Por Leandro Miguel Souza – StartSe

O mundo do empreendedorismo nunca esteve tão presente no mundo das séries. Apenas em 2022, três grandes projetos adaptaram histórias de sucesso – e de fracasso – das startups e as transformaram em séries ou minisséries para o público em geral.

Mas não é de agora que bons seriados aproveitaram o tema. Seja em enredos de drama ou comédia, biografias, até excelentes docusséries, as startups e empresas de tecnologia vêm rendendo ótimos títulos nos últimos tempos. Todos estão disponíveis para qualquer um se perder em várias horas de entretenimento no streaming de preferência.

Aproveitando o gancho pra esse fim de semana que tá batendo à porta, que nós do Startups selecionamos sete séries que você não pode deixar de ver. Veja na lista a seguir o que mais te interessa e bom entretenimento!

Silicon Valley

Para quem ainda não viu, no HBO Max é possível maratonar todas as seis temporadas desta ótima série de comédia. Criada por Mike Judge, o cérebro por trás de Beavis And Butt-Head, e o hoje cultuado filme “Como Enlouquecer Seu Chefe”, Silicon Valley acompanha a jornada da startup Pied Piper, cujo líder Richard Hendricks (Thomas Middleditch) desenvolve um inovador código de compactação de arquivos, se tornando um nome quente no Vale do Silício e entrando em rota de colisão com as tech giants da região, como a fictícia Hooli (Google, é você?).

No entanto, a criação do personagem Hendricks é apenas o começo de uma sucessão de situações cômicas, tudo com base nas loucuras e excentricidades reais do mundo das startups no vale. De fundos de investimentos abilolados e pivotagens absurdas a pitches sem pé nem cabeça, tudo é combustível para a sátira da série. Para dar boas risadas e lembrar que nem tudo é pra levar tão à sério.

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Devs

Disponível no Brasil pelo Star+, a minissérie Devs já traz uma abordagem diferente, com uma pegada thriller/sci-fi, para discutir as intenções megalomaníacas de algumas startups por aí.

Criada pelo roteirista Alex Garland (diretor do filme Ex-Machina), Devs conta a história de uma engenheira de software (Sonoya Mizuno), que resolve investigar a morte de seu namorado, que comete suicídio após o primeiro dia de trabalho em uma divisão secreta de computação quântica da empresa Amaya, liderada pelo enigmático CEO Forest (Nick Offerman).

Para quem gosta de temas intrincados, como inteligência artificial, realidade virtual, e um enredo misterioso, vale conferir.

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Halt and Catch Fire

Essa aqui é uma das favoritas deste que vos escreve. Lançada em 2017 no canal à cabo AMC, e que pouco foi falada aqui no Brasil, pois desde então não estava disponível em nenhum streaming, Halt and Catch Fire é basicamente uma versão de Mad Men, mas que troca o mercado de publicidade pelo “velho oeste” do mercado de informática no início dos anos 80 nos EUA.

Centrada em três personagens principais – o ambicioso executivo Joe McMillan (Lee Pace), o veterano engenheiro Gordon Clark (Scoot McNairy) e a programadora prodígio Cameron Howe (Mackenzie Davis) – a série começa com o plano dos três em criar um clone de um PC IBM para uma empresa da Silicon Prairie (região do sul dos EUA que era considerada rival do Silicon Valley nos anos 80), a partir de engenharia reversa. E as coisas só complicam a partir daí.

Nas temporadas seguintes, a série ainda muda seu foco para a Califórnia, pegando o boom dos PCs no final dos anos 80 e o início da internet nos anos 90. Além de uma boa série de drama, Halt and Catch Fire também serve como uma aulinha de história dos tempos em que startup nem era uma palavra da moda. Disponível no Globoplay.

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Na Rota do Dinheiro Sujo

Essa série documental é indicada para quem quer saber mais sobre o lado obscuro do mundo dos negócios. Ela narra e investiga a fundo, ao longo de seus seis episódios, diversos casos de corrupção corporativas, fraudes e sonegações que grandes empresas fizeram em suas trajetórias.

De Big Tech à Big Pharma, startups e outros setores, esta elogiada série joga luz sobre um lado pouco agradável das organizações em sua busca pelo lucro e sucesso. Disponível na Netflix.

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WeCrashed

Lançada há poucas semanas e a primeira das grandes produções focando em histórias reais de startups, essa minissérie traz Jared Leto na pele do empreendedor Adam Neumann, o criador da WeWork, startup que capotou tão grandiosamente quanto cresceu, em sua proposta de ser o futuro dos workplaces.

A série foca na personalidade megalomaníaca de Neumann e na relação com a sua esposa Rebekah (Anne Hathaway), desde o começo modesto da startup, sua valorização meteórica e a fama, até o “reality check” indigesto que veio depois. Essa você pode ver no Apple TV+

+ Como uma empresa de US$ 47 bilhões quase foi à falência?

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The Dropout

Esta é outra das superproduções lançadas recentemente sobre startups verdedeiras – a terceira só deve chegar em maio no Brasil, com Joseph Gordon-Levitt interpretando o criador da Uber, Travis Kalanick. The Dropout, que pode ser vista no Star+, reconta a trajetória de Elizabeth Holmes, fundadora da Theranos, empresa de biotecnologia que seduziu investidores no Silicon Valley e chegou a valer US$ 10 BILHÕES, mas que no final se mostrou uma grande enganação.

Com Amanda Seyfried no papel principal, a série mostra também um pouco da infância e adolescência da empresária, em paralelo com os escândalos de fraude e manipulação de informações que Holmes conduziu para manter a imagem de seu negócio.

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O Código Bill Gates

Se você está sem muito tempo, aqui vai uma minissérie mais curta, mas que é muito interessante para entender melhor um dos empreendedores mais icônicos da história: o criador da Microsoft e do Windows, Bill Gates, que compartilha seus pensamentos e revisita sua história ao longo de três episódios.

Como o subtítulo em inglês entrega, a série ajuda a “decodificar” o sempre reservado Bill Gates por trás da lenda, de suas inovações à frente da empresa de Redmond, até sua retirada da cadeira de CEO em meio à acusações de monopólio, e sua guinada em direção à filantropia. Um excelente estudo de personalidade, que pode inspirar a muitos. Disponível na Netflix.

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Rodada Bônus: Succession

Essa aqui nem é tanto sobre tecnologia, mas não poderia deixar de indicar. Essa premiada série da HBO (ou seja, disponível no HBO Max) é essencialmente um drama familiar, mas também é uma grande trama de intriga empresarial, focada em uma megacorporação de mídia chefiada por um crápula chamado Logan Roy (Brian Cox).

Uma série simplesmente impossível de parar de assistir, e no meio dá até pra aprender uma coisa ou outra sobre negociação, fusões e aquisições e táticas para valorizar sua empresa. Só cuidado para não fazer coisa errada. Só avisando…

STARTUP VALEON UMA HOMENAGEM AO VALE DO AÇO

Moysés Peruhype Carlech

Por que as grandes empresas querem se aproximar de startups? Se pensarmos bem, é muito estranho pensar que um conglomerado multibilionário poderia ganhar algo ao se associar de alguma forma a pequenos empresários que ganham basicamente nada e tem um produto recém lançado no mercado. Existe algo a ser aprendido ali? Algum valor a ser capturado? Os executivos destas empresas definitivamente acreditam que sim.

Os ciclos de desenvolvimento de produto são longos, com taxas de sucesso bastante questionáveis e ações de marketing que geram cada vez menos retorno. Ao mesmo tempo vemos diariamente na mídia casos de jovens empresas inovando, quebrando paradigmas e criando novos mercados. Empresas que há poucos anos não existiam e hoje criam verdadeiras revoluções nos mercados onde entram. Casos como o Uber, Facebook, AirBnb e tantos outros não param de surgir.

E as grandes empresas começam a questionar.

O que estamos fazendo de errado?

Por que não conseguimos inovar no mesmo ritmo que uma startup?

Qual a solução para resolver este problema?

A partir deste terceiro questionamento, surgem as primeiras ideias de aproximação com o mundo empreendedor. “Precisamos entender melhor como funciona este mundo e como nos inserimos!” E daí surgem os onipresentes e envio de funcionários para fazer tour no Vale e a rodada de reuniões com os agentes do ecossistema. Durante esta fase, geralmente é feito um relatório para os executivos, ou pelas equipes de inovação ou por uma empresa (cara) de consultoria, que entrega as seguintes conclusões:

* O mundo está mudando. O ritmo da inovação é acelerado.

* Estes caras (startups) trabalham de um jeito diferente, portanto colhem resultados diferentes.

* Precisamos entender estas novas metodologias, para aplicar dentro de casa;

* É fundamental nos aproximarmos das startups, ou vamos morrer na praia.

* Somos lentos e burocráticos, e isso impede que a inovação aconteça da forma que queremos.

O plano de ação desenhado geralmente passa por alguma ação conduzida pela área de marketing ou de inovação, envolvendo projetos de aproximação com o mundo das startups.

Olhando sob a ótica da startup, uma grande empresa pode ser aquela bala de prata que estávamos esperando para conseguir ganhar tração. Com milhares de clientes e uma máquina de distribuição, se atingirmos apenas um percentual pequeno já conseguimos chegar a outro patamar. Mas o projeto não acontece desta forma. Ele demora. São milhares de reuniões, sem conseguirmos fechar contrato ou sequer começar um piloto.

Embora as grandes empresas tenham a ilusão que serão mais inovadoras se conviverem mais com startups, o que acaba acontecendo é o oposto. Existe uma expectativa de que o pozinho “pirlimpimpim” da startup vá respingar na empresa e ela se tornará mais ágil, enxuta, tomará mais riscos.

Muitas vezes não se sabe o que fazer com as startups, uma vez se aproximando delas. Devemos colocar dinheiro? Assinar um contrato de exclusividade? Contratar a empresa? A maioria dos acordos acaba virando uma “parceria”, que demora para sair e tem resultados frustrantes. Esta falta de uma “estratégia de casamento” é uma coisa muito comum.

As empresas querem controle. Não estão acostumadas a deixar a startup ter liberdade para determinar o seu próprio rumo. E é um paradoxo, pois se as empresas soubessem o que deveria ser feito elas estariam fazendo e não gastando tempo tentando encontrar startups.

As empresas acham que sabem o que precisam. Para mim, o maior teste é quando uma empresa olha para uma startup e pensa: “nossa, é exatamente o que precisamos para o projeto X ou Y”.

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