoral aprovou uma resolução na quinta-feira, 20, que permite que a Corte determine a exclusão de conteúdos considerados falsos das redes sociais e que já tenham sido alvo de decisões anteriores da Corte. Atualmente, ao identificar uma fake news, uma coligação ou partido deve apresentar uma ação ao Tribunal Eleitoral pedindo a retirada. Entretanto, se o conteúdo for reproduzido em outros meios, novas ações devem ser apresentadas. Agora, com a resolução, o próprio TSE terá autonomia para determinar a retirada das informações falsas repostadas em outras plataformas, sem a necessidade de novos processos judiciais, o que deve agilizar as decisões da Justiça Eleitoral. Além disso, o Tribunal também reduziu para duas horas o prazo máximo para remoção de fake news, sendo que na véspera da eleição o período será de até uma hora. Da mesma forma, nas 48 horas que antecedem o pleito, assim como nas 24 horas seguintes, fica proibida a divulgação de propagandas eleitorais pagas na internet.


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