A cartilha de Bannon e as aberrações de Bolsonaro

Coluna do Estadão

Foto: Eduardo Munoz Alvarez/AP

Uma das estratégias vocalizadas por Steve Bannon e colocada em prática na primeira campanha de Donald Trump dizia mais ou menos o seguinte: o “personagem” deve dar declarações diárias, polêmicas, mesmo que absurdas e contraditórias, com um único objetivo, o de disputar espaço no noticiário. Em termos simples, sobra menos espaço na imprensa e na atenção dos receptores para as notícias críticas em relação ao “personagem” ou a seu governo. Quanto mais absurda a declaração, mais chamará a atenção e mobilizará as audiências.

Falem mal… Conforme esse receituário, aberrações retóricas como as produzidas por Jair Bolsonaro no Triângulo Mineiro podem não se tratar apenas de destempero, ausência de empatia ou cortina de fumaça, mas de disputa por espaço no noticiário completamente carregado e desfavorável a ele dos últimos dias.

…mas de mim. Quem não gosta de Bolsonaro se indigna. Porém, com base nas pesquisas é possível suspeitar que a parcela de apoiadores do presidente não move sobrancelha de reprovação às declarações desumanas. Já quando o assunto é o casarão de Flávio Bolsonaro, sondagens têm detectado insatisfação.

Xi… A crise na Petrobrás também não agrada a parte dos apoiadores.

Livre. Claro, sem qualquer tipo de fiscalização do Congresso (o Senado nem sequer consegue instalar uma CPI) e da PGR, Bolsonaro testa os limites e sobe cada vez mais o tom.

São os outros. Bolsonaro disparou no WhatsApp mensagens para aliados com trecho de uma enquete segundo a qual mais de 90% dos participantes afirmam que os responsáveis pela queda no PIB são os governadores e prefeitos.

Ação. A deputada estadual Marina Helou (Rede) é uma das autoras de projeto que garante prioridade para profissionais da educação em São Paulo. “Escolas têm que ser as últimas a fechar e as primeiras a abrir. Isso é garantir o direito de crianças e adolescentes a um futuro”, diz.

SINAIS PARTICULARES.
Marina Helou, deputada estadual (Rede-SP)

Ilustração: Kleber Sales

CLICK. O ex-ministro da Saúde José Serra, de 78 anos, recebeu a 1ª dose da vacina contra a covid-19. Ficou feliz, mas lamentou o ritmo lento da vacinação no País.

Coluna do Estadão

Pegadinha… Apesar de o nome de Bia Kicis (PSL-DF) estar bem encaminhado para presidir a CCJ, há uma estratégia para tentar derrotá-la no voto, sem candidatura adversária. Como? Votando em branco.

…do malandro. Como o voto é secreto, os partidos não seriam acusados de descumprir acordo. Uma vez derrotada, ela não poderia se recandidatar.

Coletivo? Do líder do DEMEfraim Filho (PB): “Há um acordo. Portanto, deve ser a Bia (Kicis) na presidência da CCJ. A gestão vai ser compartilhada. Se ela partir para uma agenda mais específica dela, nada andará na comissão”.

Memória. Duas missas serão celebradas no próximo fim de semana em memória de Mário Covas, morto há 20 anos. Ambas serão online e transmitidas no Facebook da fundação que leva o nome do governador e fundador do PSDB: amanhã (sábado), 6, às 10h30, e domingo, 7, às 18h.

Memória 2. “Ele nos deixou há 20 anos, mas o legado de seu ideário, tão atual nos dias de hoje, não pode ser esquecido”, afirma Sergio Kobayashi, presidente da Fundação Mário Covas.

PRONTO, FALEI!

Foto: João Mattos/Brazil Photo Press

Jaques Wagner, senador (PT-BA): “Chega a ser risível ver a base do governo pedindo para os senadores colocarem freio no presidente. Na verdade, querem frear o valor do auxílio emergencial e não têm coragem de assumir.”

COM REPORTAGEM DE ALBERTO BOMBIG, MARIANA HAUBERT E MARIANNA HOLANDA.

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By valeon