Carne vegetal em alta: US$ 85 milhões para a The Not Company

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O mercado plant-based ganha novos contornos na América Latina. Depois da brasileira Fazenda Futuro, agora é a vez da chilena The Not Company captar uma rodada milionária. A startup acaba de anunciar um aporte de US$ 85 milhões (R$ 460 milhões, usando a cotação do dia de fechamento do acordo), liderado pelos fundos Future Positive e L Catterton. Também participaram da rodada Bezos Expedition (do bilionário Jeff Bezos), Humboldt Capital, Kaszek Ventures, Maya Capital e The Craftory. No total, a NotCo já recebeu US$ 118 milhões em aportes.

O investimento vem em um bom momento para a NotCo: agosto foi o maior mês de vendas em sua história. Mesmo em tempos de pandemia, a foodtech teve meses ininterruptos de crescimento. Contribuíram para isso o lançamento de um e-commerce próprio e de uma dark kitchen para produzir pratos com produtos da empresa chilena. “Nesta rodada, os fundos que já participavam fizeram follow on”, disse Luiz Augusto Silva, presidente da startup para o Brasil (foto abaixo), em conversa com Pequenas Empresas & Grandes Negócios. “Esse investimento a mais na companhia mostra que eles acreditam na nossa capacidade de escalar.”

 

 

Em comunicado, o cofundador Matías Muchnick ressaltou a importância dos novos investidores. “A Future Positive traz uma atitude de colaboração, experiência com a indústria plant-based e um profundo conhecimento do ambiente de tecnologia. Já o L Catterton oferece muito mais do que suporte financeiro. Com uma rede global, eles trazem uma experiência incomparável em parcerias com marcas que são líderes globais.”

Os recursos serão usados para fazer contratações, ter acesso a mais pontos de venda e investir em um trade marketing que mostre os valores da NotCo. Atualmente, a foodtech comercializa maionese, leite e sorvete a base de plantas para 700 estabelecimentos. Seu hambúrguer vegetal deve chegar ao varejo na primeira quinzena de outubro, marcando uma nova etapa da empresa que tem como objetivo reinventar a indústria alimentícia, com alimentos que imitam sabor e textura animal usando apenas plantas.

Até o final de 2021, o Brasil deve se tornar a mais importante operação latino-americana da foodtech. O país não será o maior mercado global da NotCo por conta da entrada nos Estados Unidos, que também acontece no próximo ano. A foodtech já tem uma equipe de machine learning em São Francisco. Em breve, abrirá um escritório comercial, competindo com players americanos como Beyond Meat e Impossible Foods.

Para Luiz Augusto Silva, a concorrência com outras foodtechs ajuda a startup chilena. “Não se trata de saber quem terá a maior fatia, mas sim de aumentar o tamanho do bolo. Estamos preocupados em fazer as pessoas provarem. Assim, haverá uma mudança mais rápida dos hábitos dos consumidores. E aí, nem todas as foodtechs somadas serão capazes de atender toda a demanda”, diz. “Depois, claro, caberá ao consumidor escolher a melhor solução. Acreditamos que entregamos muito diferenciais, especialmente na experiência de memória afetiva do sabor e na textura da carne.”

 

 

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By Moysés