Conheça seis pontos importantes antes de colocar um veículo movido a bateria na garagem
Por: Mário Sérgio Venditti – Jornal Estadão
Comprar um carro elétrico não é uma tarefa tão simples. Ou seja, antes de por um veículo movido a bateria na garagem, é preciso levar em conta certos aspectos para não se arrepender com a compra.
Afinal, a escolha deve considerar o perfil do usuário, como, por exemplo, se ele viaja muito com a família e se há estações de recarga no trajeto que costuma fazer no dia a dia. Selecionamos seis fatores importantes antes de fechar o negócio. Confira.
1 – Consulte o bolso
Os automóveis 100% elétricos ainda são mais caros que os modelos similares com motor a combustão. Para evitar uma compra por impulso, certifique-se de que seu orçamento permite esse gasto. Outra medida recomendável é realizar o teste drive para verificar se você vai se acostumar com um carro relativamente diferente.
2 – Onde recarregar
Ao encarar as estradas para um passeio mais longo com a família, o usuário precisa elaborar um “mapa” da viagem, com o objetivo de identificar onde estão os pontos de recarga ao longo do caminho. Embora a infraestrutura de recarga das rodovias brasileiras esteja melhorando, a ausência de pontos de reabastecimento da bateria pode deixá-lo no meio do caminho, com “pane seca”. Ou seja, veja se o seu estilo de vida e suas necessidades combinam com o carro elétrico.
3 – Autonomia do carro elétrico
Uma das primeiras perguntas que devem ser feitas na concessionária é sobre a autonomia do veículo de seu interesse. Até porque, no início do ano, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) reduziu, em média 30%, da autonomia de todos os carros disponíveis no País, para se chegar a um número mais real na utilização diária.
Dessa forma, é possível ter uma informação mais preciso da distância que ele consegue percorrer até a próxima recarga, caso não queira realimentar a bateria todos os dias no equipamento residencial.
Assim, o carro elétrico é ainda mais prático dentro das cidades, onde há diversos locais com estações de recarga, como estacionamentos de shopping centers.
Por falar em autonomia, ela depende da capacidade da bateria, mas fatores como peso do carro, aerodinâmica, potência do motor e dispositivos elétricos que o veículo utiliza (como ar-condicionado) são capazes de impactar no número final. Além disso, essa capacidade também pode ser influenciada de acordo com os hábitos do motorista.
4 – Preço das revisões
É sabido que a manutenção do veículo elétrico é mais barata que a do carro com motor convencional, por ter um número de peças e sistemas muito menor. Mesmo assim, antes da aquisição, informe-se a respeito do valor das revisões e providencie uma cotação de seguro. Com isso, o interessado não terá surpresas quando precisar fazer algum conserto.
5 – Por dentro da bateria
Você não precisa ser um expert em baterias e infraestrutura de recarga, mas é interessante entender o mínimo sobre o componente, a fim de entender melhor o funcionamento de seu veículo. Existem carregadores portáteis que levam até 24 horas para carregar um veículo, ao passo que equipamentos específicos de potência maior realizam a operação em aproximadamente quatro horas. Os carregadores de carga ultrarrápida realimentam 80% da bateria em apenas 40 minutos.
6 – Custo da recarga
Embora boa parte dos pontos de recarga ainda seja gratuito, esse serviço já começa a ser cobrado no Brasil. Isso porque a infraestrutura exige fortes investimentos das empresas para formar uma capilaridade no País e elas buscam o retorno desse investimento.
O principal mercado do veículo elétrico é a região Sudeste e, em carregadores de 22 kW, os valores variam de R$ 1,50 a R$ 2,10 por kWh. Em equipamentos lentos (7 kW), a taxa é de R$ 2 por kWh.
Para recarregar até 80% da bateria de um Renauklt Kwid E-Tech, por exemplo, o usuário desembolsa cerca de R$ 32. O Nissan Leaf é mais caro e cobra pelo mesmo serviço em torno de R$ 45. Já no Volvo XC40, um dos elétricos mais vendidos do mercado brasileiro, a taxa chega a R$ 80.