Alcolumbre leva candidato à sucessão no Senado para almoço com Bolsonaro

Convite foi feito pelo presidente em meio às articulações para a eleição no Congresso

Emilly Behnke e Daniel Weterman, O Estado de S. Paulo

O presidente Jair Bolsonaro almoçou nesta quinta-feira, 24, véspera de Natal, com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), candidato ao comando da Casa. O convite foi feito por Bolsonaro em meio às articulações para a eleição que vai renovar a cúpula do Congresso, em fevereiro de 2021.

O encontro ocorreu após Bolsonaro ter se reunido, na semana passada, com três senadores do MDB que também pretendem concorrer à cadeira de Alcolumbre. A reunião desta quinta serviu para o presidente do Senado reforçar que Pacheco é seu candidato e que espera o apoio de Bolsonaro. A interlocutores, Alcolumbre afirmou que Pacheco tem o aval de Bolsonaro na eleição. Nos bastidores, porém, há comentários de que o presidente dará preferência a um nome do MDB.

“Acompanhei, em Brasília, nesta quinta-feira, visita que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, fez ao presidente da República, Jair Bolsonaro, para desejar-lhe boas festas. Ao final do encontro, o presidente Bolsonaro nos convidou para um almoço informal, que não constava da agenda”, afirmou Pacheco, em nota divulgada pela assessoria de imprensa.

Rodrigo PachecoO senador de Minas Gerais Rodrigo Pacheco (DEM) Foto: Dida Sampaio/Estadão

Como o Estadão/Broadcast mostrou, Pacheco – que é líder do DEM — enfrenta resistências no Senado, inclusive entre as maiores bancadas, como MDB, PSD e Podemos. Ele decidiu buscar apoio dos colegas após a tentativa de reeleição de Alcolumbre ter sido barrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Sem ainda ter a adesão de partidos, Alcolumbre lançou mão de uma estratégia no varejo, pedindo votos individualmente a seu candidato.

Rachadinha.  Pacheco é citado por adversários como alguém que dificilmente daria o mesmo respaldo de Alcolumbre ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos, RJ), filho do presidente e acusado de participação no esquema da “rachadinha” quando era deputado estadual, no Rio de Janeiro. Além de processo na Justiça, Flávio é alvo do Conselho de Ética do Senado.

Na conversa desta quinta,  Alcolumbre procurou mostrar que Pacheco poderá fazer a mesma ponte amigável com o Palácio do Planalto. O MDB, por sua vez, também tenta o aval de Bolsonaro e conta com pré-candidatos que são próximos ao presidente: o líder do governo no Congresso, Fernando Bezerra Coelho (PE), o líder do governo na Casa, Eduardo Gomes (TO), e o líder da bancada no Senado, Eduardo Braga (AM). Os três senadores buscam o apoio de Bolsonaro e foram chamados por ele, na semana passada, de “os três mosqueteiros”.

Um outro nome do MDB cotado para concorrer à presidência da Casa é o da senadora Simone Tebet (MS), mas ela não se alinha ao Palácio do Planalto. O objetivo do partido de lançar uma candidatura própria ao comando do Senado é garantir o controle da pauta no Congresso. Na Câmara, o MDB concorre à presidência com o deputado Baleia Rossi (SP), respaldado pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O Planalto, por sua vez, tem um candidato definido: o deputado Arthur Lira (Progressistas-AL), líder do Centrão.

As eleições no Legislativo são aguardadas com expectativa por Bolsonaro. Em eventos oficiais e transmissões nas redes sociais, ele citou, por exemplo, que aguarda a renovação no comando das Casas legislativas para emplacar pautas como o voto impresso para 2022, a ampliação do excludente de ilicitude (licença para matar) e uma nova medida provisória sobre a regularização fundiária, além da revogação de um decreto ambiental para permitir a pesca em Angra dos Reis, no Rio.

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