Por Ricardo Brito – REUTERS
© Reuters/ADRIANO MACHADO Presidente Jair Bolsonaro
BRASÍLIA (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que não teme “absolutamente nada” e que somente Deus tira ele do cargo, em discurso durante evento no Palácio do Planalto o qual não citou para quem estaria falando, em meio ao avanço das investigações da CPI da Covid do Senado.
“Os que não fizeram nada agora querem atrapalhar o governo. Acredito nas instituições, não temo absolutamente nada e deixo bem claro: só Deus me tira daqui”, disse.
“Não queremos desafiar ninguém, respeito os demais, mas vão nos respeitar, Nunca tiveram da minha parte uma só sugestão, proposta, palavra ou ato para censurar quem quer que seja. Somos um país livre, direitos fundamentais é para ser respeitado”, completou.
O presidente admitiu que o governo comete erros, mas avaliou que sua gestão trabalha sempre pelo melhor de todos. Destacou que deixará saudades.
“Tenho certeza, um governo que no futuro, não sei se em 22 ou 26, vai deixar saudades pelo perfil das pessoas que passaram por ele e nós temos a obrigação de fazer isso”, afirmou.
VOTO IMPRESSO
Novamente, o presidente defendeu a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição que prevê a possibilidade de imprimir um comprovante do voto eletrônico de forma a ser possível auditar a contagem. Sem provas, ele tem questionado reiteradamente a confiabilidade do sistema eletrônico de votação no país, usado há mais de 20 anos.
“Esse novo Parlamento que está aí já é melhor que o anterior e tenho certeza de que nas urnas de 22, com o voto auditável aprovado por vocês, tendo à frente a (deputada) Bia Kicis (PSL-DF), não pairará qualquer sombra de dúvida na cabeça de qualquer cidadão brasileiro se o processo foi conduzido com lisura ou não, porque será desta maneira”, disse.
“E digo mais: se o Parlamento brasileiro promulgar, teremos voto impresso em 22. Se vocês promulgarem até início de outubro deste ano, teremos voto impresso em 22. Ninguém passará por cima da decisão do Parlamento brasileiro (palmas). Chega de sermos atropelados”, emendou.