Honestidade na vida pública

Por
Cristina Graeml


Honestidade e respeito importam muito para mim e, imagino, para a maior parte dos brasileiros. Nesta reta final de campanha, a sujeira e as mentiras são tantas que achei por bem trazer alguns pontos para a reflexão do eleitor.

O que é realmente importante para você? O que você preza nas pessoas e faz questão de realçar na sua personalidade (aquilo de que você não abre mão)? Quais são os exemplos que você dá e em quais você se espelha? Honestidade importa para você? E respeito?

Respeito aos outros, ao que é dos outros, respeito às opiniões alheias, até por aquelas que são diferentes das suas, isso tudo importa? Você de fato defende a liberdade de expressão ou só quando os outros falam o que você gosta de ouvir? Qual é o seu norte? Aonde você quer chegar?

Diante dos absurdos que estamos vendo e vivendo, cancelamentos, banimentos, censura e ameaças, é preciso reflexão. É isso que proponho no vídeo publicado junto com este artigo: reflexão.

Vale também recordar brevemente como parte da população chegou ao ponto de normalizar a candidatura de alguém que saiu da cadeia, onde cumpria pena por corrupção e lavagem de dinheiro (desrespeito e desonestidade) para concorrer à presidência da República.

Este candidato e quem o colocou de volta à arena política agem ou agiram com honestidade e respeito?

Honestidade é também respeitar a Constituição

Nos últimos 4 anos falei inúmeras vezes aqui sobre ataques às liberdades, garantidas pela Constituição a todos os brasileiros, desde que não se escondam no anonimato e possam ser responsabilizados por eventuais crimes que cometam ao usufruir dessa liberdade.

Liberdade de imprensa ou de expressão, por exemplo. Pela Constituição de 1988, a lei maior brasileira, todos podem falar o que pensam, podendo ser acionados judicialmente e punidos por injúria, calúnia ou difamação. A imprensa pode publicar as notícias que quiser, da forma como achar melhor, assumindo seus atos.

Nos últimos anos, a maior parte dos jornais, sites de notícias e emissoras de rádio e TV escolheu caminhos bastante questionáveis, omitindo fatos, descontextualizando, adjetivando e desumanizando pessoas, a começar pelo presidente da República.

Muitas vezes distorceram fatos para atingir um governo contra o qual fazem oposição ferrenha desde o primeiro dia. De minha parte, venho criticando essa militância com a mesma intensidade com que alguns poucos leitores me criticam duramente na área de comentários.

É nosso direito à liberdade de expressão. Ao menos aqui, por enquanto, ainda não fui censurada pelo TSE a pedido do PT. Meu ponto é: mesmo não gostando da militância de redação, defendo a liberdade de imprensa. E quem pede censura a jornalistas defende? Esta é uma reflexão que merece ser feita antes do voto.

Respeito à democracia
Muitos jornais, portais de notícias e emissoras de rádio e TV passaram os últimos 4 anos divulgando que defesa da democracia é não criticar ministros do STF que extrapolam suas funções ou agem como tiranos. E que criticá-los é ataque à democracia.

Bajular um STF aparelhado pela esquerda, mesmo quando ministros agem de forma ativista, quase como se fossem um partido de opoisção ao governo; que perseguem apenas apoiadores do presidente da República, faz parte do exercício da liberdade de imprensa. Mas é democrático? Preserva ou destroi valores? Fortalece a democracia?

Não se pode aceitar que instituições democráticas como o STF sejam corroídas por dentro e que a pecha de antidemocráticos recaia justamente sobre os críticos desse ativismo judicial. Isso tudo já foi longe demais. Uma parte séria da imprensa está sob censura. Jornalistas transparentes, proibidos de emitir opinião.

Até quando vamos esquecer nossos valores, aquilo de que não abrimos mão, para passar pano para juiz ativista que faz malabarismo jurídico para tirar corrupto da cadeia e devolver a ele seus direitos políticos?

Até quando vamos suportar que uma pessoa nessa condição peça (e consiga) o silêncio de jornalistas e de veículos sérios de imprensa, com credibilidade construída ao longo de décadas e reconhecida por seus leitores, ouvintes, espectadores e assinantes, apenas por querer manter seu passado criminoso esquecido?

No vídeo, que você pode assistir clicando no play da imagem no topo da página, trago um breve histórico de uma descondenação para lá de questionável, conforme apontado pelos maiores juristas do país.

A ideia é propor uma reflexão que julgo importante todo eleitor fazer antes de ir às urnas. Afinal, honestidade e respeito importam. E muito!


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