Sabrina Bezerra

Melina López, gerente de marketing para produto e inclusão do Google Cloud, apresenta o workshop da big tech #IamRemarkable, que traz a importância da autopromoção no trabalho e como desenvolver essa habilidade. Confira!

“As pessoas que não se autopromovem ficam para trás na carreira”

Melina López, gerente de marketing para produto e inclusão do Google Cloud para América Latina (Foto: Nathalia Castro/divulgação Google Cloud)

Quando você pensa em se autopromover, desiste porque acha que pode parecer arrogante?

“Não é verdade. Isso porque, se tem dados, não é se gabar. Se você conquistou, se tem resultados, é uma conquista sua”, diz Melina López, gerente de marketing para produto e inclusão do Google Cloud, durante o evento “I am Remarkable”.

É uma iniciativa da big tech que capacita mulheres e outros grupos sub-representados a celebrar suas conquistas no local de trabalho e além. Essa edição foi realizada em Salvador em parceria com a Vale do Dendê.

Segundo a executiva, as conquistas não se divulgam sozinha. Você precisa fazer isso. “Desafie-se. Eu sei que entre a gente (grupos sub-representados) é mais difícil, mas precisamos pensar com esse viés social de autopromoção para que isso mude.”

“Isso porque, as pessoas que sabem se autopromover vão tirar uma certa vantagem entre a gente. As mulheres socialmente são mais punidas pela autopromoção”, completa Melina.

A AUTOCOBRANÇA TAMBÉM ACONTECE EM PROCESSOS SELETIVOS

A fala da executiva vai ao encontro de um dado: as mulheres, segundo uma pesquisa feita pelo LinkedIn, só se candidatam a uma vaga de trabalho quando preenchem 100% dos requisitos. Para os homens, o percentual é de 60%.

“Socialmente as mulheres são mais punidas pela autopromoção. A gente se pune entre a gente”, afirma Melina.

Melina López, gerente de marketing para produto e inclusão do Google Cloud para América Latina e Lisiane Lemos, especialista em recrutamento e diversidade no Google (Foto: Nathalia Castro/divulgação Google Cloud.

COMO SE AUTOPROMOVER NO TRABALHO

1 – Crie rede de contato

“Tem algo que nós mulheres sabemos fazer muito bem é criar redes para estarmos conectadas”, diz a executiva.

2 – Analise a sua história

Cada história tem a sua particularidade. “Eu acredito na ancestralidade. Eu, por exemplo, vim do terceiro setor. “Sei fazer muitas coisas sem dinheiro”, diz Lisiane Lemos, especialista em recrutamento e diversidade no Google.

Faça a reflexão: “o que você pode levar para a empresa [com base na sua história] que ninguém mais tem?”

3 – Compartilhe as suas conquistas

Conte para suas conquistas, o que você fez, o que trouxe resultado. “E incentive um grupo de amigos e colegas de trabalho a fazer o mesmo, pelo menos, uma vez por semana”, aconselha Melina.

4 – Analise as suas conquistas

Depois de compartilhar o que você conquistou, é hora de fazer uma análise. Veja o desempenho e como pode melhorar ainda mais.

5 – Defina uma meta de longo prazo

“Use suas capacidades de autopromoção para alcançar uma meta profissional”, finaliza Melina.

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POR QUE IMPORTA?

A autopromoção é uma skill importante para mostrar o seu valor. Assim, não corre o risco de perder mercado para os colegas que se autopromovem muito bem. Do lado da empresa, estimular a autopromoção entre grupos sub-representados é importante para aumentar a diversidade em cargos de liderança. “Para você ter uma ideia, 53% dos negócios têm mais desempenho em empresas com mulheres na diretoria”, afirma Melina.

LEITURA RECOMENDA

Caso você queira desenvolver habilidades, competências e perspectivas necessárias para uma liderança feminina transformadora, em posições estratégicas de mercados altamente competitivos, conheça o WLP, programa da StartSe University em parceria com a Nova School of Business & Economics, que tem como objetivo alavancar o desenvolvimento profissional das mulheres – com protagonismo e destaque – a partir dos desafios que elas enfrentam. Além de aprimorar sua liderança em posições estratégicas relevantes nos mais diferentes setores e organizações.

STARTUP VALEON UMA HOMENAGEM AO VALE DO AÇO

Moysés Peruhype Carlech

Por que as grandes empresas querem se aproximar de startups? Se pensarmos bem, é muito estranho pensar que um conglomerado multibilionário poderia ganhar algo ao se associar de alguma forma a pequenos empresários que ganham basicamente nada e tem um produto recém lançado no mercado. Existe algo a ser aprendido ali? Algum valor a ser capturado? Os executivos destas empresas definitivamente acreditam que sim.

Os ciclos de desenvolvimento de produto são longos, com taxas de sucesso bastante questionáveis e ações de marketing que geram cada vez menos retorno. Ao mesmo tempo vemos diariamente na mídia casos de jovens empresas inovando, quebrando paradigmas e criando novos mercados. Empresas que há poucos anos não existiam e hoje criam verdadeiras revoluções nos mercados onde entram. Casos como o Uber, Facebook, AirBnb e tantos outros não param de surgir.

E as grandes empresas começam a questionar.

O que estamos fazendo de errado?

Por que não conseguimos inovar no mesmo ritmo que uma startup?

Qual a solução para resolver este problema?

A partir deste terceiro questionamento, surgem as primeiras ideias de aproximação com o mundo empreendedor. “Precisamos entender melhor como funciona este mundo e como nos inserimos!” E daí surgem os onipresentes e envio de funcionários para fazer tour no Vale e a rodada de reuniões com os agentes do ecossistema. Durante esta fase, geralmente é feito um relatório para os executivos, ou pelas equipes de inovação ou por uma empresa (cara) de consultoria, que entrega as seguintes conclusões:

* O mundo está mudando. O ritmo da inovação é acelerado.

* Estes caras (startups) trabalham de um jeito diferente, portanto colhem resultados diferentes.

* Precisamos entender estas novas metodologias, para aplicar dentro de casa;

* É fundamental nos aproximarmos das startups, ou vamos morrer na praia.

* Somos lentos e burocráticos, e isso impede que a inovação aconteça da forma que queremos.

O plano de ação desenhado geralmente passa por alguma ação conduzida pela área de marketing ou de inovação, envolvendo projetos de aproximação com o mundo das startups.

Olhando sob a ótica da startup, uma grande empresa pode ser aquela bala de prata que estávamos esperando para conseguir ganhar tração. Com milhares de clientes e uma máquina de distribuição, se atingirmos apenas um percentual pequeno já conseguimos chegar a outro patamar. Mas o projeto não acontece desta forma. Ele demora. São milhares de reuniões, sem conseguirmos fechar contrato ou sequer começar um piloto.

Embora as grandes empresas tenham a ilusão que serão mais inovadoras se conviverem mais com startups, o que acaba acontecendo é o oposto. Existe uma expectativa de que o pozinho “pirlimpimpim” da startup vá respingar na empresa e ela se tornará mais ágil, enxuta, tomará mais riscos.

Muitas vezes não se sabe o que fazer com as startups, uma vez se aproximando delas. Devemos colocar dinheiro? Assinar um contrato de exclusividade? Contratar a empresa? A maioria dos acordos acaba virando uma “parceria”, que demora para sair e tem resultados frustrantes. Esta falta de uma “estratégia de casamento” é uma coisa muito comum.

As empresas querem controle. Não estão acostumadas a deixar a startup ter liberdade para determinar o seu próprio rumo. E é um paradoxo, pois se as empresas soubessem o que deveria ser feito elas estariam fazendo e não gastando tempo tentando encontrar startups.

As empresas acham que sabem o que precisam. Para mim, o maior teste é quando uma empresa olha para uma startup e pensa: “nossa, é exatamente o que precisamos para o projeto X ou Y”.

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