História de CdB – Correio do Brasil

A estratégia dos causídicos para livrar Bolsonaro dos crimes de golpe de Estado e liderança de uma organização criminosa, no entanto, implica os generais Augusto Heleno e Walter Braga Netto, um de seus principais assessores e o candidato a vice-presidente na chapa derrotada em 2022, respectivamente.

Por Redação – de Brasília

A linha de defesa do ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL) transferiu, integralmente, a culpa pela articulação e execução do golpe de Estado fracassado no 8 de Janeiro para os generais que integraram o seu governo. A decisão, no entanto, terá reações adiante. Segundo o advogado Paulo Amador da Cunha Bueno, em recente entrevista à mídia conservadora, militares de alta patente teriam usado a trama golpista no fim de 2022 para derrubar o então presidente e assumir o poder.

Os generais Augusto Heleno e Braga Netto foram apontados por Bolsonaro como beneficiários do golpe

Os generais Augusto Heleno e Braga Netto foram apontados por Bolsonaro como beneficiários do golpe

A estratégia dos causídicos para livrar Bolsonaro dos crimes de golpe de Estado e liderança de uma organização criminosa, no entanto, implica os generais Augusto Heleno e Walter Braga Netto, um de seus principais assessores e o candidato a vice-presidente na chapa derrotada em 2022, respectivamente, como os principais interessados na derrubada do regime democrático.

Confiança

A notícia foi mal recebida no meio militar, uma vez que os oficiais de alta patente citados agora como líderes do movimento golpista a veem como uma quebra de confiança irreparável. O caminho atual da defesa é visto, no círculo militar aliado à extrema direita, como um oportunismo do ex-presidente na tentativa de se livrar das acusações de liderar a intentona militar.

A sustentação da tese adotada pela defesa encontra-se, segundos os advogados,  no documento elaborado pelo general da reserva Mario Fernandes, um dos principais suspeitos de arquitetar a trama golpista revelada pela Polícia Federal (PF), ora em prisão preventiva. O texto previa a criação de um Gabinete Institucional de Gestão de Crise, comandado por militares, logo após o golpe de Estado.

— Quem seria o grande beneficiado? Segundo o plano do general Mario Fernandes, seria uma junta que seria criada após a ação do ‘Plano Punhal Verde e Amarelo’ e, nessa junta, não estava incluído o presidente Bolsonaro — concluiu Bueno.

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By valeon