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O governo recorreu ao Centrão para ter maioria na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e derreter a oposição constituída por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro no colegiado. A negociação passa pela retirada de parlamentares bolsonaristas dos trabalhos para incorporar nomes mais brandos.

Nesta terça-feira, 8, o Republicanos retirou Diego Garcia (PR) e Messias Donato (ES) da CPI; o União Brasil retirou Alfredo Gaspar (AL) na manhã desta quarta-feira. O líder da bancada, Elmar Nascimento (BA), disse a Gaspar que queria entregar votos ao governo e o retirou dos trabalhos.

Ainda nesta quarta-feira, 9, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anulou a convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa, que era um dos principais alvos da oposição para constranger o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Tanto o Republicanos como o União e o PP ganharão ministérios assim que acontecer a reforma ministerial.

Como resultado, a oposição frustrou-se e não pretende sequer pedir adiamento dos trabalhos. “Nós não vamos pedir prorrogação. Agora que o governo se movimenta para ter maioria na CPI, não faz sentido alongar uma CPI cuja maioria dos membros é o governo ligado umbilicalmente ao MST”, disse Salles.” Claramente há uma movimentação dos partidos que querem ser governo para consolidar apoio e formar bases que o Centrão sempre negociou.”

A comissão tem 120 dias de funcionamento com a possibilidade de mais 60 dias de prorrogação. O prazo encerra-se no dia 14 de setembro.

Diante da ação governista e com o depoimento cancelado nesta quarta-feira, a CPI do MST sequer conseguiu realizar audiência e a sessão foi encerrada.

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“Centrão enterrou a CPI do MST”, diz Ricardo Salles à CNN

Relator da comissão afirma que não pedirá prorrogação dos trabalhos do colegiado Deputado Ricardo Salles (PL-SP) é relator da CPI do MST na Câmara Deputado Ricardo Salles (PL-SP) é relator da CPI do MST na Câmara Agência Câmara

Carol Raciunas da CNN*

O deputado Ricardo Salles (PL-SP), relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara que investiga a atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), afirmou nesta quarta-feira (9) à CNN que não pedirá mais a prorrogação dos trabalhos do colegiado.

“O centrão enterrou a CPI. Traiu a Frente Parlamentar da Agropecuária, traiu o agronegócio brasileiro. Nós não vamos fazer jogo de cena, não vamos prorrogar o prazo da CPI”, afirmou.

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A decisão ocorreu logo após o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), acatar um pedido para impedir a convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa, que prestaria depoimento nesta quarta-feira (9), após aprovação da comissão.

Ao justificar o pedido, o deputado Nilto Tatto (PT-SP) afirmou que “não se demonstrou no requerimento a conexão entre as atribuições do ministro da Casa Civil da Presidência da República e os fatos investigados pela CPI sobre o MST”.

O pedido acompanha manobras da base governista, que negociou trocas de integrantes da CPI com partidos de Centro. “Com essas alterações, com certeza, temos maioria”, afirmou o deputado e suplente da CPI, deputado Alencar Santana (PT-SP).

A CPI tem prazo de funcionamento até 14 de setembro, mas poderia ser prorrogado em até 60 dias.

*Sob supervisão de Jorge Fernando Rodrigues

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