William Waack – CNN
O hacker Walter Delgatti depôs nesta quinta-feira (17) na CPMI do 8 de janeiro
Walter Delgatti, um indivíduo confessamente envolvido em atividades criminosas, afirmou hoje, durante seu depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro, que se encontrou com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Dentro do Palácio do Alvorada, discutiu-se a possibilidade de fraudar urnas eletrônicas, uma tarefa que ele alega ter sido instruído a realizar pelo próprio Bolsonaro, mediante orientações para se dirigir ao Ministério da Defesa.
Surge a pergunta: qual é o valor da palavra de um indivíduo envolvido em atividades de estelionato?
Evidentemente, a credibilidade de suas declarações somente é válida na medida em que possa ser corroborada por evidências concretas.
Bolsonaro o ameaça com uma queixa-crime, e a Polícia Federal convocou Delgatti, que se encontra detido, para prestar depoimento novamente.
Apesar disso, a situação é extremamente delicada para o presidente, já que seu assistente de confiança, o tenente-coronel Mauro Cid, parece ser um fator de instabilidade iminente.
Isso porque, mesmo que o conteúdo da conversa alegada por Delgatti com o ex-presidente não seja comprovado, a mera confirmação do encontro no Palácio do Alvorada é altamente constrangedora.
Isso confirma um padrão de comportamento por parte de Bolsonaro, que vem se manifestando desde o início da pandemia: a tendência a buscar apoio de figuras obscuras para sustentar teorias descabidas, conspirações infundadas ou mesmo charlatanismo.
Walter Delgatti pode ser classificado como um indivíduo envolvido em atividades de estelionato e comportamento criminoso recorrente, logo, um integrante do submundo.
Portanto, sua palavra carece de credibilidade.
É inconcebível que um indivíduo ligado ao submundo possa ter acesso à residência oficial do presidente da República, assim como ao Ministério da Defesa.