História por Redação Itatiaia
O governador Romeu Zema (Novo) avaliou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) perdeu a eleição para ele mesmo ao exagerar em discursos e embates polêmicos ao longo de seu mandato.
Em entrevista ao jornal ‘Estado de São Paulo’, Zema afirmou que considera o governo Bolsonaro bom – “nota 8” -, mas que sua forma de se comunicar foi ruim – “nota 5”.
“Ele tinha a eleição totalmente na mão. Mas o discurso, a retórica, a polêmica fizeram com que ele perdesse para ele próprio. Ele fez um governo bom, talvez nota 8. Mas teve uma comunicação ruim, principalmente a dele. Eu daria nota 5. Por que não adianta você fazer certo e comunicar o contrário. Não foi falta de alerta, da equipe que estava com ele de que isso acabaria prejudicando-o”, afirmou Zema ao ser questionado qual nota daria para o ex-presidente.
Cosud
O governador de Minas defendeu a união dos estados do Sul e Sudeste para conseguir maior peso em pautas discutidas com o governo federal. Segundo Zema, o grupo tem intenção de garantir maior “protagonismo político” para os estados das duas regiões e equilibrar as discussões sobre benefícios para os estados.
“Temos o Grupo do Cosud. Na verdade, ele já existia, mas nós formalizamos o Consórcio Sul, Sudeste, que reúne os 7 Estados das duas regiões. A cada 90 dias, nós nos encontramos para trabalharmos de forma conjunta. A última reunião foi em Belo Horizonte. Tem muita coisa que um Estado faz melhor que o outro. Também já decidimos que além do protagonismo econômico que temos, porque representamos 70% da economia brasileira, nós queremos – que é o que nunca tivemos – protagonismo político. Outras regiões do Brasil, com Estados muito menores em termos de economia e população se unem e conseguem votar e aprovar uma série de projetos em Brasília. E nós, que representamos 56% dos brasileiros, mas que sempre ficamos cada um por si, olhando só o seu quintal, perdemos. Ficou claro nessa reforma tributária que já começamos a mostrar nosso peso. Eles queriam colocar um conselho federativo com um voto por Estado. Nós falamos, não senhor. Nós queremos proporcional à população. Por que sete Estados em 27, iríamos aprovar o quê? Nada. O Norte e Nordeste é que mandariam. Aí, nós falamos que não. Pode ter o Conselho, mas proporcional. Se temos 56% da população, nós queremos ter peso equivalente”, disse Zema.
Governo Zema planeja aprovar fim de referendo antes de apresentar privatizações de Cemig e Copasa
História por Redação Itatiaia
O governo de Romeu Zema (Novo) planeja apresentar os projetos de lei de privatização da Cemig e da Copasa apenas depois que conseguir aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para retirar a exigência de realizar referendos populares para concluir as vendas das empresas.
Promessa de campanha de Zema desde 2018, o governo pretende tratar as privatizações como prioridade no segundo semestre deste ano na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Na regra atual, mesmo que os deputados aprovem as vendas, elas só podem ser concretizadas após a população se manifestar de forma favorável em um referendo.
A exigência, válida para Cemig, Copasa e Gasmig, foi colocada na Constituição Estadual após proposta do então governador Itamar Franco, que comandou o estado entre 1999 e 2003. Para o atual secretário de Governo de Minas Gerais, Gustavo Valadares (PMN), o objetivo foi tornar inviável “qualquer possibilidade de venda” dessas empresas.
O primeiro motivo citado por ele é o custo financeiro para realizar o referendo. A reportagem pediu uma estimativa ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. Valadares também aponta uma questão de representatividade.
“Nós temos que buscar convencer os deputados de que os 77 deputados que lá estão foram eleitos para serem representantes da população de Minas e resolverem as demandas que chegarem. Uma delas é votarem sim ou não para privatizar empresas. Então, nós vamos tentar buscar o convencimento dos deputados através dessa PEC para a gente trabalhar a retirada do referendo”, disse o secretário de Governo.
“E depois, se resolvido isso, nós vamos chegar com o pedido de autorização da venda das empresas. Mas, mais uma vez, sem afogadilho, sem colocar prazo, sem colocar a faca no pescoço de ninguém, muito menos da Assembleia, e sabendo da situação real de cada deputado e deputada e daquilo que passa na cabeça de cada um deles”, continuou Valadares.
O governo ainda não divulgou quando irá apresentar a PEC sobre o referendo. São necessários os votos favoráveis de 48 dos 77 deputados estaduais para mudar a Constituição e 47 votos para aprovar privatizações. Em tese, a base de apoio ao governo Zema tem 57 parlamentares, mas é comum que haja “deserções” a depender do projeto em votação.