História de Bryan Robinson – Forbes Brasil

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Mais da metade dos profissionais consideram mudar de emprego devido ao estresse no trabalho, mostram estudos. Eles têm buscado oportunidades que dão mais flexibilidade em relação a onde e quando trabalhar.

Com uma nova tendência chamada “chronoworking” (ou cronotrabalho) ganhando força, talvez você não precise mais se preocupar com o horário tradicional do expediente.

O que é chronoworking?

O chronoworking permite que os profissionais adaptem seus horários de trabalho de acordo com seus ritmos circadianos, em vez de seguirem a jornada de trabalho tradicional, das nove às seis, por exemplo. “Esse conceito prioriza o reconhecimento e o respeito aos ciclos naturais de energia alta e baixa do seu corpo, permitindo um horário mais flexível que se adapte aos períodos de pico de desempenho”, afirma a consultora de bem-estar corporativo Tawn Williams. “Ao alinhar as tarefas de trabalho com os seus horários ideais, as pessoas podem ter uma relação mais harmoniosa entre bem-estar mental, físico e emocional, além de apresentar maior produtividade e satisfação geral no trabalho.”

Tradicionalmente, a maioria de nós segue horários de trabalho semelhantes – embora os ciclos circadianos e relógios biológicos variem de pessoa para pessoa. Do ponto de vista da neurociência e da biologia, o cronotrabalho pode fazer sentido. 

Mas se você é funcionário de uma grande empresa, seu chefe pode não gostar da ideia de você trabalhar quando for adequado ao seu relógio biológico. Por isso, personalizar horários de trabalho para atender às necessidades individuais é mais comum entre trabalhadores autônomos e empreendedores individuais. “Essa flexibilidade surge da necessidade menos frequente de reuniões de equipe, criando um modelo que permite que você faça seu próprio cronograma”, explica Williams. “Nas grandes empresas, os elementos dessa abordagem foram incorporados com a adoção de modelos de trabalho em casa e híbridos, embora essas adaptações sejam menos explícitas.” 

Portanto, ainda não é algo tão presente nas grandes corporações, mas o discurso cada vez mais frequente sobre o bem-estar no local de trabalho está gradualmente alterando o dia a dia das empresas. Quanto mais essas conversas se desenrolam, mais os líderes empresariais começam a reconhecer o potencial desses modelos para aumentar o bem-estar e a produtividade, os principais benefícios do cronotrabalho. 

Mas mesmo que não haja uma política da empresa em relação a isso, os profissionais podem adaptar essa tendência dentro das suas rotinas. Isso envolve organizar a agenda de acordo com as demandas e os horários em que está mais produtivo para cada tipo de atividade e estabelecer pausas de forma estratégica.

As vantagens e desvantagens do cronotrabalho

Muitos de nós entendemos intuitivamente nossos tempos ideais de desempenho. Williams conta que só é realmente produtiva depois das 10h, então prefere agendar reuniões somente depois do café da manhã e de checar a caixa de e-mail. 

Sua produtividade atinge o pico na hora do almoço e começa a diminuir por volta das 18h. “Esse padrão destaca uma vantagem significativa do chronoworking: ele permite que as pessoas alinhem seus horários de trabalho com seus ritmos naturais, promovendo um senso de responsabilidade em relação às suas funções e resultados.”

No entanto, essa tendência apresenta desafios, especialmente em ambientes de trabalho em que a maioria dos membros da equipe compartilham horários de trabalho semelhantes. “Garantir a comunicação eficaz e a inclusão em equipes maiores requer ajustes”, afirma Williams. “As equipes devem colaborar para acomodar horários, o que pode envolver um certo grau de flexibilidade, transparência e planejamento.”

Mas o que inicialmente pode parecer uma desvantagem, rapidamente melhora a dinâmica da equipe e a produtividade geral. Consenso entre os empregadores

Muitos empregadores estão interessados ​​em adotar benefícios que posicionem a empresa como uma organização inovadora e que prioriza as pessoas. “Para empregadores comprometidos com as necessidades dos seus colaboradores, a adoção de práticas flexíveis como as observadas no cronotrabalho pode já estar em vigor, mesmo que informalmente”, afirma Williams. “Enquanto isso, outras organizações podem encontrar obstáculos principalmente relacionados aos aspectos práticos da implementação e à garantia de uma comunicação clara em torno de cronogramas individualizados.”

Para superar esses obstáculos, Williams acredita que é essencial que as empresas promovam uma cultura de diálogo aberto. “Isso envolve não apenas reconhecer a diversidade nos padrões de trabalho dos funcionários, mas também facilitar e apoiar ativamente as variações nos horários de trabalho”, explica. Como implementar

A implementação gradual de horários de trabalho flexíveis pode ser eficaz, começando com pequenos ajustes e monitorando de perto indicadores de desempenho. “Ao identificar melhorias de eficiência durante prazos específicos, os empregadores podem introduzir gradativamente opções mais flexíveis”, aconselha Williams. Essa estratégia ajuda as empresas a tomar ações calculadas e ir incentivando os funcionários a descobrir em que horários são mais produtivos para montar suas agendas.

*Bryan Robinson é colaborador da Forbes US. Ele é autor de 40 livros de não-ficção traduzidos para 15 idiomas. Também é professor emérito da Universidade da Carolina do Norte, onde conduziu os primeiros estudos sobre filhos de workaholics e os efeitos do trabalho no casamento.

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