A estratégia do PT para desgastar o governo nos próximos dois anos

Nonato Viegas – Veja

A edição de VEJA deste fim de semana mostra a falta de rumo da oposição — isolada, sem discurso, sem proposta, sem alternativa para fazer frente ao governo Bolsonaro. O desafio agora tornou-se ainda maior, porque dois aliados do presidente assumiram o comando das duas Casas que compõem o Congresso. Na Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL) é o presidente para os próximos dois anos. No Senado, assumiu o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

Mas, para o PT, houve uma mudança estratégica de atuação da bancada do partido na Câmara e no Senado que deve surtir resultados políticos. Enquanto na primeira os petistas ganharam apenas um cargo burocrático na Mesa Diretora, uma concessão de Arthur Lira ao partido que não o apoiou, na segunda, a bancada conquistou duas comissões, a do Meio Ambiente e a dos Direitos Humanos.

Na avaliação dos petistas, ambas têm o potencial de causar incômodo ao governo e constrangimentos internacionais à administração Bolsonaro, já estigmatizada no exterior como um presidente que não respeita os direitos humanos nem o meio ambiente. Bolsonaro é, inclusive, alvo, de ação na Corte de Haia por violar direitos dos povos tradicionais e já trocou acusações com lideranças políticas por conta da Amazônia.

“Vamos com tudo para cima do governo. Vamos dar trabalho, utilizando todos os instrumentos legislativos para cobrar ações responsáveis do governo, ainda que tenha de constrangê-lo internacionalmente”, afirmou o senador Humberto Costa (PT-PE), que vai presidir a Comissão de Direitos Humanos. Na Comissão de Meio Ambiente, o PT escalou outro político hábil e com trânsito não apenas político mas com empresários, o senador Jaques Wagner (BA). A liderança da Minoria, que é a oposição, vai ficar com outro petista, o senador Jean Paul Prates (RN).

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By valeon