Marina Silva

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo


Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, em painel em Davos nesta segunda-feira (16)| Foto: Boris Baldinger/ World Economic Forum

A ministra Marina Silva disse em Davos que o Brasil tem 120 milhões de pessoas passando fome. Lula tentou corrigir dizendo que são 105 milhões sob algum tipo de insegurança alimentar. Mas não bate bem com os dados oficiais que foram publicados em 30 de novembro sobre emprego e renda.

O governo anterior pegou o desemprego perto de 15%. E no dia 30 de novembro, estava em 8%, e com quase 100 milhões de brasileiros ocupados. E a renda média, em um ano, subiu 7,1%.

CEO da Pfizer contra a parede

Mas já que a gente está falando em Davos, vocês viram a abordagem de repórteres de televisão, ao CEO, o chefão da Pfizer, sobre o trabalho dele? Perguntaram por que ele manteve em segredo que a vacina não impede a transmissão. Aí ele só respondeu: “Bom dia”. Perguntaram “não é hora de pedir desculpas à humanidade?” Aí ele disse “passe bem”.

Aí nova pergunta: “O senhor está preocupado com a miocardite, com as mortes súbitas, com jovens tendo ataque cardíaco?” Então uma pessoa que está o acompanhando, dá um puxão nele, vê se pega um carro, mas ele não consegue sair dali. E eles continuam perguntando: “Quanto o senhor ganhou com vacinas? O seu iate, o seu jatinho particular…” Fiquei impressionado com essa abordagem e o que esse homem vai fazer quando ele estiver na cama pra dormir, pensando sobre essas perguntas que foram feitas à ele.

Lula não quer CPI
Outra questão que eu queria comentar com vocês é aquela entrevista de Lula para Globonews, em que ele diz que não é bom fazer uma CPI para investigar os ataques de domingo, 8 de janeiro, a baderna, os destruidores de patrimônio público, vândalos. Como é que ele respondeu? Ele disse: “Uma CPI pode não ajudar, e pode criar uma confusão tremenda”.

Como não quer investigar? Uma CPI pode não ajudar e pode criar uma confusão tremenda? Será que isso vale para CPI da Covid, que criou efetivamente uma confusão tremenda na cabeça das pessoas, dizendo que não havia tratamento, todas aquelas coisas que estavam muito além do que a medicina apurava?

Investigação política
Mas é o seguinte: uma CPI é uma investigação política, foge do controle a investigação política. Porque não vai querer só saber dos agentes ativos da invasão e da destruição, mas vão querer investigar os agentes passivos, que poderiam ter prevenido, reprimido e evitado.

Aí eu lembro o que disse o antigo chefe do Gabinete Institucional do governo Temer, quando houve três invasões de ministérios no mesmo dia, inclusive com fogo no Ministério da Agricultura, e ele disse que sempre estavam com a pior hipótese, e aí preveniam. O ministro da Defesa da época, Raul Jungmann, que era do Partido Comunista Brasileiro, disse a mesma coisa, que era plenamente defensável o Palácio do Planalto, Congresso e o Supremo.

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Ninguém entende como é que as pessoas entraram lá, então uma CPI investigaria isso, não é? Investigar porque todos os manuais de prevenção de segurança estão sempre baseados na pior hipótese. Se você vai planejar a segurança da sua casa, você não vai planejar que uma velhinha vai bater lá com o canivete na mão. Você vai planejar que vai chegar um bandido querendo arrombar tudo e bem armado. Parece que isso não foi feito, o próprio Lula confessou, na entrevista que ele deu, vou usar palavras dele: “Nós cometemos um erro elementar. A minha inteligência não existiu, saí daqui da sexta-feira com a informação de que estava tudo tranquilo”.

Então como responsabilizar e tirar o governador de Brasília, prender o comandante da PM? A PM não é a guarda do Palácio, a PM é guarda da rua. Quem é a guarda do Palácio é o Batalhão da Guarda Presidencial, Primeiro Regimento de Cavalarias de Guardas, Gabinete de Segurança Institucional é que trabalha nisso. Talvez por isso que não queiram uma investigação política, para apurar as responsabilidades dos dois lados. A responsabilidade política também de ter permitido essa balbúrdia, essa coisa horrorosa para a democracia que foi a invasão da sede dos Três Poderes, com destruições de bárbaros, por parte de vândalos.

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