Dicas de gestão para pequenos e médios empreendedores para o pós-covid
A pandemia mudou os hábitos de consumo, e empresários precisam se adaptar à nova demanda dos clientes
PayPal, Media Lab Estadão
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A pandemia da covid-19 mudou os hábitos e costumes em todo o mundo e em todas as esferas de nosso dia a dia. Com a necessidade de diminuir a circulação de pessoas, uma das mudanças mais visíveis no comportamento dos consumidores com o isolamento social é o incremento do comércio online, que já vinha crescendo em importância e estratégia de negócio para diversas empresas, especialmente nos segmentos de beleza, moda, alimentação e serviços.
Segundo pesquisa da Neotrust, com base em dados do Movimento Compre&Confie, no terceiro trimestre de 2020, o comércio eletrônico faturou R$ 33,4 bilhões, alta de 85,1% em relação ao mesmo período do ano passado, com 79,2 milhões de pedidos, 76% a mais do que em 2019.
Paralelamente a esse incremento do comércio online, vemos também o aumento do número de micro e pequenas empresas (MPEs) que encerram suas atividades em razão da pandemia – segundo estimativa do Sebrae, isso pode chegar a 25% das MPEs. Essas empresas são importantíssimas para a economia do País, além de geradoras de empregos, num momento em que o número de desempregados alcança a marca de 14,1 milhões de pessoas no terceiro trimestre, encerrado em setembro.
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Como não se sabe quando a pandemia e seus efeitos vão passar, além dos impactos de longo prazo nos hábitos de consumo, a melhor maneira de os pequenos comerciantes se prepararem para o mundo pós-covid é renovar sua infraestrutura para ter mais flexibilidade.
Para enfrentar o desafio, o head de Vendas do PayPal Brasil, Thiago Chueiri, sugere quatro estratégias. A primeira delas é incrementar o omnichannel – tendência do varejo que permite a convergência do virtual e do físico. “Embora algumas empresas tenham alcançado uma estratégia omnichannel ao tornar online parte da experiência de seus clientes, a próxima fase dessa abordagem envolve levar as mais recentes inovações digitais para as lojas, fechando o círculo da experiência.” Um dos benefícios das ferramentas digitais em um ambiente físico é a capacidade de oferecer uma experiência sem toque (contactless), algo que, com a pandemia, tem sido uma preocupação de todos. “Outra tecnologia que entrou e saiu da vida dos consumidores na última década, e que agora veio para ficar, é o código QR, que permite transações seguras e sem contato e ajuda a fidelizar o cliente e impulsionar novos negócios.”
Outra dica é ajudar os clientes a economizar dinheiro e gerenciar seus gastos, com opções de crédito, permitindo o pagamento da maneira que for mais conveniente e criando ofertas. “Sabemos que um número esmagador de consumidores está precisando de dinheiro, e isso não acabará no próximo ano. Assim, pense em como você pode ajudar seus clientes a administrarem suas finanças e se prepararem para o futuro ainda incerto.”
Como terceira estratégia, Chueiri diz que não é preciso estar sozinho para reorganizar a empresa para atender às mudanças de comportamento dos clientes. “Conte com os parceiros com os quais você já trabalha. Comece perguntando a seus parceiros e fornecedores existentes como podem ajudá-lo a enfrentar os novos desafios.”
Por fim, é importante investir em carteiras digitais. Segundo o executivo, elas representam mais segurança e praticidade para quem usa, itens fundamentais para fazer qualquer mercado consumidor crescer de forma sustentável. “As carteiras digitais, quando aliadas a tecnologias contactless, como NFC e QR code, por exemplo, se tornam ferramentas perfeitas para clientes e lojistas. O celular se tornou nosso controle remoto para quase tudo, e o mundo está ficando, a cada dia, mais mobile”, conclui Chueiri.