Lisca critica o VAR, alfineta imprensa e ressalta que o América será gigante
Thiago Prata
Um empate com sabor de vitória. E, sendo assim, “quatro vitórias seguidas sobre o Corinthians”. Foi este o fio-condutor do desabafo de Lisca ao fim da partida dessa quarta-feira (4), que culminou na classificação do América às quartas de final da Copa do Brasil. “É porque os venci duas vezes com o Ceará e agora obtive uma vitória e um empate com sabor de vitória. É mais para as pessoas não acharem só que o ‘cara’ é doido, é competente também”, disse ele.
O “cara” que, por sinal, vem se sentindo cada vez mais à vontade no Coelho. “Sempre foi um sonho meu trabalhar no América, um clube de ponta, que dá condição de bater com os grandes. Um clube médio-grande que tem tudo para se tornar um grande, um gigante do futebol brasileiro. Como já foi em décadas passadas. O América tem um projeto ambicioso. Um casamento legal entre Lisca e América. Espero ter uma vida aqui”, disse.
Com relação ao embate dessa quarta, o treinador ressaltou o quanto o alviverde foi superior ao adversário e aproveitou a deixa para fazer outro desabafo.
“Na partida passada, não falaram uma linha do América. Peço para a imprensa do Brasil inteiro que veja que, do outro lado, tem um time muito organizado, que não deixou o Corinthians jogar nas duas partidas e, hoje, foi bem superior”, afirmou.
Além disso, deu uma alfinetada na arbitragem. “Uma vitória merecida. Fomos muito bem na partida. Primeiro tempo de luxo, dominamos totalmente o Corinthians. No segundo tempo, o Corinthians deu uma melhorada. Pênalti duvidoso, não gosto do VAR. Mas o time manteve o equilíbrio e a organização. Fizemos gol também de pênalti. Aí foi o juiz de campo quem deu o pênalti, não o VAR. Foi uma vitória do ‘nós'”, salientou.
Quando a disputa por pênaltis parecia uma realidade, Rodolfo deu fim a esta possibilidade: fez um gol que, aliado ao tento de Toscano no jogo de ida, rendeu mais R$ 3,3 milhões aos cofres do América e a inédita vaga às quartas de final da Copa do Brasil. Após a vitória por 1 a 0 sobre o Corinthians, no Itaquerão, o Coelho empatou em 1 a 1 na volta, no Independência, nesta quarta-feira (4), e se classificou. Mérito ao time mais organizado em campo e que foi melhor no conjunto da obra.
Antes do tento de pênalti do artilheiro do alviverde no ano (agora já são 11 na temporada), Fagner havia aberto o placar, também por meio de uma penalidade. https://2d1ede5b4288a8a7d4f7f7ef13742f00.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-37/html/container.html
Homenagem
Antes de a bola rola, foi respeitado um minuto de silêncio em homenagem a Abílio Baltazar, vice-presidente financeiro do Coelho entre 2003 e 2009 que morreu no último sábado. Ele também fazia parte do Conselho Consultivo do clube.Mourão Panda / América
O jogo
Apesar de ter entrado em campo com a vantagem do empate para se classificar, o América não ficou na defensiva durante o primeiro tempo. Muito pelo contrário. A ordem de Lisca era ocupar bem os espaços e ser agressivo no ataque. E foi exatamente isso o que o Coelho fez durante quase toda a etapa inicial. Só faltou um pouquinho mais de capricho no último passe e na finalização para furar o bloqueio corintiano.
Ciente de que o alviverde esteve muito perto do gol, Lisca promoveu, na volta do intervalo, o ingresso de Rodolfo, artilheiro da equipe na temporada, na vaga de Vitão. No entanto, foi o Timão quem abriu o placar. Em um lance polêmico e com ajuda do VAR, Wagner do Nascimento Magalhães assinalou pênalti de Anderson em cima de Davó; aos 14 minutos, Fagner converteu a cobrança.
Ademir teve uma grande chance, ao se aproveitar de uma falha defensiva corintiana, mas Fagner salvou o que seria o gol de empate. Depois, o mesmo camisa 10 deixou sua marca, só que a arbitragem marcou o impedimento, que realmente existiu. Porém, a sorte ainda iria sorrir para o América. E na mesma moeda. Piton colocou a mão na bola dentro da área, e o juiz marcou pênalti. Rodolfo deixou tudo igual, aos 38 minutos, e garantiu a vaga ao Coelho.
A FICHA DO JOGO
AMÉRICA 1 X 1 CORINTHIANS
MOTIVO: Jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil
ESTÁDIO: Independência
ARBITRAGEM: Wagner do Nascimento Magalhães, auxiliado por Thiago Henrique Neto Correa Farinha e Carlos Henrique Alves de Almeida Filho, todos do Rio de Janeiro.
VAR: Carlos Eduardo Nunes Braga (RJ)
CARTÕES AMARELOS: Diego Ferreira (América); Xavier, Everaldo, Fagner e Gil (Corinthians)
GOLS: Fagner aos 14 minutos e Rodolfo aos 38 minutos do segundo tempo
AMÉRICA
Matheus Cavichioli; Diego Ferreira, Messias, Anderson e João Paulo; Zé Ricardo, Juninho e Geovane (Alê); Ademir (Daniel Borges), Vitão (Rodolfo) e Felipe Azevedo (Toscano)
Técnico: Lisca
CORINTHIANS
Cássio; Fagner, Marllon, Gil e Lucas Piton; Xavier (Gabriel), Éderson (Cantillo), Ramiro, Mateus Vital e Cazares (Everaldo); Davó (Léo Natel)
Técnico: Vagner Mancini