Ano Novo, novas possibilidades

Simone Demolinari

Virada de ano é um momento propício para deixar para trás aquilo que não nos agradou e redesenhar o rumo da vida.

As metas e intenções são sempre fortes e desafiadoras. O problema é que nem sempre conseguimos, na prática, aquilo que desejamos em pensamento.

Mas por quê isso acontece? Por que deixamos de fazer algo se o queremos tanto?

Geralmente por dois motivos: preguiça e autossabotagem. Duas razões perigosas, mesmo sendo tão óbvias.

Vejamos cada um deles. A preguiça é como lutar contra um monstro. É cada vez maior o número de pessoas que se queixam de sentir preguiça. Incomodam-se com o fato de não conseguirem colocar em prática planos que gostariam e sentem-se muito mal por serem vencidas pelo desânimo.

Muitos justificam a preguiça com o cansaço físico, mas nem sempre isso é verdadeiro. Muitas vezes é apenas uma desculpa para atenuar a culpa.

A preguiça é tão traiçoeira que podemos observar a manifestação dela em vários momentos no nosso dia a dia. Quando, por exemplo, optamos por comer algo prejudicial à nossa saúde por estar mais perto; quando substituímos uma palavra por outra por preguiça de saber como conjugá-la; quando desistimos dos nossos objetivos – dieta, academia, estudos, porque dá muito trabalho.

O desânimo e a preguiça são condutas autodestrutivas poderosas que, além de atrasar o desenvolvimento dos planos de vida, ainda deixam o indivíduo com baixa autoestima. O sujeito preguiçoso está sempre insatisfeito consigo e jamais terá um bom juízo de valor a seu respeito, não terá admiração pelo seu jeito de ser… ao contrário, se envergonhará dele. Não existe ninguém que se orgulhe de ser preguiçoso. Quando a preguiça é maior que a vontade de colocar os planos em prática, ela vencerá e as metas não sairão do papel.

Já a autossabotagem opera numa roupagem diferente: ela chega sorrateiramente em forma de ilusão. Despoja o afetado de lucidez fazendo com que ele acredite estar no caminho certo, quando na verdade ele está boicotando a si próprio com suas atitudes. Um bom exemplo de autossabotagem é o “pensamento mágico”, uma forma de acreditar que o resultado chegará sem o esforço correspondente. É como querer ganhar na loteria sem jogar; querer emagrecer perdendo a fome; querer largar o cigarro perdendo a vontade de fumar. Essa maneira ilusória de conduzir o pensamento acaba virando um vício e faz com que o indivíduo viva buscando atalhos e evitando o crivo do esforço e da privação. Dificilmente alcançará os resultados desejados.

Os que almejam um ano com novas perspectivas e verdadeiras realizações precisam estar atentos a evitar, enfaticamente, esses dois comportamentos que impedem o sucesso: a preguiça e o autoengano.

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By valeon