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Luís Ernesto Lacombe – Gazeta do Povo

Estátua da Justiça diante do prédio do STF, com o Congresso Nacional ao fundo.| Foto: Gil Ferreira/SCO/STF

Sempre gostei de simplicidade. As ideias simples, apresentadas de forma simples. Sempre fui objetivo, direto. Sou forjado no telejornalismo, nas frases curtas em ordem direta. Hermético, enigmático, dado a recomeçares infinitos, isso nunca fui nem como poeta. Não à toa, minha preferência pelos sonetos… Os 14 versos bastam. E não me alongarei, igualmente, nessa crônica quase singela, sincera e, por isso, ingênua.

Só há um caminho: abandonar a criancice, a birra. Dá para ser? O país não ganha nada com essa crise histérica. Começamos assim: se você ainda acredita no Estado, no Estado tutor, pai de todos, fomentador de crescimento e desenvolvimento, acorda para a vida! Isso nunca deu certo. Entenda que igualdade e liberdade são incompatíveis, que o problema não é a “desigualdade social”, é a pobreza. Só o capitalismo salva. Se você ainda não entendeu, está de malcriação.

O Legislativo judicializa. O Judiciário politiza. Dá para parar? Um tribunal político não nos serve. E oposição tem de ser construtiva, propositiva

Você quer porque quer derrubar um governo, mesmo que milhões de pessoas nas ruas avisem para nem pensar nisso? Para você, é impeachment a qualquer custo? Para salvar o país do fascismo? Sei. O seu barulho é sempre assim: quando na oposição, você tenta de todo jeito destruir o Brasil; quando está no governo, você realmente destrói. Já deu, né? Você pode trazer argumentos, fatos, pode se apegar à realidade, à legalidade?

Perderam votação na Câmara? Correm para o Supremo. O presidente editou medida provisória? O Supremo está logo ali, de braços abertos, pronto para o acolhimento. É um tribunal que mima essa gente sem votos suficientes no Legislativo. E não adianta nada o Fux apontar o jogo sujo da oposição destrutiva, antidemocrática, que no plenário não tem como vencer e judicializa quase tudo, e continuar dando guarida a ela.


A paixão invertida
O Legislativo judicializa. O Judiciário politiza. Dá para parar? Um tribunal político não nos serve. E oposição tem de ser construtiva, propositiva. As leis, a liberdade, o debate baseado em fatos! Vamos nos conciliar em torno disso? É a única chance. Ou vamos continuar virando as costas para um mundo de gente que não precisa de emprego, precisa de trabalho.

A eleição do ano que vem começou cedo demais. O país perde, o povo perde. E há tanto trabalho a fazer, tanto trabalho sério… A excitação e o egoísmo são infantis. É do meu jeito! Eu que sei! Tem de ser eu! Sério? Ai, ai, ai… É assim que a conciliação se tornará possível? Não, não é. Então, aqui se resume a proposta: chega dessa birra de alguns que leva todo mundo para o castigo.


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