Entrevista: de Belém para o Cruzeiro, atacante Airton fala de sua trajetória e seus sonhos
Thiago Prata
Jovem de poucas palavras, cheio de sonhos e o ensejo de mostrar a Felipão seu valor. Airton Moisés Santos Sousa, o atacante Airton, de 21 anos, vem atravessando uma boa fase dentro de campo e sendo congratulado com gols. Os três anotados nos últimos quatro duelos o credenciaram a ser um dos homens de confiança do treinador.
Embora a disputa no setor ofensivo tenha aumentado, com as chegadas de Pottker e Rafael Sóbis, Airton promete manter o foco que é honrar as cores do Cruzeiro e, independentemente de ser titular ou reserva, melhorar sua média de bolas na rede. Nesta entrevista ao Hoje em Dia, o atleta, um pouco tímido, mas ciente de seus objetivos no futebol, fala de sua trajetória e do que projeta na carreira.
Airton, nos fale primeiramente desta sua boa fase pelo Cruzeiro. Nos últimos quatro jogos, três gols com a camisa celeste.
Me sinto muito confiante e tranquilo. Resultado de muito treino e trabalho no dia a dia. Graças a Deus estou conseguindo corresponder dentro dos jogos.
O que o Felipão mais tem te passado em termos de ensinamentos, e o que você mais tem assimilado e notado nesta sua evolução no futebol?
Ele está me posicionando bastante dentro de campo. Me sinto melhor. Ele me posiciona melhor. Por isso meus gols estão saindo, e espero dar sequência boa no time.
Está chegando o Rafael Sóbis, um jogador experiente que vai agregar ao grupo. Mais do que uma briga pela titularidade, o quão importante é para você, como jovem avante, ter por perto atacantes experientes como Sóbis e Marcelo Moreno?
Então, eu os vejo como duas referências. Quero aprender bastante com eles no dia a dia. Tenho certeza que vou aprender bastante, e isso será muito bom para o Cruzeiro.
O Felipão tem dito que o Cruzeiro precisa pensar primeiro em se afastar da zona do rebaixamento. Como é essa conversa com vocês, jogadores, no elenco? Vocês também acreditam que não é hora de pensar no acesso à Série A no momento?
A gente tem que ser bem realista. Tirar as possibilidades de cair para a Série C: esse é nosso primeiro objetivo. E atingindo esse objetivo, vamos conseguir, depois, o objetivo de subir para a Série A.
Nos fale dos seus primeiros passos no futebol. Como foi sair de Belém (PA) para rodar o Brasil e alcançar seus sonhos?
Foi uma época bem difícil, sair de casa cedo, ficar longe dos meus pais. Mas sempre segui confiante. Tinha certeza que iria alcançar meus objetivos, com muito trabalho e muito esforço.
Aliás, como foi essa mudança de ares para você dentro de futebol, de clube para clube?
Carreira de jogador de futebol é assim, tento me adaptar o mais rápido possível. Comecei jogando futebol de salão em Belém do Pará, com dez anos. Com 14 anos, comecei a jogar futebol de campo, na base do Palmeiras. Fiquei lá seis anos, fui emprestado ao Oeste, onde fiquei três ou quatro meses, e joguei na Inter de Limeira antes de chegar ao Cruzeiro. Estou muito feliz aqui. Uma trajetória bem difícil antes de chegar a um dos maiores times do Brasil. Tenho certeza que todo meu esforço valeu a pena.
Quem foram as pessoas que mais te incentivaram no futebol?
Meus pais, meu irmão, alguns amigos meus e meus empresários.
Qual seu maior sonho tanto profissionalmente quanto de vida?
Meu sonho profissional é continuar a jogar em times gigantes do futebol brasileiro e europeu, ser convocado para a Seleção Brasileira e jogar uma Copa do Mundo. Pessoalmente, quero criar uma família, ter filhos, ser feliz.
Qual sua maior referência no futebol e por quê?
Gosto muito do Romário, um cara que tem muita personalidade e a quem admiro bastante.
Quando você não está jogando futebol, o que mais gosta de fazer?
Mexo muito nas redes sociais, leio livros e gosto de ficar com meus amigos.
O Cruzeiro tem se engajado cada vez mais em campanhas na luta pelos direitos da mulher, na luta contra o racismo, contra homofobia, em projetos sociais… Como jogador, de que forma você avalia esse papel tão importante?
Eu acho extremamente importante o clube se posicionar sobre esses assuntos. As causas sociais têm que ser referência por quem tem visibilidade no país. Ao Cruzeiro, como um gigante do Brasil, é importante alcançar tantas pessoas. Muito importante fazer esse trabalho.
Gustavo Aleixo/Cruzeiro