História de Redação – Jornal Estadão
BRASÍLIA – O fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (Previ) soltou uma nota no fim da noite desta quarta-feira, 5, classificando de ilações as suspeitas de falhas na gestão da entidades. O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou ontem uma auditoria “urgentíssima” no fundo, alegando potenciais prejuízos para os participantes e para o Banco do Brasil após um dos planos administrados pela entidade apresentar deficit de R$ 14 bilhões.
“Acerca das ilações de falhas na gestão, a entidade registra seu mais veemente repúdio, pois afirmações rasas trazidas a público desqualificam um assunto de relevada importância para milhares de associados, e levam intranquilidade para pessoas que, em sua maioria, já passaram dos 70 anos de idade”, diz a nota da Previ.
Segundo a Previ, o ano de 2024 foi de grande volatilidade. “Os planos continuam em equilíbrio — muito por conta do bom resultado de 2023, também construído pela atual gestão da entidade. Não há, portanto, nenhum risco de equacionamento, nem de pagamento de contribuições extraordinárias pelos associados ou pelo Banco do Brasil”, afirma a Previ.
A Previ informou que não haverá necessidade de contribuições extraordinárias pelo Banco do Brasil e pelos associados ao fundo de pensão. Foto: Giovanni Nobile/BB Foto:
Nesta quarta-feira, o ministro Walton Alencar Rodrigues, do TCU, afirmou que há “gravíssimas preocupações” sobre o desempenho do fundo, uma vez que o plano 1, o mais antigo administrado pela entidade, deu prejuízo de R$ 14 bilhões, após dois anos (2022 e 2023) seguidos com resultados positivos acima de R$ 5 bilhões.
Desde o início do governo Lula a Previ é administrada por João Fukunaga, egresso do sindicato dos bancários de São Paulo.
“Foi pífio o desempenho dos planos da Previ para quase todas as classes de investimentos”, afirmou o ministro Walton na sessão do TCU.
O presidente do TCU, Vital do Rêgo, determinou então uma auditoria urgente – a Previ já passaria por um pente-fino segundo decisão do próprio colegiado de meados do ano.
A Previ afirma na nota não comentar a decisão do TCU, mas diz que o resultado negativo não levou à venda de ativos ou equacionamento (quando um fundo tem que zerar o prejuízo imediatamente).
“O déficit de um determinado período não pode ser confundido com prejuízo. São conceitos bem distintos. A Previ não precisou vender nenhum ativo em 2024 para recompor suas reservas ou cumprir com suas obrigações. Pelo contrário, segue saudável pagando mais de R$ 16 bilhões em benefícios por ano, inclusive com recursos oriundos de dividendos das empresas que possui em seu portfólio”.