Influência do Brasil no exterior tem sido inversamente proporcional ao seu tamanho

William Waack – CNN Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) • Foto: Ricardo Stuckert / PR

Impedido de viajar ao exterior por conta de um acidente doméstico, sobrou para Lula medir forças por videoconferência com a Rússia, a China e o Irã.

É que a China, a Rússia e o Irã querem colocar a Venezuela no grupo dos Brics.

O governo brasileiro é contra.

Não pelo fato de a Venezuela ser uma ditadura — os Brics estão hoje cheios de autocracias ou regimes fortes.

Mas pelo fato de diluir ainda mais a influência que o Brasil pensa ter nos Brics.

Foi assim quando o grupo se expandiu por insistência da China.

O Brasil não queria, mas a China queria.

Ganhou a China, cuja liderança nos Brics tem um alvo bem claro: destronar os Estados Unidos como principal potência do planeta.

No caminho, tirando o dólar como principal moeda de reserva.

Na prática, o governo Lula tem grandes simpatias por esse curso de ação. Em nome de um tal de Sul Global e de um antiamericanismo infantil.

Ocorre que a influência do Brasil no exterior tem sido inversamente proporcional ao seu tamanho.

O país perdeu a capacidade de exercer liderança até mesmo no seu entorno imediato.

Venezuela e Argentina, cada uma a seu modo, são exemplos disso. E nos Brics?

O grupo é tratado como bloco, tem o tamanho de um grande bloco, mas, de tão heterogêneo, não tem condições de agir como bloco.

Serve, porém, às estratégias chinesas — que não querem impor valores, princípios, direitos… esse tipo de coisa.

Querem apenas cuidar dos próprios interesses. E os do Brasil?

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