História de Redação – Jornal Estadão
O Vaticano anunciou na tarde desta segunda-feira, 24, que o estado de saúde do Papa Francisco apresentou uma leve melhora e que o pontífice retomou atividades de trabalho.
De acordo com o boletim divulgado pela Sala de Imprensa da Santa Sé, Francisco não voltou a manifestar crise de asma e alguns exames laboratoriais apresentaram melhora — não foram divulgados detalhes sobre os resultados.
“O monitoramento da leve insuficiência renal não é preocupante. A oxigenoterapia continua, embora com fluxo e percentual de oxigênio ligeiramente reduzidos”, acrescenta o Vaticano.
O boletim afirma ainda que, diante da complexidade do quadro e por precaução, “os médicos não desfazem o prognóstico”. Nos últimos dias, a equipe indicou que o prognóstico do Papa era reservado, termo usado quando não há clareza se o paciente conseguirá se recuperar.
O pontífice de 88 anos está internado há dez dias com uma complexa infecção pulmonar e sofre complicações. Francisco tem pneumonia dupla e uma “insuficiência renal leve”, provocada pela infecção pulmonar.
“Somando uma doença pulmonar crônica, uma insuficiência renal, um quadro de infecção grave, um senhor de 88 anos, apesar de estar tendo melhora, eles não querem mudar o prognóstico, falar que é ótimo, porque a chance de uma melhora neste momento é boa, mas como ele se sente frágil, de uma hora para outra esse cenário pode mudar e ele voltar a ter uma piora. Então, provavelmente por isso não querem alterar o prognóstico”, opina Sibele Lessa Braga, nefrologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Imagem de arquivo mostra o Papa em viagem a Cuba, em 2015; saúde de Francisco se deteriorou nos últimos meses Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
No sábado, 22, o Papa teve um crise respiratória asmática prolongada e sua condição foi considerada “crítica”. Desde então, ele utiliza a terapia de alto fluxo de oxigênio.
Exames também revelaram anemia e uma redução no número de plaquetas no sangue (trombocitopenia), o que exigiu a administração de transfusões.
Médicos ouvidos pelo Estadão afirmam que o estado de saúde de Francisco é delicado devido à sua idade, fragilidade e doença pulmonar preexistente. A principal ameaça é o risco de sepse, uma infecção grave do sangue que pode ocorrer como complicação de uma pneumonia.
“O Papa, com uma doença crônica pulmonar e com a pneumonia, não vai ter o risco de sepse reduzido enquanto não houver o total controle dessa infecção, porque a pneumonia é uma infecção bacteriana que pode ser grave, principalmente em uma pessoa de idade”, diz Sibele. “Ele precisa de uma total resposta ao uso dos antibióticos para os médicos garantirem que está fora de risco.
Pedido de orações
O Vaticano informou nesta segunda, 24, que promoverá orações noturnas pela saúde do Papa na Praça de São Pedro, e convidou católicos de todo o mundo a se juntarem.
O pedido reverberou e mais de um milhão de alunos de escolas e instituições de ensino superior católicas de todo o Brasil iniciaram uma rede de orações pela saúde do pontífice.