UM CEMITÉRIO CHAMADO BR 381
Wagner – Novo – Ipatinga-MG
É lastimável, doloroso e, sobretudo, cansativo retomarmos ao mesmo tema a cada novo acidente nesse corredor de sangue que é a três oito um. No mesmo local de entroncamento com a BR 262 uma nova tragédia ocorre, colocando fim a quatro vidas.
Ressurge daí as discussões sobre a qualidade da estrada e seu traçado construído na década de 1960, que corta o Estado de Minas Gerais, um dos principais corredores de riquezas do país.
Se aonde chega a estrada acontece o desenvolvimento, pode-se afirmar que MG é um Estado atrasado. Basta ir ao vizinho São Paulo para conhecer as maravilhas da Pedro I, Anhanguera e outras, além do trecho duplicado da Fernão Dias (a 381 Sul).
Discussões retrógradas sobre ‘privatizar ou não’ empacam a melhoria do trecho além de alguns entraves absurdos como as desapropriações e questões ambientais simples de serem resolvidas, a julgar pelo interesse social da obra. Seriam poupadas muitas dessas vidas perdidas por aí.
Relembrando o ano 2014, bem no início da eleitoreira obra de duplicação – concomitantemente à Copa do mundo da Fifa – a reforma do patético Estádio Mané Garrincha de Brasília (que nem time tem) custava o mesmo que toda a obra da 381 de BH a Governador Valadares.
Porém, o esforço dos ‘nossos’ representantes políticos no Congresso e na Assembleia Estadual é pífio. A ineficiência e ineficácia dessa turma é a mesma de sempre. Travam por lá mais discussões corporativas que propositivas enquanto o tempo passa veloz e as mesmas tragédias se repetem.
Um absurdo um Estado da importância de MG não ter um corredor de escoamento decente, por estradas, de BH para o Norte.
Estive no Estado de SP por alguns dias e por lá o que se vê são as pistas duplicadas para qualquer lado. Daí, ao retornar para MG é uma decepção. Passou de BH para o Vale do Aço dá uma sensação de retrocesso incomparável. Nem vou comentar o que é seguir em direção à Bahia… aí é lembrar da Rodovia do Boi com os intermináveis buracos de sempre. Enquanto o IPVA, ah, esse sim, renova a cada ano.