Victor Marques – StartSe
Falar dos sucessos é fácil. Mas, com tantos desafios, as startups que falharam também trazem lições. Entenda as maiores dificuldades.
Por que startups falham e quais são os principais desafios?
Pesquisa revela as maiores dificuldades encontradas por fundadores de startups brasileiras – e os desafios surpreendem. (Foto: Unsplash).
Ser uma startup em estágio inicial não é fácil em momento algum. Independente da economia, as startups precisam conviver com escassez, mudanças de rumo repentinas, dificuldade para conquistar clientes, falta de reputação, mercados despreparados para a solução e até pouca atratividade para contratar talentos.
Empreender já é por si só um desafio, mas é por topar atravessar as dificuldades que negócios como iFood, QuintoAndar, Nubank e outros chegaram ao sucesso.
Mas falar de sucesso é fácil. Aqui falamos sobre 4 unicórnios que não deram certo.
Agora, uma pesquisa revelou as maiores dificuldades encontradas por fundadores de startups brasileiras – e os desafios surpreendem.
STARTUPS ENFRENTAM DIFICULDADES LOGO NO INÍCIO
Na largada da jornada empreendedora, um dos maiores desafios já é revelado: não saber por onde começar. Segundo o levantamento Founders Overview, produzido pela ACE em parceria com BHub e a55, o primeiro desafio é a busca por ajuda para definir os primeiros passos do negócio.
A cada três fundadores entrevistados um relatou não ter tido ajuda no processo inicial do negócio. Dos que tiveram apoio, os programas de aceleração foram os mais citados (29,3%), seguidos pelas orientações do Sebrae (26,8%).
Esse apoio inicial já encaminha a startup em uma trilha mais assertiva de crescimento. Prova disso é que a maioria (70%) das que declaram ter tido auxílio inicial tiveram crescimento de mais de 50% nos últimos seis meses.
OS MAIORES DESAFIOS DAS STARTUPS
O levantamento também elencou, em ordem de importância, os principais desafios em empreender:
Os principais desafios segundo fundadores de startup. (Foto: Captable/Reprodução).
atrair clientes (43%);
dispor de capital de giro suficiente (43%);
converter interessados em clientes (32%);
atrair as pessoas certas para trabalhar na startup (30%);
conseguir pagar a remuneração de mercado para os profissionais (30%).
Entre os problemas financeiros, a falta de networking e conexões foi a queixa mais frequente, com 52% dos fundadores alegando dificuldade. As startups que preferem operar através de bootstrapping (sem investidores) acabam tendo pouco acesso às mentorias e aos contatos de fundos de venture capital.
Por isso, é importante abrir relacionamento e buscar investimento através de plataformas como a Captable, que possuem contatos nos mais diversos players do ecossistema de inovação. São gigantes que são acessados através da plataforma: Domo Invest, Bertha Capital, Patria Investimentos e Bossa Nova são alguns dos nomes que já coinvestiram através dos contatos da Captable.
GRANDES PARCERIAS E CLIENTES FACILITAM A JORNADA DAS STARTUPS
Não é só para conquistar investimentos que os grandes nomes são importantes. Para uma startup que está começando, um dos maiores entraves para o crescimento é conquistar a confiança dos clientes.
Em um negócio com pouco ou nenhum histórico, não há como demonstrar aos potenciais compradores que a empresa entrega o que promete.
Depois de um tempo, os primeiros cases de clientes satisfeitos começam a aparecer. Mas ainda há aqueles que aguardam a validação de um nome conhecido, uma grande empresa para validar que aquele negócio pode, de fato, suprir as suas necessidades.
Por isso, quando uma startup conquista parceiros e sócios de renome, há geralmente uma virada de chave. Aqueles clientes reticentes ou que ainda não haviam sido impactados pela solução começam a chegar até ela, com confiança renovada.
Esse é o caso da iFriend.
A startup conquistou parceria com a BeFly, o maior ecossistema de turismo da América Latina, que também se tornará sócia da startup. Inclusive, esse é o motivo para a iFriend prever alcançar R$ 73 milhões de GMV em 3 anos.
A BeFly está especialmente interessada no atingimento dessa meta de GMV da iFriend, pois determinará o tamanho da sua participação na iFriend como sócia.
A BeFly embarca 7 milhões de passageiros ao ano, em 2022 gerou faturamento de R$ 8 bilhões, com a a previsão de chegar aos R$ 12 bilhões em 2023.
E os frutos da parceria já começam a aparecer: além da iFriend ter faturado metade de todo 2022 nos primeiros três meses deste ano, o grupo BeFly fechou contrato com o Rock In Rio para ser a agência oficial do The Town. São 5 mil pacotes turísticos (com hotel, transfer, rodoviário, aéreo) que estão sendo vendidos com a tecnologia da iFriend.
POR QUE IMPORTA?
Além das mentorias, escolha de público, conversão de clientes e novas contratações, uma startup que está buscando inovar um mercado precisa garantir a próxima rodada de investimento.
Conquistar diferentes investidores em uma rodada é uma maneira de conquistar benefícios compostos e abrir novas redes de contato para criar novas oportunidades de negócio para a startup.
Rodadas de comunidade, como as realizadas pela Captable, trazem as forças combinadas dos players, garantindo que as startups e a inovação garantam acesso contínuo à capital – seja de quem for.
Só assim, a roda do futuro dos negócios continua girando. E esse é um movimento que já está acontecendo. Os gigantes já estão de olho nas startups da Captable – seja investindo em uma rodada anterior, em uma nova rodada ou realizando fusão/comprando startups do portfólio.
COMO DEVEM SER OS PARCEIROS NOS NEGÓCIOS
“Parceiros chegam de várias formas. Se juntam por diferentes motivos”.
Eu sei, é clichê, rss. E se a frase fosse minha eu acrescentaria: “O que eles tem em comum é o fato de acreditarem no que nós acreditamos”.
Parceria é a arte de administrar conflitos de interesses e conexões de interesses, visando resultados benéficos para ambas as empresas”.
É por isso que eu costumo comparar parceria com casamento. Quem é casado sabe que administrar conflitos é fundamental para ambos terem resultados nessa aliança.
Assim como no casamento, o parceiro não precisa ser igual a nós, mas tem que ter o nosso ‘jeitão’! Nas parcerias eu defendo que o parceiro precisa ter o DNA de inovação, a inquietude pra sair da zona de conforto e uma preocupação muito grande com o cliente, não apenas no discurso, mas na prática. É claro que no processo de análise do possível parceiro, nós avaliamos o potencial financeiro e de escala da aliança, a estrutura e o tamanho da empresa. Mas, tem um fator humano que não pode ser desconsiderado, já que empresas são, na sua essência, pessoas. É por isso, que normalmente, os parceiros são empresas formadas por pessoas do bem, pessoas com propósito, que tem tanto o caráter quanto a lealdade de continuar de mãos dadas, mesmo nos momentos mais difíceis. É como um casamento mesmo!
É importante também que os parceiros tenham know how e competências complementares, que potencializem nossas fragilidades e deem mais peso aos nossos pontos fortes. E como eu acredito que o primeiro approach de uma boa parceria acontece no plano humano (onde existe emoção), e não no corporativo, eu gosto muito da histórica da parceria entre Steve Jobs e Steve Wozniak. Os dois Steves tornaram-se amigos durante um emprego de verão em 1970. Woz estava ocupado construindo um computador e Jobs viu o potencial para vendê-lo. Em uma entrevista de 2006 ao Seattle Times, Woz, explicou:
“Eu só estava fazendo algo em que era muito bom, e a única coisa que eu era bom acabou por ser a coisa que ia mudar o mundo… Steve (Jobs) pensava muito além. Quando eu projetava coisas boas, às vezes ele dizia: ‘Nós podemos vender isso’. E nós vendíamos mesmo. Ele estava pensando em como criar uma empresa, mas talvez ele estivesse mesmo pensando: ‘Como eu posso mudar o mundo?’”.
Por que essa parceria deu certo? Habilidades e competências complementares.
As habilidades técnicas de Woz juntamente com a visão de Jobs fizeram dos dois a parceria perfeita nos negócios.
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