E AGORA MORO? A FESTA ACABOU, A LUZ SE APAGOU, O DIA NÃO VEIO E AGORA VOCÊ QUE É SEM FUNÇÃO. QUEM É VOCÊ?

Jornalista William Horta Sobrinho

O sujeito se diploma em Direito, faz concurso pra juiz, é aprovado e trabalha como magistrado por 22 anos, tendo uma conduta ilibada e ganhando cerca de 50 mil de salário, mas teve mês que recebeu 85 mil como eu li isso publicado. Como juiz torna-se uma celebridade laudatória internacional.

De repente, renuncia à função concursada, aceita ser ministro, um cargo político e da confiança de quem lhe convidou com certeza com base na sua performance como magistrado, ganhando apenas 25 mil Reais de salário (nunca entendi isso comparando o salário dele como juiz). Uma ovelha que decidiu se misturar no covil dos lobos da política nacional.

Ao aceitar a nova função ele desconexou toda sua família de Curitiba pra Brasília, é achincalhado em CPI da Câmara, acusado de ter dado sentença contra Lula pra obter o cargo de ministro, sofreu de infindáveis, inoportunas, entediantes e infaustas acusações, tudo por ter aceitado ser um dia ministro que seus admiradores atestam não ter sido por motivos escusos.

E agora Moro? Você pediu a exoneração da função porque um amigo seu, um delegado de carreira da PF, que ocupava o cargo de Diretor Geral da PF foi exonerado pelo presidente Bolsonaro, a seu contra gosto. Perdeu o cargo, mas não perdeu o amigo, que voltará ser delegado da PF. E você Moro? E agora Moro?

A festa acabou, a luz se apagou, o povo sumiu, o dia esfriou. E agora Moro? E agora você, você que é sem nome, não é juiz e nem é ministro, mas você fez parte, você assinou sentenças, você protestou e foi acusado. E agora?

Está sem cargo e sem função, está sem discurso, já não pode nem beber, o riso não veio, mas seu dia veio, não veio a utopia e o tão dito cargo no supremo, porque tudo acabou, e tudo fugiu de você.

Sua palavra, seu instante de juiz e de ministro, sua lavra de causídico, sua referencia ou incoerência e agora? Tudo acabou. Você não tem cargo e nem salário, e aqueles que achavam que você havia se vendido, deixando de ser juiz pra ser ministro no supremo.

Você hoje e agora é ninguém, é como eu ou como qualquer cidadão comum. Esse é um réquiem, acho que não poderia dar outro nome.

OBS: Utilizei-me dos versos do poeta Drumond pra satirizar um pouco esse meu texto. 23/04/2.020 hoje faz um ano que Moro deixou o Ministério da Justiça e saiu “atirando…”

Loading

By valeon