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Carbono negro: o que é e quais seus impactos?© Fornecido por eCycle
Carbono negro, também chamado de black carbon, é uma versão impura de carbono. Ela pode ser produzida durante a combustão incompleta de combustíveis fósseis, madeira (formando fuligem) ou biomassa. Ele está presente em aerossóis, sedimentos e solos.
Mas ele é muito diferente do dióxido de carbono. Enquanto este último permanece no ar por centenas de anos, o carbono negro vive por apenas algumas semanas na atmosfera.
Ele é uma das formas mais puras do carvão em sua versão amorfa, sendo constituída por partículas muito finas. O cabelo humano mede 100 mícrons de diâmetro, enquanto o carbono negro é formado por partículas com menos de um mícron de diâmetro. Ele é obtido pela combustão parcial de compostos orgânicos, principalmente a partir do metano ou do acetileno.
Impactos ambientais do carbono negro
A fumaça negra dos motores movidos a diesel é mais perigosa do que se imaginava. A fumaça preta consequente da queima incompleta de combustíveis fósseis contém carbono negro, uma forma extremamente tóxica e poluente. O carbono negro é um tipo de material particulado.
Em pesquisa realizada por 31 especialistas sobre o assunto, e publicada no Journal of Geophysical Research: Atmospheres, o carbono negro é apontado como o segundo agente que mais contribui para o aquecimento global. Seu efeito equivale a dois terços do dano causado pelo gás carbônico (CO2), o que o torna mais perigoso que o gás metano.
O carbono negro contribui com o aquecimento global de forma semelhante a de outros poluentes. Ou seja, absorvendo o calor solar ou promovendo a formação de nuvens que diminuem a superfície refletora das geleiras. Isso faz com que o seu derretimento ocorra mais rapidamente.
Principais fontes de carbono negro
A maior fonte de carbono negro no mundo são as queimadas em florestas, savanas e plantações. Mas essas não são as únicas. Em países africanos e asiáticos, a principal fonte é a queima de lenha para o aquecimento doméstico.
Enquanto na China e em alguns países do leste europeu a queima de carvão nas indústrias contribui com as emissões de carbono negro.
Nas Américas do Sul e Norte, e no restante da Europa, os motores movidos a diesel representam 70% das emissões de carbono negro.
Em estudo publicado no site do Earth Observatory da NASA, pesquisadores descrevem as regiões com maior concentração de carbono negro no mundo. A China e grande parte da África são as com maior concentração de carbono negro.
Por outro lado…
De acordo com estudo publicado na revista Phys, o carbono negro também parece afetar a precipitação e, curiosamente, pode causar o resfriamento da atmosfera. Nuvens com aerossóis poluentes contêm mais gotas de água e parecem mais brilhantes. Isso reflete a luz, resfriando a atmosfera.
Apesar de ser tóxico quando liberado na natureza, o carbono negro tem usos comerciais. Os principais usos na indústria são para a fabricação de graxa, pneus, nanquim, tintas de impressora, entre outros.
O problema dos combustíveis fósseis
O controle e a redução da emissão desse tipo de poluente é tão importante quanto complexa. No Brasil, algumas iniciativas já começaram a ser tomadas. Desde 2012, o diesel S-50, que é menos poluente, está à disposição em diversos postos de gasolina do país.
Além disso, de acordo com a Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC), a poluição causada pela queima do diesel é considerada carcinogênica. Sendo assim, os seus efeitos colaterais estão ligados aos cânceres de pulmão e bexiga.
Como evitar o carbono negro
O carbono negro é um poluente que age na atmosfera apenas a curto prazo. Isso acontece pelo fato de ser formado por partículas grandes e pesadas que, com o passar do tempo, descem ao solo. Por isso, o controle sobre esse tipo de substância é importante.
Evite automóveis movidos a diesel e tome os cuidados necessários na prevenção de incêndios florestais. Não solte balões ou faça fogueiras em locais próximos a florestas. Não jogue bitucas de cigarro em lugares arborizados ou beiras de estrada. Além disso, sempre dê preferência ao transporte público movido a energias renováveis, como o metrô e o trem.