A economia do Brasil vai mal? Para Lula, a culpa é dos livros – que ele não leu

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo


O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

O presidente Lula, cada vez mais empenhado em agredir os brasileiros com exibições públicas de ignorância mal-intencionada, acaba de dizer que os “livros de economia estão superados”. É mesmo? E quais os livros de economia ele leu para chegar a essa afirmação? Três? Dois? Está bem – um só. Qual teria sido? Como até uma criança com dez anos de idade está cansada de saber, Lula não leu livro nenhum para dizer isso.

Mais uma vez, como vive fazendo, promoveu a si próprio às funções de Deus e decretou que os conhecimentos acumulados pela humanidade na área da economia não valem mais nada – é ele, agora, que sabe das coisas. Não foi capaz sequer de admitir que algum, entre as dezenas de milhares de manuais que circulam sobre o tema, possa ter uma utilidade qualquer. Não: “Os livros de economia estão superados”, simplesmente. Todos.

O inimigo de Lula, agora, são os livros de economia. A economia do Brasil vai mal? Prendam os livros.

Não se trata, no caso, apenas de uma estupidez – é uma estupidez com método. Lula diz esses despropósitos porque acha que está sendo esperto, e quer tirar vantagem pessoal deles para tentar esconder a calamidade que o seu governo está construindo, na economia e em praticamente tudo naquilo em que encosta a mão. É cada vez mais claro que a situação econômica do Brasil, caso as decisões continuem na mesma linha em que têm andado, caminha para um desastre passível de acabar sendo pior do que o balanço final de Dilma Rousseff. Não poderia ser de outro jeito.

Lula montou um governo de extremistas, parasitas e puxa-sacos que não têm a mais remota ideia de como resolver nenhum dos problemas concretos do Brasil de hoje, e quando têm, a ideia está errada. Mas Lula é incapaz de procurar alguma solução séria para qualquer desses problemas. Como não quer trabalhar nas soluções, inventa inimigos para esconder o seu fracasso e jogar a culpa nos outros.

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Em noventa dias de governo, Lula já tem uma obra copiosa em matéria de fugir dos efeitos da sua inépcia, da sua arrogância e da desgraça nacional que foi a montagem do seu ministério. De cara, sem apresentar a menor razão para o que estava falando, disse que tinha recebido do seu antecessor um país “destruído” – o que é flagrantemente falso, pelo exame mais elementar dos números, e poderia lhe valer um processo de fake news por parte do próprio Ministério da Verdade que criou logo depois de assumir a presidência. Ultimamente, inventou que todos os problemas que lhe aparecem pela frente são culpa do Banco Central – o único órgão de governo no qual não manda, é claro. O inimigo, agora, são os livros de economia. A economia do Brasil vai mal? Prendam os livros.

Nada disso, é claro, vai fazer com que qualquer das dificuldades do país desapareça. Mas o presidente não está interessado em solução nenhuma – a única coisa em que pensa é se vai continuar tirando proveito do seu truque mais velho: enganar o maior número possível de gente e governar o Brasil com palavrório falsificado como o dos “livros de economia”.

“Rede da verdade”
Lula anuncia lançamento de site de checagem de informações mantido pelo governo
Por
Ana Carolina Curvello – Gazeta do Povo


Lançamento de site de checagem do governo ocorre dias após Lula dizer, sem provas, que investigação da PF sobre plano de atentado do PCC era “armação” de Moro| Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta segunda-feira (27) o lançamento de uma plataforma de checagem de informações a ser mantida pelo governo federal. O anúncio foi feito nas redes sociais por Lula e pela Secretaria de Comunicação do governo. “O Brasil sofreu muito com mentiras nas redes sociais nos últimos anos. Precisamos fortalecer uma rede da verdade”, escreveu Lula.

O lançamento da ferramenta ocorre três dias depois de o próprio presidente dizer, sem provas, que uma operação da Polícia Federal que debelou um plano contra o senador Sergio Moro (União-PR) era uma “armação”.

A plataforma, denominada “Brasil contra Fake”, tem como objetivo selecionar notícias com potencial desinformativo que possam prejudicar membros do governo, ou que estejam relacionados a temas de interesse do Executivo, e contrapor com a versão “oficial” do governo.

Um vídeo institucional foi divulgado com o lema “Quem espalha fake news, espalha destruição”. “Este é um chamado para nos unirmos contra o ódio espalhada pelas fake news, informações falsas que podem destruir a democracia, e mais do que isso, destruir famílias, reputações, vidas”, diz a campanha.

No site recém-lançado, consta o passo a passo para denunciar conteúdos de cada uma das redes sociais, mas não há detalhamento sobre o que pode ser enquadrado como uma notícia falsa. Entre as notícias de checagem publicadas no site aparecem algumas como: “É falso que governo Lula mandou desligar bombas do São Francisco” e “É falso que imunizados contra a gripe recebem vacina bivalente contra Covid sem saber”.

Esta não é a primeira iniciativa do governo Lula para determinar o que é ou não fake news. Em janeiro, a Advocacia-Geral da União (AGU) criou uma estrutura destinada ao combate à desinformação, mas a proposta ainda está em análise, após receber uma enxurrada de críticas.

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Críticas a plataforma

A iniciativa do governo Lula tem sido criticada pela oposição, em especial pelo fato de o anúncio do lançamentro da plataforma ocorrer três dias após Lula dizer, sem provas, que a operação da Polícia Federal que debelou um plano contra o Moro e outras autoridades ligadas ao combate ao crime organizado seria uma “armação”.

Um dos críticos da medida, o deputado federal Deltan Dallagnol (Pode-PR) publicou na tarde desta segunda-feira um vídeo editado da campanha do governo sobre a plataforma de checagem com trechos de diversos discursos de Lula com declarações falsas ou com discurso de ódio.

“Eu cansei de viajar o mundo falando mal do Brasil. Era bonito a gente viajar o mundo falando ‘no Brasil tem 30 milhões de crianças de rua’. A gente nem sabia, ‘tem não sei quantos milhões de abortos’. A gente ia citando números, sabe? Se o cara perguntasse a fonte a gente não tinha, mas a gente ia citando números”, diz Lula em um dos trechos mostrados. Nas declarações, ele se diverte confessando que, em Paris, inventou dados sobre o número de crianças que moravam nas ruas Brasil afora. Na ocasião, Lula chegou a dizer que havia 25 milhões de crianças sem lar no país.

Outro a se manifestar de forma crítica ao lançamento da ferramenta foi Fabio Wajgarten, ex-secretário de Comunicação Social de Jair Bolsonaro. “A campanha do Governo Federal “Brasil contra Fake” justamente na semana em que o PRESIDENTE comete fake news é uma surra na cara dos brasileiros”, declarou.


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