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Delegações dos Estados Unidos e da Ucrânia discutem cessar-fogo em Jeddah, na Arábia Saudita
Presidente americano Donald Trump disse que falará com o russo Vladimir Putin nesta semana para tentar alinhavar acordo de paz e que retomará a ajuda militar à Ucrânia.Os Estados Unidos e a Ucrânia anunciaram nesta terça-feira (11/03) a retomada imediata da ajuda militar e de inteligência americana e a disposição para um cessar-fogo de 30 dias – se a Rússia também concordar.
O anúncio conjunto foi feito após uma rodada de negociações na cidade litorânea de Jeddah, na Arábia Saudita, que não contou com a presença dos presidentes – Volodimir Zelenski esteve antes para conversas preliminares.
Zelenski disse no X que os EUA propuseram “dar um primeiro passo ainda maior” – um cessar-fogo “completo” de 30 dias, “não apenas interrompendo os ataques com mísseis, drones e bombas, não apenas no Mar Negro, mas também ao longo de toda a linha de frente”.
“A Ucrânia está pronta para aceitar essa proposta – nós a vemos como um passo positivo e estamos prontos para aceitá-la. Agora, cabe aos Estados Unidos convencer a Rússia a fazer o mesmo. Se a Rússia concordar, o cessar-fogo entrará em vigor imediatamente”, prossegue o presidente ucraniano.
Ele explica que há três pontos principais da proposta da Ucrânia para um cessar-fogo: Silêncio na terra, com o fim dos ataques com mísseis, bombas e drones de longo alcance; silêncio no mar; medidas de construção de confiança, principalmente a libertação de prisioneiros de guerra e detentos e o retorno de crianças ucranianas que foram transferidas à força para a Rússia.
As delegações dos dois países também discutiram a necessidade de ajuda humanitária como parte do processo de paz.
Acordo para exploração mineral
Os dois lados também concordaram em “concluir o mais rápido possível” um acordo “abrangente para desenvolvimento de recursos minerais essenciais da Ucrânia para expandir sua economia, compensar o custo da assistência americana e garantir prosperidade e segurança à Ucrânia em longo prazo”, disse o comunicado.Vídeo relacionado: Ucrânia e EUA fecham acordo para cessar-fogo com a Rússia (Dailymotion)
O acordo que concede aos EUA o direito de explorar terras raras na Ucrânia, como compensação pela ajuda militar dos últimos anos, deveria ter sido assinado na mal-sucedida reunião no Salão Oval, sendo agora retomado.
Rússia com a bola
O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse em Jeddah que seu governo apresentaria a oferta aos russos.
“A bola está agora no campo deles”, disse Rubio.
Ao comentar no X após o anúncio, o presidente dos EUA, Donald Trump, escreveu: “A Ucrânia acabou de concordar com um cessar-fogo. Agora temos que ir à Rússia e esperamos que o presidente [Vladimir] Putin concorde com isso também e possamos começar o espetáculo… Queremos acabar com essa guerra”.
A reaproximação dos dois países ocorreu dez dias depois da reunião explosiva em que Trump acusou Zelenski de não demonstrar apreço pela ajuda dos EUA e ter má vontade com o fim da guerra, cancelando a ajuda militar e de inteligência ao país sob ataque russo há três anos.
Trump também indicou que Zelenski seria bem-vindo de volta à Casa Branca, apesar do desentendimento público entre os dois líderes no último encontro.
Na declaração conjunta desta terça, “a delegação ucraniana reiterou a gratidão do povo ucraniano ao presidente Trump, ao Congresso dos EUA e ao povo dos Estados Unidos por tornar possível progresso significativo em direção à paz”.
Ambos os lados concordaram em formar equipes de negociadores e iniciar conversas sobre uma paz duradoura que daria à Ucrânia segurança a longo prazo, disse a declaração.
Processo de paz
A Ucrânia enfatizou que seus parceiros europeus deveriam estar envolvidos no processo de paz.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou, em post no X, que “A UE está pronta para desempenhar plenamente seu papel, junto com seus parceiros, nas próximas negociações de paz”.
O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu nesta terça aos chefes militares de toda a Europa e de outros países que elaborem um plano “para definir garantias de segurança confiáveis” para a Ucrânia no caso de um cessar-fogo.