Cúpula do clima

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo


O presidente eleito Lula (PT) discursou nesta quarta-feira (16) durante a Conferência do Clima (COP27) da Organização das Nações Unidas (ONU), que acontece em Sharm el-Sheikh, no Egito.| Foto: Reprodução

O presidente eleito Lula usou uma conferência mundial sobre meio ambiente para fazer um discurso político-eleitoral, quase um comício. Pegou todos aqueles dados da CPI do circo e botou na tribuna internacional. Fez acusações contra o presidente Bolsonaro, acusações absurdas que já foram descartadas, jogadas no lixo pela Procuradoria-Geral da República, conforme expressão da vice-procuradora Lindôra Araújo, que disse não haver nenhum indício de crime, mas Lula repetiu tudo lá na tribuna como se fosse verdade.

Depois, Lula ainda repetiu, como se fosse verdade, que o Brasil tem 33 milhões de famintos, quando tem alimento de sobra. Também atribuiu ao presidente Bolsonaro 14 milhões de desempregados, quando a sabemos que ele recebeu esses 14 milhões lá do fim do governo petista. Foi uma inverdade atrás da outra para fazer um efeito internacional, para montar algum cenário que ele está querendo preparar por aqui, talvez tenha a ver com Bolívia ou Venezuela. Na Bolívia aconteceu algo parecido quando Evo Morales voltou, então vamos ficar prevenidos em relação aos objetivos do Foro de São Paulo.

Transição virou uma multidão de gente

Enquanto isso, o vice eleito Geraldo Alckmin anunciou o fim das nomeações para o governo de transição, o pessoal que pretende fazer um programa de governo, com tudo o que não foi anunciado durante a campanha eleitoral – o eleitor votou sem saber em que votava, só em quem estava votando. E sabia muito bem: Lula governou o país por 14 anos, os oito dele e os seis da presidente Dilma Rousseff.


Os números ruins de mentira e os números bons de verdade
Agora são 158 pessoas nessa transição; era para ser uma equipe e virou quase uma multidão de várias equipes. Os últimos nomes são Marcelo Freixo, André Janones, Randolfe Rodrigues, Marina Silva, Omar Aziz, Marta Suplicy, Manuela D’Ávila. Um nome anunciado saiu da lista: infelizmente, morreu Isabel Salgado, uma das maiores jogadoras de vôlei do Brasil, que foi da seleção brasileira e esteve em Jogos Olímpicos. Faleceu assim, de repente. Com saúde, com atividade física, era treinadora, estava em um excelente hospital, no Sírio-Libanês, tinha 62 anos e preparo físico perfeito. Não deram a causa, e acho que nós temos de achar o ponto comum entre essas pessoas jovens, esportistas, profissionais do esporte, em plena saúde, que de repente apagam.

Imprensa não vai fazer os manifestantes sumirem apenas ignorando-os

Preciso mencionar a nota do general Villas Bôas, eterno comandante do Exército, que mostrou a fibra dos manifestantes. Deve estar observando tudo de perto, em Brasília: sob chuva, gente de todas as idades, nunca vi uma multidão assim. Ele me lembrou uma coisa: a essência da questão, diz ele, está em que o ato de votar deve ser privado, enquanto a apuração deve ser pública e auditável. O general lembrou também a indiferença da grande mídia, esse negacionismo em relação às multidões. A grande mídia acha que, ignorando a multidão, vai fazê-la desaparecer. Tentaram isso na União Soviética e mesmo assim caiu o Muro de Berlim.

O PL está pretendendo, talvez, pedir a anulação do segundo turno. Já concluiu um relatório, feito por uma comissão de superespecialistas, inclusive formados no Instituto Técnico da Aeronáutica (ITA), mostrando que as urnas da geração 2020 estão OK, mas todas as outras, de 2009 a 2015, não. E que não é possível validar os resultados dessas urnas, que são 55% das urnas usadas e têm códigos e programas diferentes das de 2020.


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